POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
Imagine um símbolo da estupidez humana. Se pensou na imagem publicada no fim deste texto, acertou em cheio. O tacape com a inscrição “direitos humanos” é, muito certamente, um dos maiores símbolos da imbecilidade que campeia por aí. Aliás, o uso da palavra tacape é proposital: a intenção é fazer uma remissão para a figura do “brucutu”, gente que ainda vive nas cavernas. Fica a pergunta: de onde surgiu a ideia de que os direitos humanos servem apenas para defender bandidos?
A intenção não é lançar debates, fazer historiografia ou tentar explicar a questão dos direitos humanos. Há muita gente a fazer isso, infelizmente com poucos resultados. Interessa aqui analisar como o inconsciente social é afetado pelo mito - no sentido barthesiano, entendido como distorção da realidade. Afinal, essa realidade distorcida afeta a quem? Correndo o risco de simplificar demais, é fácil afirmar que é o tal cidadão de bem.
Qual é o perfil desse cidadão de bem? Em termos políticos, é o reacionário. Em termos culturais, é o ignorante. Em termos comportamentais, é o brucutu. A lógica dessa gente é nefasta. Dizem que os direitos humanos só servem para defender bandidos. E quem são os bandidos? No plano mental dessa gente, quase sempre negros, favelados, marginalizados. Ou seja, é uma questão de racismo, de apartheid social, de ódio de classe.
E como essa gente expressa o seu ideário? Pela poupança de neurônios. O mito é uma falsificação da realidade que obriga a evitar qualquer esforço mental. Nada que implique estudar, pesquisar ou debater é aceitável. O mito é simplificador. Vive de frases feitas. De clichês. De símbolos (como o tacape). Por quê? Porque é muito fácil entender e reproduzir a mensagem. Para um brucutu, nada é mais odiável do que pensar.
Há um pano de fundo. O brucutu é, antes de tudo, um odiador. É o portador de um sentimento vingativo, punitivista, atrabiliário. A negação dos direitos humanos é apenas a expressão do desejo de punir o outro. Enfim, são pessoas de mente tão grosseira que toda a compreensão dos direitos humanos cabe num porrete.
terça-feira, 20 de março de 2018
segunda-feira, 19 de março de 2018
O Onkel perdido em seu labirinto
POR JORDI CASTAN
Um dia anuncia pomposamente sua intenção de se candidatar ao governo do Estado. E ua aquele discurso conhecido de se colocar à disposição do partido para concorrer. Na semana seguinte, viaja até a capital e participa de reuniões de articulação política. Na outra sente a temperatura e o impacto que o pré-lançamento da sua candidatura teve e, depois de verificar que terá mais dificuldade da que tinha inicialmente imaginado, encarna a raposa de Esopo para declarar que ¨as uvas estão verdes¨. E que continua como prefeito de Joinville até o final do mandato.
A imagem do prefeito é a mesma que tem projetado desde o primeiro dia de mandato. Um discurso vazio, empolado, sem substância e sem ações que tenham o menor conteúdo. Palavras que nada mais são mais que bolhas frágeis de sabão que a brisa e que logo estouram. Nada é mais concreto que a realidade.
A pré-candidatura ao governo do Estado não passou nunca de uma quimera. Uma ideia de lunático que perdeu o contato com a realidade e toma decisões guiadas, unicamente, pela sua alienação e pelos conselhos dos áulicos de plantão que o cercam e assessoram. Em cada ato público, em cada oportunidade, o prefeito apresenta o discurso da cidade próspera e pujante. Que se destaca pelas realizações. Que cresce a olhos vistos e que os poucos problemas que enfrenta, comuns a todos os municípios do pais, são fruto da falta de recursos, da legislação ou do trabalho da oposição. Aliás, falar de oposição em Joinville é falar de algo tão irreal como a Joinville do Vale do Silício, de obras públicas sendo executadas no prazo e pelo custo orçado, da Cidade das Flores ou das bicicletas.
O prefeito está mergulhado num labirinto do qual não consegue sair. Quanto mais avança o calendário, mais se perde num labirinto profundo, escuro e impenetrável. E perambula assim, desprovido da capacidade de orientar-se e buscar conselhos fora do seu círculo de acólitos. Sem um novelo para ajudá-lo, o prefeito segue perdido, indo e voltando nas suas decisões e propostas. E Joinville continua detida no tempo, a caminhar para trás ou a avançar em câmara lenta, ante o olhar impávido do gestor que, sendo eleito para gerenciar Joinville, acredita que sua missão seja a de gerenciar Santa Catarina.
domingo, 18 de março de 2018
Aula inaugural
Mais de 1000 pessoas lotaram o Teatro da Reitoria da UFPR na sexta (16), para assistir a aula inaugural do curso livre de extensão “O golpe de 2016: a destruição dos direitos sociais”. Proferida pelo professor e cientista político Ricardo Costa de Oliveira, e pela professora Andréa Caldas, diretora do Setor de Educação, conta com a participação de 21 professores e professoras da Universidade e outros três convidados externos. Os encontros serão retomados a partir de 09 de abril; o curso encerram no dia 27 de junho. Maiores informações no site da UFPR.
sexta-feira, 16 de março de 2018
Dá para ser feliz no Brasil? O World Happiness diz que dá (veja o vídeo)
POR ET BARTHES
Quais são os países mais felizes do mundo? A resposta a essa questão está no relatório da “Felicidade Mundial” (World Happiness Report”, divulgado esta semana. A maioria dos países do Top 10 está na Europa - à exceção de Canadá, Nova Zelândia e Austrália - e os quatro primeiros lugares do ranking são ocupados por países nórdicos. Parece que nem mesmo o frio do inverno acaba com a felicidade deles.
Mas estranha é a posição do Brasil, que ocupa o 28º lugar da lista, acima de países como Japão, Espanha, Itália ou Portugal (para onde, vale lembrar, tem muito brasileiro mudando). Eis a questão. Os brasileiros têm mesmo razões para estar entre os mais felizes do mundo? Ou será que esse é um mito que vem sendo construído ao longo da história? O filme apresenta pelo menos uma razão de peso.
Quer saber mais? Então veja o filme.
quinta-feira, 15 de março de 2018
Assinar:
Postagens (Atom)