sábado, 20 de abril de 2013

Em defesa do bom jornalismo

POR AMANDA MIRANDA
Defender o bom jornalismo em um cenário em que qualquer indivíduo tem o direito de se intitular jornalista é, também, um dever de ofício. Porque é deste cenário que brotam profissionais controversos, que sob a proteção do direito de liberdade de expressão mascaram preconceitos, maldades e interesses pessoais.

Muito mais do que uma carta endereçada a um comunicador específico, este relato é uma defesa da profissão e dos profissionais que prezam pela ética, pela pluralidade e pela informação de interesse público. É, também, o reflexo de uma esperança muito pessoal de que anunciantes, leitores e jornalistas comecem a se voltar para os adeptos dessa "imprensa" com o olhar crítico que eles merecem. 

Deixo claro que essa não é uma defesa do diploma. É, sim, uma defesa da ética e dos princípios que norteiam a profissão.

Por cautela, deveria me manter calada.
Por ofício e por prezar minha profissão, decidi por meu discurso à prova.


Desde o início da semana venho mastigando e tentando digerir críticas que, mesmo não sendo feitas a mim, me atingem como jornalista e como ser humano. Me fazem questionar a razão de o mercado ainda reservar espaço para pseudo-profissionais e franco atiradores que só pensam no seu próprio interesse, embora o vendam como interesse público.


Eu pensei durante muito tempo que esse jornalismo ia morrer: ou porque iam matá-lo os bons profissionais ou porque ele próprio ia cometer suicídio, motivado por seus erros, seus desvios éticos, sua fragilidade técnica e seu indescritível zelo à politicagem e ao jogo de interesses.


Mas descobri que o mau "jornalismo" continua vivo e espera atingir alguma prosperidade. Em parte porque os anunciantes permitem, em parte porque os leitores permitem. Mas MUITO porque os jornalistas de verdade permitem (e aqui, não me entendam mal, não estou falando do diploma). Nós não deveríamos permitir que tantos equívocos se intitulassem como "a imprensa".


Meu recado agora vai direcionado ao "comunicador" e "editor-chefe" do Jornal da Cidade João Francisco da Silva.


João, eu gostaria de ter lhe escrito antes. Lá no ano passado, quando você ofendeu um amigo querido com as piores palavras possíveis. Quando você foi notícia em portais nacionais por seu discurso homofóbico e cruel. Mas silenciei e hoje me arrependo.
Que bom que nunca nos cruzamos em uma redação por aqui. Porque somos de escolas radicalmente opostas. O jornalismo em que eu acredito, o jornalismo que eu estudo e do qual me orgulho não ofende e não denigre, muito menos motivado por interesses pessoais.


O jornalismo que eu gosto e sei fazer é plural. E não só porque plural é uma palavra bonita, mas principalmente porque parto da certeza (sim, essa é uma das poucas certezas que tenho na profissão) de que, quando critico um cidadão, é indispensável ouvi-lo, citá-lo, assegurar a ele o direito de resposta.


O jornalismo que eu gosto e sei fazer é movido pelo interesse público e não pelo MEU interesse. Ora, não venha me dizer que suas críticas não são pessoais. Nem os ingênuos acreditariam que uma verdadeira e hostil perseguição a dois excelentes profissionais são motivadas por questões técnicas. Se fossem, você e alguns dos seus amigos não seriam os únicos a reclamar.


Por fim, gostaria de lhe dizer, lamentando muito, que o senhor desconhece totalmente o papel de um assessor de imprensa de órgão público. Lembro que a palavra PÚBLICO fala por si só. E que não é para o senhor e para nenhum dos seus amigos que um assessor de órgão público trabalha. É para a sociedade. E nesta sociedade, incluem-se os jornalistas que fazem o bom uso da informação, que buscam o contraponto, que constróem uma visão de um fato amparado em fontes, dados, observação. Desta sociedade, excluem-se profissionais que perseguem, que humilham, que oprimem, que chacotam e que vociferam arrogância, calúnia e má fé.


E se por algum motivo você quiser me incluir entre os seus perseguidos, fique bem à vontade. A justiça está aí para isso. Certamente não será nem o primeiro, nem o último processo que o senhor irá responder.


Amanda Miranda é jornalista e professora.

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Padre distribui água benta com arma de brinquedo

ET BARTHES
A briga para conquistar fieis anda acirrada. E este padre mexicano não deixa por menos. Tem a batina com super-heróis, como o Batman ou Superman, e distribui a água benta com uma pistola de brinquedo. A reportagem é em inglês, mas as imagens explicam tudo...


Um sinalzinho, por favor


POR FELIPE SILVEIRA

Udo, o aprovado, governa Joinville como prometeu. Com certa, digamos, firmeza. Corta aqui, cancela ali, fecha aquela outra coisa, demora pra nomear aqui, aperta lá... Ao mesmo tempo, porém, sinto falta de ver pelo menos alguns sinais de outras promessas de campanha, principalmente nas áreas da cultura, da mobilidade, do esporte e do lazer.

Uma dessas promessas, por exemplo, foi feita pelo vice-prefeito Rodrigo Coelho, ainda durante a campanha, sobre a gestão no campo da cultura, no qual ele acumula a função de presidente da Fundação Municipal de Cultura (FCJ). Comprometeu-se, à época, que o Conselho Municipal de Políticas Culturais seria protagonista da gestão, com base no Plano Municipal de Cultura. Não é isso que se vê, baseado em relatos (diversos) de conselheiros sobre reuniões convocadas às pressas pela fundação e coordenadas de forma leviana. O resultado de atitudes como essas aparecem na forma de diminuição de verba do Simdec sem o devido diálogo com o setor. O que não surpreende, já que, me parece, pelo menos, que a gestão está mais preocupada “obras” vistosas, mais chamativas, como a reabertura do Museu da Bicicleta. Tenho minhas dúvidas sobre como essa visão de cultura contribui de fato para o desenvolvimento da cultura em Joinville.

Para citar um exemplo do tipo de sinalização que eu gostaria de ver, sugiro a leitura deste post do site "Vá de bike”. É uma entrevista com o novo secretário de transportes da cidade de São Paulo, Jilmar Tatto, do governo petista de Fernando Haddad. Entre os planos do governo para a área estão a construção de 150 km de ciclovias, o estímulo ao compartilhamento das ruas, a redução de velocidade dos automóveis, a integração com terminais de transporte público e um sistema de aluguel de bikes que pretende colocar 50 mil magrelas nas ruas de Sampa.

O que São Paulo está fazendo? Está simplesmente copiando os bons exemplos de cidades como Copenhague, Amsterdam, Portland, Londres e Barcelona, entre muitas outras. Está, simplesmente, adotando práticas que atacam a causa do problema do trânsito caótico (para quem ainda não sabe, a priorização do automóvel individual como meio de transporte). Em Joinville ainda estamos pensando (poder público, entidades de classe, empresários e classe média sofredora) que a solução é a abertura e o alargamento de vias, como a duplicação de avenidas e construção de elevados.

Para finalizar, tenho uma reclamação pessoal. Costumo jogar basquete no Parque da Cidade e muitas vezes faço isso depois das dez, após as aulas. Pra minha surpresa, pela primeira vez cheguei no parque e encontrei as luzes dos postes apagadas (foto), o que prejudicou muito o treino. Talvez tenha sido um fato isolado e as luzes voltem a estar acesas amanhã, mas isso me leva a outra reclamação que é constante neste meu espaço do Chuva Ácida: onde estão os outros espaços de lazer e prática esportiva desta cidade? Onde mais eu poderia jogar basquete ou vôlei ou outra coisa? Não sou funcionário de nenhuma empresa com recreativa e, portanto, não posso usar o espaço dos trabalhadores destas empresas. Quais são as opções dos outros cidadãos?

Perguntar não custa nada, né? Enquanto isso, fico por aqui, no aguardo de novas sinalizações.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

O assustador momento da explosão em Boston

POR ET BARTHES
Um corredor que participava da Maratona de Boston captou a imagem da explosão da bomba. Se visto no vídeo e sabendo o que vai acontecer é assustador... imagine na hora.