segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Udo Dohler não quer se reeleger

POR JORDI CASTAN
Por muito que diga que será candidato,  por mais que seu partido e os comissionados apostem na sua candidatura, Udo Dohler não será de novo prefeito de Joinville. É dele - e de ninguém mais - a responsabilidade da sua não reeleição. O prefeito tem se esforçado em dinamitar todas as possibilidades.

Dificilmente conseguirá, entre o quadro efetivo da Prefeitura, os votos que obteve em 2012. Atrasou salários. Retirou benefícios. Não reduziu o tamanho da máquina pública. Manteve comissionados. Atrasou os repasses ao Ipreville. Conseguiu a união da classe em duas greves e a maioria dos funcionários públicos não esconde a sua frustração e descontentamento com o modelo de gestão.

Transformou Joinville em Buracoville. Buracos responsáveis até por fatalidades, que vão muito além do custo econômico de reparar pneus e amortecedores. Entre os 292 mil motoristas habilitados, é consenso que as ruas nunca estiveram tão mal. Tudo isso sem uma proposta concreta para o problema da mobilidade.

As obras públicas previstas não saíram do papel e as que ainda se alastram a passo de cágado manco são apenas remendos. Não são o que Joinville precisa e merece. Menção especial merecem as crateras que têm convertido as ruas da cidade  numa paisagem lunar. Cada vez é maior o número de motoristas que lembram do nome do prefeito, nem sempre com carinho, quando estoura um, ou pior dois pneus, no mesmo buraco.

Nada deteriora mais a imagem do administrador público que o estado de abandono da cidade. A imagem do prefeito como sindico é uma percepção cada vez mais forte e nem entre os seus defensores mais fervorosos há como negar que Joinville nunca esteve pior . É bom lembrar que 292 mil motoristas são votos demais para ser desprezados.

Tampouco está melhor a sua imagem entre os usuários do transporte coletivo. Joinville tem hoje a tarifa de ônibus mais cara do Brasil. Este fato por si só já evidencia a falência do modelo de transporte coletivo. É inaceitável que a tarifa de ônibus aqui seja mais cara que em São Paulo ou no Rio por citar dois exemplos. Ser notícia em nível nacional por ter a tarifa mais cara do país envergonharia qualquer administrador, e é ainda um atestado de incompetência na gestão da cidade. A revolta do usuário deverá se traduzir também em menos votos.

Os ciclistas são outro dos coletivos que dificilmente apoiarão a reeleição do prefeito. De nada servem os quilômetros e quilômetros de ciclofarsas. São só estatísticas que não enganam ninguém. Quem anda de bicicleta enfrenta riscos constantes pelo péssimo estado de conservação, pela má sinalização e pela ausência de um projeto estruturado que ligue uma parte da cidade a outra. Hoje o traçado das ciclofarsas liga o nada a coisa nenhuma, ameaça a vida dos ciclistas e tem ocasionado graves acidentes, inclusive fatais.

Tem o mérito de conseguir, em pouco mais de três anos, a quase total unanimidade, o número de eleitores que não votariam nele de jeito algum é cada dia maior. Interessante que esta posição seja também a cada dia mais aberta, mais clara. Ninguém mais esconde a sua decepção com quem se apresentou como um administrador com experiência e conhecimento.

Para quem chegou dizendo que o problema de Joinville não era de dinheiro e sim de gestão e hoje atrasa o pagamento de salários e de fornecedores, tem havido uma rápida deterioração da imagem de homem público, de gestor e de empresário. Na eleição passada, pesou na decisão do eleitor essa imagem. E o eleitor, que ainda não o conhecia, acreditou nela. Agora, o eleitor o conhece e sabe o quanto era só imagem e quanto é verdade. 

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Prefeito, converse com Joinville



POR VANDERSON SOARES
Eu votei em Udo Dohler para prefeito. Por vários motivos, mas principalmente por acreditar em sua honestidade e em sua capacidade de gerir recursos de modo satisfatório para o bom desenvolvimento e crescimento de Joinville.

Estou certo que este é um momento desafiador para todos os prefeitos e governadores do Brasil, seja pela baixa arrecadação, seja pelo momento de descrédito da política brasileira, enfim, é um momento delicado para qualquer pessoa pública que precise definir prioridades de investimento.

Muitos vereadores e assessores se aproveitam do momento para atacar o “Udo Gestor”, inclusive acredito que um ou outro vereador se reelegerá simplesmente por estar fazendo oposição a este governo.

Neste começo de ano tivemos notícias amargas e difíceis de aceitar como o aumento exorbitante do transporte público, o aumento da tarifa de lixo e o estado precário das ruas de Joinville que, em partes, foi causa de dois acidentes recentes envolvendo mortos e feridos. O que mais sinto falta neste momento é de uma explicação do executivo municipal. Um posicionamento, uma fala, algo que demonstre a preocupação e as ações para se resolver estes problemas. 

Acredito que Udo Dohler não presidiu a empresa Dohler com amadorismo e sorte, mas sim com talento e disciplina, adjetivos próprios de sua pessoa. O que me deixa inquieto e me faz escrever estas linhas é a falta de explicações, de comunicação, do corpo a corpo com a cidade.
Sinceramente, ainda acredito que ele está se saindo melhor do que os outros possíveis candidatos em 2012 em meio a equilíbrios econômicos, mas a comunicação está falhando. 

Claro que não me agrada buracos nas ruas ou o aumento da tarifa de transporte e lixo, mas o que mais sinto falta é de um comunicado, uma explicação, uma maior proximidade com o cidadão joinvilense. Falta criatividade para interagir com quem acreditou, e talvez ainda acredite, na capacidade de Udo Dohler em gerir nossa cidade.