sábado, 10 de setembro de 2016

CHUVA ÁCIDA 5 ANOS - Rodrigo Bornholdt














POR RODRIGO BORNHOLDT

No início do século passado, o jurista Rui Barbosa aplicava ao fazer jornalístico o seu aguçado sentido de dignidade e ética: “A imprensa é a vista da Nação. Por ela é que a Nação acompanha o que lhe passa ao perto e ao longe, enxerga o que lhe malfazem, devassa o que lhe ocultam e tramam, colhe o que lhe sonegam, ou roubam, percebe onde lhe alvejam, ou nodoam, mede o que lhe cerceiam, ou destroem, vela pelo que lhe interessa, e se acautela do que a ameaça”.

Outro grande brasileiro, o jornalista Cláudio Abramo, menos de um século depois nos presenteava com sua definição lapidar e sucinta do que deve ser o jornalismo: "... a prática diária da inteligência e o exercício cotidiano do caráter".

A chegada das mídias sociais permitiu a disseminação de notícias, mas além delas, também de boatos, opiniões e factoides. Cabe, assim, ao próprio leitor, a responsabilidade de se formar e de se informar adequadamente. No mundo digital, é necessário filtrar o que se recebe. 

Ocorre que, dentro dessa babel informacional, misturam-se teóricos da conspiração, fanáticos de todos os quadrantes políticos, farsantes pagos e lunáticos vocacionais. Mas, sabendo garimpar, é possível encontrar alguns oásis nesse deserto de irresponsabilidade.
O Chuva Ácida é um bom exemplo de espaço democrático, plural, arejado e instigante na internet, onde invariavelmente expressam-se opiniões relevantes sobre temas candentes, graças à heterogeneidade dos seus autores.

Sou leitor assíduo, principalmente pelo seu enfoque local e seu caráter alternativo, onde podemos encontrar o que raramente vemos publicado na mídia tradicional, como a defesa da cota 40, discussões sobre a LOT, denúncias de uso da máquina pública e mau uso de recursos públicos. 

Como se pode verificar na área de comentários, é quase impossível agradar a todos, mas, ao contrário do que ocorre com o Facebook, onde muitas vezes as pessoas acabam se encapsulando em uma taba de amigos fundamentalistas, seja lá do lado que for, no Chuva Ácida somos obrigados a nos confrontar com textos que, a princípio, podem nos desagradar, mas que, muitas vezes, abalam algumas de nossas convicções petrificadas.

O Chuva Ácida cumpre, pois, um papel que deveria também caber à mídia tradicional: o de garantia do pluralismo e de discussão de temas relevantes. Não poucas vezes, deparo-me com programas da televisão fechada em que os convidados tem sempre a mesma visão a respeito dos assuntos pautados, sejam eles políticos ou econômicos. É a tentativa de buscar hegemonia onde deveria haver discussão e abertura de ideias para que o próprio cidadão pudesse formar sua convicção. 

Podendo ser panfletário, pois que alternativo, resolveu o “Chuva” praticar jornalismo de verdade, abrindo espaço às mais variadas tendências e opiniões. Consegue, também, ser universal sem perder o local. Fala do cotidiano e de questões da cidade sem cair num provincianismo embolorado!

Por isso saúdo a permanência dessa iniciativa que, ao completar cinco anos, gerou brigas, discussões e discórdias, próprias a uma sociedade viva e democrática. Cumpre-se, assim, o importante papel de remexer o lodo acumulado no fundo das nossas frágeis certezas.
Que venham os novos debates!




Rodrigo Bornholdt é advogado,
doutor em direito
e professor universitário
https://www.facebook.com/profile.php?id=100000767593191&fref=ts

CHUVA ÁCIDA 5 ANOS - Carlito Merss



POR CARLITO MERSS

Joinville, 2011.
Céu avermelhado, bafo, sufoco, difícil de respirar.
A gente olha pros lados e até dá um desâmino.
Mas daí sopra o vento, o ar fica mais leve e vem a chuva.
Chuva pra lavar a alma e limpar nossos pecados.
Chuva pra descarregar as energias ruins e deixar a água levar.
Nada como um banho de chuva pra gente sorrir de novo e seguir em frente.

Joinville, 2016.
Tá tudo dominado.
A grande mídia controla a informação e molda o pensamento.
As verdades únicas apontam as setas para quem discorda.
A saída parece ficar pequena e o corpo quase desiste da luta.
Mas daí a internet abre a janela para o mundo, as ideias começam a respirar.
E lá vem outra chuva, dessa vez ácida, corrosiva, queimando as línguas e torrando o cérebro.
Trocando a pele nós renascemos.

Viva as diferenças, viva o pensamento livre.

Deixa o Chuva Ácida nos molhar por muito anos!






Carlito Merss é economista,
professor e e ex-prefeito
de Joinville
https://www.facebook.com/carlitomerss/?fref=ts

CHUVA ÁCIDA 5 ANOS - Ivan Rocha



POR IVAN ROCHA

Uma das principais ferramentas para a dominação de uma classe sobre a outra é o controle dos meios de comunicação. Com o monopólio da comunicação, a classe dominante consegue pautar o debate social, influenciar a formação das opiniões, acender um debate ou esmaecer outro. Pode destruir reputações, aumentar a auto-estima ou construir “mitos”, mesmo que estes sejam crápulas da pior espécie. Mais do que tudo isso, dominar a comunicação é ter poder. E poder é dinheiro.

Todos aqueles e aquelas que tem interesse e agem na construção de uma cidade melhor, democrática de verdade, sabem a importância da democratização da comunicação. Uma verdadeira ampliação das diferentes vozes na sociedade, uma vigilância constante dos poderosos e suas falcatruas, uma divulgação digna da riquíssima cultura brasileira e humana.

Por isso, saúdo os cinco anos do Chuva Ácida. Um site que tem um compromisso com a democracia, com a pluralidade e com o pensamento crítico. Que, na falta de um jornal que faça isso, atua na vigilância sobre os poderosos e governantes que tentam fazer da cidade um balcão de negócios.

O Chuva Ácida entrou na briga ao lado do povo e contra interesses particulares em diversas causas, como a Cota 40, a LOT, o transporte público e as ciclovias. Também arrumou brigas com vereadores e com a prefeitura, sempre apontando questões que eles queriam deixar longe holofotes. Por isso, o Chuva Ácida é um coletivo que diariamente reafirma seu compromisso, como nós do PSOL, ao lado do povo.

Parabéns e vida longa ao Chuva Ácida.




Ivan Rocha é tecnólogo
em marketing e trabalha
na empresa
Aqui Tem Promoção.
https://www.facebook.com/ivanrocha50?fref=ts

Como fazer filmes de campanha eleitoral

POR ET BARTHES

Ser marqueteiro de político é difícil? Segundo este filme, parece que não. É só seguir o roteiro apresentado. Aliás, tem muita gente na política atual que ainda segue essa fórmula. Veja só como é fácil.

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

CHUVA ÁCIDA 5 ANOS - Ricardo Lautert














POR RICARDO LAUTERT

Os cinco anos do blog Chuva Ácida coincidem com minha chegada na cidade. Logo nos primeiros meses apresentaram-me um canal alternativo à grande imprensa.
É com esta característica principal que consigo definir melhor o significado do Chuva para a cidade: um meio de comunicação e informação que possibilita uma outra visão sobre os acontecimentos da cidade e do país. Toda iniciativa que corre por fora da opinião dos grandes monopólios de comunicação deve ser valorizada.

Em momentos políticos como esse que vivemos (impeachment, ataques aos direitos trabalhistas), a imprensa exerce um papel fundamental na construção de uma opinião. Não é a toa que grande parcela da população vê apenas duas saídas. Ainda vê nas eleições a solução de grande parte de seus problemas e, também com influencia da grande mídia, vê apenas duas saídas:

1- Esta que dirige o país com Temer/PMDB.
2- O Respeito à democracia e esperar novas eleições em 2018 com Dilma/PT a frente.

Provando a pluralidade e abertura desse espaço. Acreditamos que seja necessário construir um terceiro campo, alternativo a esses dois blocos citados acima, por fora das eleições. É necessário mais do que nunca a unidade da classe trabalhadora, da juventude e do povo pobre para derrotar todos os ataques capitaneados por Temer neste momento. E neste sentido, no meio dessa situação política e econômica do país, a liberdade destes espaços como o Chuva Ácida serão essenciais para a veiculação das opiniões a margem da grande mídia.

Parabéns ao Chuva e o desejo da massificação de instrumentos como este.



Ricardo Lautert
é professor da
Rede Estadual
de Educação