sábado, 9 de março de 2013
sexta-feira, 8 de março de 2013
ONU lança música em homenagem às mulheres
POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
É a primeira vez que a ONU tem um tema
musical e foi lançado ontem, para comemorar o Dia Internacional do Mulher. A música “One Woman”, que reúne artistas de todo o mundo (Bebel Gilberto e Ana Bacalhau representam Brasil e Portugal) fala de mudança e celebra a coragem das mulheres. Não aquelas que aparecem nas manchetes dos jornais, mas mulheres comuns que, com determinação e atos por vezes simples, dão um contributo extraordinário para o desenvolvimento das suas comunidades. A
produção do vídeo tem a assinatura da ONU Mulheres, organização encarregada
de promover o avanço da questão do gênero em todo o mundo.
"One Woman” reúne intérpretes e músicos
de todas as regiões do planeta. E se a presença feminina dá o tom da música,
também há a participação de homens. Todos voluntários, claro. O clip tem a participação de Ana Bacalhau (Portugal);
Angelique Kidjo (Benin), Anoushka Shankar (Índia); Bassekou Kouyate (Mali);
Bebel Gilberto (Brasil); Beth Blatt (EUA), Brian Finnegan (Irlanda); Buika
(Espanha); Charice (Filipinas); Cherine Amr (Egito); Debi Nova (Costa Rica);
Emeline Michel (Haiti); Fahan Hassan (Reino Unido); Idan Raichel (Israel); Jane
Zhang (China), Jim Diamond (Reino Unido); Keith Murrell (UK); Lance Ellington
(Reino Unido); Marta Gomez (Colômbia), Maria Friedman (Reino Unido); Meklit
Hadero (Etiópia); Rokia Traoré (Mali); Vanessa Quai (Vanuatu); Ximena Sariñana
(México); Yuna (Malásia).
Vamos ouvir... a letra está depois do vídeo.
Vamos ouvir... a letra está depois do vídeo.
In
Kigali, she wakes up,
She makes a choice,
In Hanoi, Natal, Ramallah.
In Tangier, she takes a breath,
Lifts up her voice,
In Lahore, La Paz, Kampala.
Through she’s half a world away,
Something in me wants to say -
We are One Woman
You cry and I hear you.
We are one Woman
You hurt, and I hurt, too.
We are One Woman
Your hopes are mine
We shall shine.
In Juarez she speaks the truth,
She reaches out,
Then teaches other how to.
In Jaipur, she gives her name,
She lives without shame,
In Manila, Salta, Embu.
Though we’re different as can be,
We’re connected, she with me -
We are One Woman
Your courage keeps me strong.
We are One Woman
You sing, I sing along.
We are One Woman
Your dreams are mine
We shall shine
We shall shine -
And one man, he hears her voice.
And one man, he fights her fight.
Day by day, he lets go the old ways,
One woman at a time.
We are One Woman
Your victories lift us all.
We are One Woman
You rise and I stand tall.
We are One Woman
Our dreams are mine
We shall shine
Shine, shine, shine -
She makes a choice,
In Hanoi, Natal, Ramallah.
In Tangier, she takes a breath,
Lifts up her voice,
In Lahore, La Paz, Kampala.
Through she’s half a world away,
Something in me wants to say -
We are One Woman
You cry and I hear you.
We are one Woman
You hurt, and I hurt, too.
We are One Woman
Your hopes are mine
We shall shine.
In Juarez she speaks the truth,
She reaches out,
Then teaches other how to.
In Jaipur, she gives her name,
She lives without shame,
In Manila, Salta, Embu.
Though we’re different as can be,
We’re connected, she with me -
We are One Woman
Your courage keeps me strong.
We are One Woman
You sing, I sing along.
We are One Woman
Your dreams are mine
We shall shine
We shall shine -
And one man, he hears her voice.
And one man, he fights her fight.
Day by day, he lets go the old ways,
One woman at a time.
We are One Woman
Your victories lift us all.
We are One Woman
You rise and I stand tall.
We are One Woman
Our dreams are mine
We shall shine
Shine, shine, shine -
quinta-feira, 7 de março de 2013
Tentativa de homicídio à sua frente
POR ET BARTHES
Você vai entrar no elevador e vê uma tentativa de homicídio a ocorrer. Vai fazer o quê?Relato de estudante da rede estadual que não pode estudar
Dia 05 de março de 2013, e ainda não temos aula na Escola de Educação Básica Professor Rudolfo Meyer. Enquanto todos os outros estudantes de Joinville estão em aula, nossa escola é uma das poucas interditadas que não está em aula, em outras escolas, por exemplo, os alunos foram transferidos para outras unidades, mas este não é o nosso caso. A nossa escola foi interditada um pouco depois que as aulas tiveram fim, dia 21 de dezembro. Tivemos entrega do boletim e a escola já havia sido interditada.
Pelo que eu sei as obras só começaram na metade, ou no final de janeiro, sendo que as aulas deveriam começar dia 14 de fevereiro. As obras ainda não estavam prontas na data marcada inicialmente para as aulas começarem, remarcaram então para dia 18, mas a vigilância sanitária mandou fazer mais algumas mudanças e o inicio das aulas ficou para dia 25. Era dia 25 e as aulas não haviam começado. As obras não estavam prontas, pela terceira vez o inicio das aulas foi transferido, desta vez para o dia 4 de março.
Na sexta-feira então (dia 1) liguei pra escola para saber se iria ter aula dia 4. A secretária disse que a vigilância sanitária iria dia 4 para desinterditar e dia 5 teria aula de certeza. Fui até a escola dia 4 e a vigilância pediu para fazer pequenos reparos, a aula foi adiada novamente. Não sabemos quando as aulas vão começar, já transferiram as aulas diversas vezes.
Na minha opinião a escola não tem culpa de nada, pra mim se o governo tivesse mandado verba logo quando a escola foi interditada não teria atrasado tanto e se a vigilância sanitária falasse de uma vez só tudo o que tinha pra fazer também não atrasava tanto, em três vezes que ela foi lá mandou fazer algo diferente, essa ultima vez (dia 4) mandaram arrumar algo que estava vazando no banheiro e substituir os tijolinhos do banheiro por janelas, mas porque eles não mandaram fazer isso a primeira vez que foram lá?
Por causa da falta de compromisso do governo e das diferentes mudanças da vigilância sanitária, que sim são necessárias, mas poderiam ter feito tudo de uma vez só, acabou atrasando a aula em quase um mês. E quem sofre depois é os alunos, pra recuperar matéria, ficar estudando nas férias e tudo mais. Espero que a aula comece ainda essa semana, porque os reparos são menores agora, os alunos não aguentam mais ficar sem aula, é realmente revoltante.
Fernanda Eliza, estudante do ensino médio na Escola de Educação Básica Professor Rudolfo Meyer
Pelo que eu sei as obras só começaram na metade, ou no final de janeiro, sendo que as aulas deveriam começar dia 14 de fevereiro. As obras ainda não estavam prontas na data marcada inicialmente para as aulas começarem, remarcaram então para dia 18, mas a vigilância sanitária mandou fazer mais algumas mudanças e o inicio das aulas ficou para dia 25. Era dia 25 e as aulas não haviam começado. As obras não estavam prontas, pela terceira vez o inicio das aulas foi transferido, desta vez para o dia 4 de março.
Na sexta-feira então (dia 1) liguei pra escola para saber se iria ter aula dia 4. A secretária disse que a vigilância sanitária iria dia 4 para desinterditar e dia 5 teria aula de certeza. Fui até a escola dia 4 e a vigilância pediu para fazer pequenos reparos, a aula foi adiada novamente. Não sabemos quando as aulas vão começar, já transferiram as aulas diversas vezes.
Na minha opinião a escola não tem culpa de nada, pra mim se o governo tivesse mandado verba logo quando a escola foi interditada não teria atrasado tanto e se a vigilância sanitária falasse de uma vez só tudo o que tinha pra fazer também não atrasava tanto, em três vezes que ela foi lá mandou fazer algo diferente, essa ultima vez (dia 4) mandaram arrumar algo que estava vazando no banheiro e substituir os tijolinhos do banheiro por janelas, mas porque eles não mandaram fazer isso a primeira vez que foram lá?
Por causa da falta de compromisso do governo e das diferentes mudanças da vigilância sanitária, que sim são necessárias, mas poderiam ter feito tudo de uma vez só, acabou atrasando a aula em quase um mês. E quem sofre depois é os alunos, pra recuperar matéria, ficar estudando nas férias e tudo mais. Espero que a aula comece ainda essa semana, porque os reparos são menores agora, os alunos não aguentam mais ficar sem aula, é realmente revoltante.
Fernanda Eliza, estudante do ensino médio na Escola de Educação Básica Professor Rudolfo Meyer
Não basta apenas deixar de ser machista
POR CHARLES HENRIQUE VOOS
Mais um dia internacional da mulher está chegando, e mais uma vez acompanhamos um cenário com poucas mudanças: setor publicitário, em sua grande maioria, tratando a mulher como triunfo masculino; moda alienando e julgando o corpo alheio; e uma mídia que promove tudo isto. Num processo de constante aprendizado, interlocução e autocrítica, decidi que para mim (e gostaria de repassar este recado para todos os homens), não basta apenas deixar de ser machista. É preciso falar sobre o sexismo e a discriminação que estão presentes em nossa sociedade.
Considero-me um homem que está deixando de lado o machismo impregnado, pelas vivências culturais e sociais nas quais estou inserido. É um processo difícil, pois requer muita atenção em pequenas ações e reações diárias. Piadas de mal gosto, opiniões que reproduzem um status quo maligno, e comportamentos perante algumas situações já não fazem mais parte de minha vida. Ainda há muito por fazer. Resolvi falar sobre isso aqui no Chuva Ácida até como alerta para abusos que presenciamos e nos omitimos.
Os dois principais eixos que visualizo problemas são a violência contra a mulher (física e moral) e a disparidade no onipotente "mercado de trabalho". Sobre este último, é inadmissível que uma mulher, ganhe uma quantia muito menor que um homem, para o mesmo cargo e com o mesmo tempo de experiência. Em Joinville esta realidade não é muito diferente! Segundo dados do IBGE, aqui em nossa cidade, um gerente homem tem uma média salarial mensal de R$3.700,00, enquanto uma mulher ocupando a mesma posição e trabalhando o mesmo número de horas, ganha em média R$2.400,00. Sem contar as horas trabalhadas com as tarefas domésticas, onde a mulher "perde" muito mais horas que o homem.
Qual a explicação para isto? Em uma sociedade desigual, sempre haverá aqueles "que passam confiança" em sobreposição aos que "não passam confiança". Isto, pela lógica capitalista, deveria ser proporcionado pela competência, mas, infelizmente, é a questão de gênero que conta. Se cruzarmos com a etnia, o número é muito mais assustador...
Sob outro aspecto, está difícil encontrar um período em que a mulher brasileira foi tão violentada como o atual. O bombardeio da mídia com um manual de regras para o corpo e comportamento é prova disso. "Seque em 7 dias", ou "como manter seu relacionamento saudável" (como se a culpa de tudo fosse só da mulher), "aprenda a fazer um sexo que agrade o seu marido",etc. Sem contar as igrejas que promovem a virgindade para a mulher antes do casamento, sem a mesma regra para os homens. Propagandas de automóveis, cervejas, e tantos outros segmentos que historicamente colocam a mulher em segundo plano. E a "Lei Maria da Penha" está aí para ser cumprida e rigorosamente aplicada.
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Esta revista, além de dizer como deve ser o corpo da mulher, também praticamente induz ao sexo anal para agradar o parceiro... |
Pode ser que você, homem, não se considere machista, mas acredite! Um deslize ou outro você sempre irá cometer, caso não se policie e mude os seus pensamentos. Estamos reproduzindo erros históricos sem perceber, tornando-nos opressores ao invés de agentes reprodutores da igualdade. Se você acha que isso tudo é besteira, me desculpe, mas você não tem o meu respeito. Antes de tudo somos pessoas, por mais que existam diferenças de comportamento entre homens e mulheres. E você mulher, que não vê problema algum em fatos como o da imagem acima... você está levando a sua vida com um cabresto ;)
Por mais que o meu processo de autocrítica seja infinito, é importante o debate. E é importante também lembrarmos que o dia da mulher é todo dia, toda hora, em todo lugar. E de todas as pessoas também, sem distinções de gênero, credo, etnia, situação econômica ou local de moradia! O 8 de março, para mim, é mais o dia da luta feminista contra a opressão, do que qualquer outra coisa.
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