segunda-feira, 17 de setembro de 2018

A absoluta falta de cultura forma opinião em Joinville

POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
Fui alertado por amigos para um post publicado, numa rede social, por um “formador” de opinião de Joinville. As pessoas que chamaram a atenção consideraram o texto algo absolutamente disparatado. Fui ler e tinham razão. Era uma obra-prima da desinteligência. O autor, tomado pelo espírito de cientista político (que não é), fez um arrazoado sobre o que entende ser esquerda e direita. É de chorar a rir. Ou apenas chorar, sei lá.

O nosso intelectual apanha dos próprios neurônios. E que surra. É o tipo de gente pouco dada aos estudos e que opta pela mistificação, a língua dos tolos. Mas como diria Odorico Paraguaçu, que poderia ser uma parelha mental do nosso pensador, deixemos dos entretantos e vamos aos finalmentes. Para que o leitor e a leitora entendam a questão, vamos reproduzir o que escreve este genial pensador do burgo joinvilense. 

Ah... mas fica um aviso. Se você não cair no riso longo nos primeiros cinco segundos, talvez seja melhor procurar ajuda, porque certamente o seu cérebro não está a bater bem. Eis...

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“Vamos acabar com todas as brigas?
Vamos fazer o seguinte: a gente divide o Brasil em 2 e elege 2 presidentes, um de direita e outro de esquerda.

"No lado da direita:

Militares!

Empresários!

Banqueiros!

Empreendedores!

Capitalismo Livre!

Cristãos!

Família Tradicional!

Escolas com Disciplina!

Policiais Armados!

Crianças sem ideologia de Gênero!

Partidos Republicanos de Direita!

Aliados com EUA e Europa!

Não ao Aborto!

Estupradores presos
!
Assassinos serão condenados à 50 anos sem progressão de penas!

Drogas proibidas!

Traficantes mortos!

Sem Bolsas Família e etc!

Todos são obrigados a estudar e trabalhar para seu sustento.

Sem cotas raciais!

Valorizar o Mérito!

No lado da esquerda:

Sem Militares!

Sem Polícia Armada!

Sem Bancos!

Sem Empresários!

Sem Empreendedores!

Sem Cristãos!

Partidos Socialistas e Comunistas!

Aliados só aos países Cuba, Venezuela, Coréia do Norte, Nicarágua.
Aborto Livre!

Não existirá sexo Masculino e Feminino, tudo é o mesmo Gênero!

Não é obrigado a Trabalhar e Estudar!

Nas escolas não haverá disciplina!

Crianças de 4 a 10 anos irão aprender como fazer sexo nas escolas com meninas e meninos, pois tudo é igual!

Bolsas Famílias e todas as Bolsas valerão!

Sem Presídios!

Drogas a vontade e liberadas!

Assaltante é vítima!
Traficantes livres na praia!

Pedofilia livre!

Estuprador não é criminoso, é doente!

Presos ganham Bolsas presidiário!

ESCOLHAM O SEU PAÍS
!
Eu já há algum tempo escolhi o meu!"

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Não sei. O sujeito diz que escolheu o seu país e fiquei a imaginar que escolheu o Sudão do Sul. É evidente que ele prefere aquilo que entende por direita, mas só um lugar culturalmente desarticulado, desorganizado e dominado pela ignorância poderia ser a escolha deste formador de opinião. Definitivamente o nosso “intelectual  fica bem no Sudão do Sul, não em países civilizados. 

Não dá para levar a sério. Menos ainda debater sob o ponto de vista cultural, do conhecimento, da academia. Parece ser uma pessoa pouco habituada ao estudo, porque a pobreza intelectual é evidente. Há um velho ditado português que diz o seguinte: “vozes de burro não chegam ao céu. Ou seja, essa falta de qualidade intelectual pode ficar bem para as “rádia” de Joinville ou para os anônimos do nosso blog. É pobre.

Felizmente o mundo não é Joinville e esse tipo de ideias não passa das fronteiras físicas de Barra Velha ou Garuva. Afinal, é apenas falta de cultura.

É a dança da chuva.


Pintura de street art em Setúbal (Portugal), a reproduzir um velho ditado da língua portuguesa

sexta-feira, 14 de setembro de 2018

COTA 40 - Arborização Urbana

POR JORDI CASTAN
Existe um plano de arborização em Joinville? Esse é o tema do filme de hoje.


Escola Técnica Tupy vai fechar cursos técnicos. Como assim?


POR ALBANO SCHMIDT
Como assim?
Essa é a pergunta que estamos fazendo ao descobrir que a Escola Técnica Tupy vai encerrar seus cursos de formação técnica.

Fundada em 1959, por meu pai, Dieter Schmidt, na época presidente da Fundição Tupy, a ETT iniciou suas atividades num momento em que Joinville crescia e a Tupy precisava de mão de obra competente. A inspiração veio da indústria suíça George Fischer, reconhecida pela excelência de seus profissionais, formados em sua escola técnica.

Em pouco tempo, a ETT cresceu, se desenvolveu e se tornou referência nacional e internacional. Lá estudei e afirmo que todos saem com formação completa, prontos para o mercado de trabalho, preparados e, muitos, já com emprego.

Por que acabar? Para ter um maior número de alunos? Que dá mais lucro? Mas e no futuro, aonde é que essa turma vai conseguir boa colocação? Como é que o Brasil vai sair da posição vergonhosa que estamos no desenvolvimento de tecnologia?

Prova de que esses cursos são importantíssimos é que – diante desta situação absurda – a Tupy buscou um novo parceiro e já lançou, junto com o Senai Joinville, a Escola de Fundição Tupy com o curso técnico em Metalurgia, que iniciou suas atividades com 70 de seus funcionários.

Como assim? O curso técnico não interessa mais porque não é rentável? Isso é um descaso à formação profissional e ao Brasil. Então que alguma entidade assuma. O Estado, a sociedade deveriam intervir. Perder uma escola deste nível nos causa indignação!

Estou perplexo com essa atitude míope, mesquinha e de curto prazo, sem pensar no futuro. A única maneira de conseguirmos melhorar os índices de desenvolvimento econômico é com uma formação profissional adequada. Não vamos aumentar o PIB do Brasil formando generalistas. Esse não é o caminho para superarmos o abismo que nos distancia dos países desenvolvidos e nem é esta a forma de ocuparmos uma posição de destaque no cenário internacional.

A única maneira de contribuir para o desenvolvimento do Brasil é investir na base, na educação de qualidade e não juntar mais alunos para uma formação genérica, medíocre e massificada, que só servirá para ampliar o número assustador de mais de 20 milhões de desempregados que temos no Brasil.

Albano Schmidt é presidente da Termotécnicas