segunda-feira, 27 de abril de 2015

Uma bela história no céu das letras

POR ET BARTHES


É uma daquelas histórias que deixam um sorriso nos lábios.

Agora virou deboche!!!

POR JORDI CASTAN


Escrevi aqui no Chuva Ácida, faz agora um mês, sobre a sucessão de erros e o excesso de incompetência com que esta administração tem tratado a duplicação da avenida Santos Dumont. (Transito mata mais que homicidios em Joinville)

Na semana passada a imprensa noticiou as mudanças no projeto, para tentar concluir a obra. Não li nenhum pedido de desculpas, nenhum ato de contrição, nenhum reconhecimento por parte dos responsáveis pelos erros cometidos. As alterações divulgadas até agora reduzem a qualidade da proposta original, comprometem a efetividade e o impacto da "duplicação", que a partir de agora só deveria ser citada entre aspas para não confundir o contribuinte.

Pessoalmente acho que esta nova proposta põe definitivamente una pá de cal em qualquer esperança que o eleitor poderia ter que esta fosse uma administração modelar. Aquela que assentaria as bases, traçaria as linhas estratégicas e definiria o perfil da Joinville dos próximos 30 anos.

Sem nenhum projeto estruturante, sem nenhuma visão estratégica, sem um modelo de cidade moderno e eficiente, a Joinville que possa surgir desta gestão é uma cidade mediana. Uma cidade que pensa pequeno, planeja pequeno e executa ainda menor.

Sem uma visão de cidade, o que está proposto são ações pontuais, que a cada dia parecem mais eleitoreiras que estruturantes. O resultado é evidente. O que era para ser asfalto novo, agora virou recapamento. O que era para ser duplicação se converteu em um meio binário e um trecho duplicado onde menos é preciso. As outras duplicações anunciadas não devem sair do papel. E por aí vai. 

Se alguém acredita que haja nessa gestão municipal a competência necessária para planejar a Joinville do futuro, sugiro que assine certificado de estultice em grau máximo e que encaminhe para a secretaria de idiotia e candidez. Em tempo, quando Millôr escreveu a frase: "Vocês já observaram o refinamento, o cuidado, o extremo acabamento - claro, a bom custo - com que neste país se exerce a incompetência?"

Fica a impressão que ele estaria se referindo especialmente a Joinville

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Não é só pela depressão


POR VALDETE DAUFEMBACK NIEHUES 


Há pouco mais de duas semanas, no percurso ao trabalho, ao ligar o rádio reconheci de imediato o tom agressivo da voz do comentarista Luiz Carlos Prates, como um pitbull da moral a rosnar contra o movimento Orgulho Gay. Exclamou ele: “... como ter orgulho de ser doente?!” De pronto, desliguei o rádio. Pensei: “O dia está apenas começando e meu humor não pode ser afetado por grosserias intencionalmente ofensivas”.

Mas evidentemente que fiquei meditando sobre o que acabara de ouvir. Não, aquelas palavras não poderiam ter sido emitidas por alguém com capacidade de raciocínio, de leitura e de, no mínimo, bom senso. Será que existem pessoas dispostas a consumir esse tipo de informação? 

Já fazia muito tempo que não conseguia ouvir um comentário na íntegra deste sujeito desrespeitoso e sem noção de qualquer valor humanístico, que costuma se colocar como um deus da verdade, com direito a julgar, de forma torpe, quem quer que seja só porque tem a condição de se esconder atrás de diplomas acadêmicos que, sinceramente não sei como os conseguiu.


Não o conheço pessoalmente, mas pela abordagem de seus comentários, cada vez mais agressivos, distanciados e dissociados da realidade, suscitavam-me dúvidas quanto ao índice de audiência ou de credibilidade, pois seria apostar na ingenuidade e desinformação dos telespectadores, ouvintes ou leitores, que ao consumir conteúdos preconceituosos não tivessem a prerrogativa da crítica. 

É neste ponto que entendo o aspecto da demissão do referido comunicador uma semana depois do tal comentário que escutei via rádio. Soube por outros canais de comunicação de que sua demissão foi motivada por um comentário sobre pessoas que sofrem de depressão, aos chamá-las de “covardes existenciais”.

Ou seja, sem adentrar na questão imediata de sua demissão por ser demais revoltante e desrespeitosa com milhares de pessoas, é certo que a sua visão torpe sobre as relações humanas já não mais contribuía para fidelizar consumidores de informação, tão necessário em qualquer meio de comunicação diante da “guerra” de concorrência entre empresas. 

No entanto, esta não é a primeira vez que o sujeito foi desligado de empresa de comunicação por emitir desastrosa opinião sem qualquer fundamento que sustente sua verdade particular constituída a partir de uma irresponsabilidade comunicacional, talvez por já não mais ter o que dizer para assegurar o seu papel de comunicador impactante, base sobre a qual construiu a sua fama.


A sua irresponsabilidade demonstrou não ter limites quando se trata de estufar o peito para atacar a todos que não estejam dentro de um conceito que sua visão moralista considere ser o mundo perfeito, preferencialmente, com contornos que expressem os valores cruéis de uma política militar autoritária.  
Vá pra casa, Prates! Vá destilar o teu recalque, o teu ódio no silêncio do teu espaço privado onde ninguém mais possa ouvir os teus julgamentos patéticos e preconceituosos sem assim desejar, mas tão somente por estar conectado a um meio de comunicação.

Espero não vê-lo mais sentado em frente às câmaras exibindo as técnicas de oratória (na avaliação de alguns entendidos no assunto, exemplar), enquanto semeias ideias equivocadas com requintes de ódio em relação aos temas apresentados, sem o mínimo de discernimento intelectual que justifique o sentido das frases de efeito ofensivas, revestidas sob o manto da moral e dos bons costumes de “gente de bem”. 

Não me deprima!