terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Cosip provoca pessadelas e suorres frias


POR BARON VON EHCSZTEIN
Guten Tag, minha povo.

Bullenhitze! Esdá calor aí? Se tiver sol, aproveidem porque ainda é de graça. Porque no horra de acender o luz, muita xente vai ter pessadelas e suorres frias por causa do tal Cosip. Voll geil! É parra essas kommunisten aprenderrem a nón reclamar. Estón sempre a falar que a nossa querida Udo nón tem ideias? Entón tomem lá um ideia luminoso: mudar o taxa do Cosip para aumentar o arrecadaçón. E quem paga? Nem é um ideia luminoso… é brrilhante. 

Foceis virón as verreadorras? Só três forram contra o mudança. Keine sorgen! Agorra foceis xá sabem por que a nossa querrida Udo é o prefeita móns limpas. É porque ele nón põe o món no massa e deixa as verreadorras fazer a servicinho. Sabe aquele eslogan “não tem segreda, tem trabalha”? Ezdá certo. Porque dá muito trabalha eleger um câmara de verreadorras só de ovelhinhas, parra fazer o que o prefeita quer. 

E tem troco para essas kommunisten que vivem a chatear. Fremdschämen! O nossa querida prefeita fai trocar aquelas luminárrias fermelhas que o Garlito Merrrrrs colocou parra fazer propaganda da Partido das Trabalhadorres. Fai ficar tudo mais bonito e sem propaganda desses kommunisten que só querrem complicar o vida do xente trabalhadorra de Xoinville. Schwein gehabt!

Kräht der Hahn früh auf dem Mist, ändert sich das Wetter, oder es bleibt, wie es ist. Quer disser: esdá tudo certinho. Agorra os kommunisten nón cantam mais de galo. Ah... e se hoxe à noite estiver calor, nón ligue a ar condicionada e nem o ventoinha. Porque o conta pode sair carra. 

Palavra do barón. Was für eine Sauwetter!

Cocôsip


segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

O Robin Hood da Cosip


POR JORDI CASTAN


Com quatro anos mais para fazer maldades, o prefeito e sua equipe não dormem no ponto. A sua mais recente malfeitoria é o aumento da COSIP (Contribuição da Iluminação Pública). Há, na Câmara, um projeto de lei para - com a escusa de mudar a fórmula de cálculo -, aumentar o valor e punir uma parcela importante da população. E essa parcela vai pagar muito mais do que paga hoje. O projeto é ainda mais perverso, porque se por um lado cobra mais das residências, passa a cobrar menos das indústrias e das grandes superfícies comerciais.



Para poder comparar os valores propostos na tabela (em anexo) as residências que consumem até 200kw por mês pagariam R$ 9,00. Já a partir de 201kw o valor passaria para R$ 21,50 por mês. Por que um salto tão significativo na tabela? Mais interessante ainda é o valor máximo cobrado dos grandes consumidores. Para estes se define um teto de R$ 110 por mês. Isso que dizer que uma grande indústria têxtil localizada na Rua Dona Francisca, por exemplo, só pagara R$ 110. O mesmo valor que será cobrado de qualquer um dos shopping centers da cidade e das maiores indústrias de Joinville.

Os vereadores, antes de aprovarem um absurdo como este, devem perguntar quanto pagam hoje os maiores contribuintes. Se faz sentido reduzir a sua contribuição. Fica a impressão de que o novo projeto de lei está feito na medida certa para beneficiar os maiores contribuintes, que pagarão menos, e punir todos aqueles que consomem mais de 201kw.

Se só isso já fosse um absurdo e merecesse estudos e analises mais detalhados dos vereadores, seria bom ver como e em que se usa a COSIP. Porque o prefeito, que assumiu com o discurso de cuidar de cada centavo, não tem administrado muito bem os recursos da COSIP. É caso para lembrar a troca das luminárias que tinham sido instaladas faz menos de 5 anos. Bom lembrar que a vida útil de uma luminária é de mais de 20 anos, se adequadamente mantida.


Os sinaleiros tiveram as suas lâmpadas trocadas por leds. Ótima notícia para o contribuinte, que sabe que agora esta conta custa 1 milhão a menos por ano. Se gasta menos com as lâmpadas de leds, por que aumentar?

As imagens mostram 4 mil luminárias jogadas pela Prefeitura. Notícias veiculadas na mídia local em 2014 e 2016, portanto na gestão anterior. O descaso com os recursos públicos arrecadados pela COSIP é evidente. Aprovar este aumento, com esta tabela é uma sem-vergonhice. Aliás, quem teve a desfaçatez de elaborar uma proposta como esta só pode ser inepto ou desonesto.





sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Crônica de um dia com o SUS e a economia burra do gestor



POR ANTONIA GRIGOL

Este ano meu propósito era não reclamar de Udo Dohler. Afinal, não votei nele. Meu propósito era reclamar de quem votou e escolheu ser mandado pelo dono da cidade. Um homem que despreza trabalhador e trabalhadora, que nos acha indolentes e relaxados. Mas os fatos batem à minha porta:

1. Faço a defesa intransigente do SUS e, para quem não entende o que significa intransigência, defendo que ninguém tenha outras formas de assistência que não seja o SUS.

2. Ontem, usei o SUS para tomar banho, escovar os dentes e meu café (tudo garantido por agências reguladoras do SUS e Vigilância Sanitária). Mas estas ações do SUS não foram suficientes para eu não sentir dores articulares. Um dia dói o cotovelo, outro o joelho e as articulações das mãos doem todos os dias.


3. Procurei a Unidade de Saúde Costa e Silva no dia 12 de janeiro. Cheguei por volta de 08h20min, retirei a senha do acolhimento, expliquei a minha necessidade à enfermeira Marlene Serafim, que me encaminhou para consulta. 

4. No dia marcado fui cedinho. Fiz meu prontuário novo. A funcionária da recepção me orientou e encaminhou para a sala de espera em frente aos três consultórios médicos. Saquei da bolsa um livro da Edith Seligmann intitulado "Trabalho e Desgaste Mental". A mulher do meu lado ficou contando as lajotas. Outra lendo "50 Tons de Cinza" e a terceira uma revista.

5. Em poucos minutos já estávamos conversando. Primeiro foi uma disputa para saber quem tinha mais dores ou doenças, a saga nos consultórios médicos públicos e privados a consultas e exames pagos. Os remédios caros, comprados porque os SUS não garantiu. Enfim, uma bela sessão de "contação" de histórias.

6. Logo o papo rumou para a obesidade. Aí novamente as mulheres interagiram e falaram sobre os melhores alimentos. O que engorda e emagrece, as dificuldades com dieta e a luta para manter o corpo da artista da TV. As mulheres contavam suas histórias vividas e sentidas a seu modo, mas cada uma com a história mais importante. O terceiro assunto foi a comida para os filhos. Neste momento, houve divergências. Este, confesso, foi um momento tenso quando as mulheres/mães que estavam no banco responsabilizam as mulheres pela obesidade dos filhos. Ufa! Ainda bem que a cada quarto de hora três saiam do papo porque eram chamadas para os consultórios e eu fui ficando sozinha. Aí escutei "Antonia". Era o meu médico me chamando.

7. O profissional médico Rafael Gorges Werlichl, recém-chegado de Pirabeiraba com muitos elogios dos moradores do distrito, ouve minhas queixas, faz algumas sugestões e solicita os exames laboratoriais. E me encaminha para o agendamento dos exames.

8. Retorno para a recepção e escuto o farmacêutico chamar a senha 189. Tinha tanta gente que fiquei meio tonta. Aí encontrei uma técnica de enfermagem. Sempre simpática, me cumprimenta e fala “hoje está corrido, estamos em duas técnicas para atender todo mundo". Eu, que ia perguntar qual o caminho para realizar a minha vacina atrasada da hepatite, me calei e pensei. Como duas técnicas de enfermagem dão conta de toda esta gente? Impossível não adoecer. Mas o governo do Udo Dohler investiu pesado quatro anos em campanhas para denigrir a imagem dos trabalhadores do setor público. E se, naquele momento, uma delas demonstrasse cansaço, as pessoas iam achar que era preguiça.

9. Então peguei a senha para agendar os meus exames. Eu sentei e fiquei olhando para as pessoas, seus movimentos, suas expressões. Também olhei para as paredes e vi um belo painel com fotos de pessoas. E me dei conta que Udo Dohler é excludente até no painel. Pareciam fotos do Facebook. Só gente rindo, feliz. Achei bonito. Mas nenhuma pessoas com deficiência... Fui chamada. Demorei para perceber que era eu. Quase perdi a vez... a recepcionista precisou chamar duas vezes. Então sentei em frente ao computador entreguei minha solicitação. Eram 9h17min e a menina da recepção gentilmente explica que não tem como marcar meus exames porque a cota do dia terminou e que somente na segunda-feira às 7 horas da manhã nova cota será liberada. Orientou-me a voltar nesse dia.

10. Aí meus pensamentos voaram para 2012, quando fui gestora e que os exames eram na hora. Mas agora são os tempos de Udo Dohler e ele cortou 65% do orçamento. Eu com as dores... vim para casa. Se eu estivesse trabalhando teria perdido três dias de trabalho para ir à unidade de saúde. Como ficaria minha situação no trabalho?

11. Porque as unidades de saúde ficam abertas ao meio-dia se o exame que eu preciso marcar só pode ser às 7 horas. E tem que estar no limite do horário, porque às 8 e pouquinho terminam as cotas para a cidade inteira?

12. Porque tão poucos funcionários para atender toda a demanda? E quando elas adoecerem quem vai devolver a saúde?

13. Enfim, só restou esperar segunda-feira para ir marcar o exame. Mas se o gestor estivesse preocupado com a economia, teria assegurado que meu problema fosse resolvido antes. Por quê? Porque a cada vez que vou a unidade gero mais custos para o SUS. Porque utilizo toda a estrutura de saúde da unidade, luz, água, funcionários, etc. Recursos que, se fossem utilizados uma única vez, tudo bem. Mas três para a mesma finalidade? A economia burra de Udo Dohler e sua equipe não dá conta de enxergar isto.