POR VANDERSON SOARES
Dias atrás
fui a Gramado a lazer e me encantei com esta cidade. Não tem semáforos, tem
muitas rotatórias, o trânsito para alguns segundos, mas logo flui novamente.
É
uma cidade altamente turística. Quase tudo ali gira em torno de turismo. As
construções são muito bem planejadas, a maioria em estilo alpino, lembram muito
a Suíça. O clima frio, os jardins floridos, as ruas bem cuidadas, os atrativos
turísticos, a proximidade com Canela, tudo ajuda na atração de turistas para
aquela região. Durante o ano todo há turistas, mas a grande ênfase é na Páscoa
e no Natal.
O
mais interessante em Gramado é que, com exceção do clima, nada do que existe
ali é privilégio natural da cidade. Tudo foi construído, pensado e planejado
para ser um polo turístico. O MiniMundo, a Aldeia do Papai Noel, as fábricas de
chocolate, o SnowLand, nada precisaria existir exatamente ali. E é nesse ponto
que quero chegar.
Joinville
tem privilégios que Gramado não tem. Temos uma área rural, estamos próximos da
Serra, estamos próximos do mar, temos história bem mais rica, temos gastronomia
e cultura alimentar próprios, temos o maior Festival de Dança do mundo e mesmo
assim o nosso turismo não deslancha, é pífio.
Quando
falo de turismo em Joinville, gosto sempre de citar Blumenau que, resguardadas
as devidas peculiaridades, é semelhante à Joinville. Blumenau, se não me engano
em 2003, começou a planejar o seu turismo. Não tenho conhecimento de meta ou
objetivo que traçaram, mas é fato que o turismo na cidade tem se desenvolvido
de vento em popa. A Vila Germânica é um grande Centro Turístico, o pessoal
vai lá para comer, beber, comprar souvernirs, para visitar os festivais, é um
local de encontro da cidade. Todo mês promovem um evento ou festival típico,
OktoberFest, SommerFest, Festival de Botecos, FestItália, FoodTruck Festival, e
sempre enche. Ao lado da Vila, estrategicamente, existe o Parque Ramiro Ruedger
que lota quase todos os dias com pessoas correndo, caminhando, pedalando ou
apenas passeando.
Joinville,
por sua vez, tem a Expoville e o Centro Comercial que formam a nossa “Vila
Germânica”. A Expoville recebe formaturas e congressos, estes últimos
contribuem para o turismo de negócios, mas ainda é pouco. Nossa cidade
“explora” 3 frentes de turismo: Rural, Cultural e de Negócios. Creio que
estamos falhando miseravelmente nos dois primeiros. Todos os anos, as
reclamações aumentam sobre o Festival de Dança, o incentivo ao Turismo Rural é
baixíssimo, o turista vem pra cá por algum motivo, mas não é incentivado a
desfrutar as belezas de Joinville.
Joinville
precisa planejar o seu turismo, investir em rotas, divulgação e trazer mais
gente que queira vir pra cá apenas por turismo, para aproveitar e conhecer a
cidade durante alguns dias. Joinville tem potencial para ser a capital nacional
do turismo, mas precisa deixar de focar apenas na indústria e investir em
formas de atrair o turista, desenvolver a economia criativa na região e,
principalmente, fazer a própria população joinvilense ir e restaurantes, querer
conhecer a sua cidade, seus pontos turísticos e históricos.
Você,
que mora em Joinville, já visitou o Museu Nacional de Imigração que fica aqui,
na frente da Rua das Palmeiras? Nossos cidadãos não tem o hábito de viver a
cidade. É preciso que nós mesmos valorizemos nossa riqueza.