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quinta-feira, 13 de outubro de 2011

A arte da Mentira Política

POR JORDI CASTAN

Recentes estudos comprovam o que todos já estamos carecas desaber. Todos mentimos. A diferença reside na quantidade de vezes e no tamanhodas mentiras.

Mark Twain escreveu que “ ninguém poderia viver com alguém quefalasse sempre a verdade". E é hoje que a sua afirmação se mostraprofética.

Especialistas fazem questão de diferenciar as pequenas mentiras,aquelas chamadas caridosas, como, por exemplo, quando alguém próximonos pergunta: você acha que engordei? Ou os contadores de histórias, Quandotodos sabemos que tudo não passa de um exagero ou de uma fabulação, neste grupoé fácil encontrar pescadores e namoradores. Que não podem ser colocadas nomesmo nível que aquelas proferidas pelos mitômanos profissionais, aqueles quetem como objetivo enganar, burlar e se aproveitar da boa fé dos outros.

Neste quesito ninguém consegue um refinamento maior que os nossos políticos.Inclusive já em 1600 o escritor britânico Jonathan Swift escreveu o seu tratadoda "Arte da Mentira Política", livro de leitura obrigatóriaem curso de graduação e doutorado, que mostra com todo luxo de detalhes arefinada técnica que deve ser desenvolvida para poder mentir comprofissionalismo.

Além da teoria, a arte da mentira requer a prática. E só a práticadiária leva a perfeição. Entre as dicas que devem ser seguidas à risca pelosmitômanos profissionais, destacam a de não estabelecer prazos curtos para aspromessas que se façam, porque podem ser verificados pelos eleitores. Por istonão é recomendável dar datas exatas para inauguração de parques, praças, PAs(Pronto Atendimentos), o asfaltamento de ruas ou a construção de binários.Sempre é necessário deixar a porta aberta para o imponderável, como chuvas,desapropriações ou raios.

Outro tema que merece ampla discussão é se o povo tem ou não direito a saber averdade. A opinião geral é que o povo formado por gente ignara e poucopreparada, deve ser enganado sistematicamente, que não pode e não deve, peloseu próprio bem, ser confrontado com a verdade.

É verdade, contudo, que frente às mentiras contumazes dos políticosprofissionais, o povo responde com as suas. Numa ingênua forma de resposta eequiparação, comentando e fofocando, que fulano engordou no governo, quecomprou casa na praia, ou que uma vizinha assegura que a mulher fez umaplástica, paga por um empreiteiro. Há quem assegure que aquela ex-miss teriasido a sua amante. Mentiras tolas, que o povo usa para tentar se equiparar averdadeiros profissionais da dissimulação e da truanice.