POR JORDI CASTAN
Há músicas e músicas.
A boa música é eterna, não cansa, não fica repetitiva. Podemos nos deliciar com
ela por dias a fio. Mas há outras que rapidamente cansam. São essas que
ficam de moda com facilidade e que em pouco tempo saturam, enjoam.
A música deste governo
já esta tocando faz um tempo e está começando a ficar repetitiva. Fica tão
repetitiva que mais parece mantra que música. Planejar a Joinville dos próximos
30 anos é um discurso bonito. Tenho conhecidos que até acreditam que, por trás do
discurso, há conteúdo e que o tempo vai mostrar.
As notas que compõem a melodia são: necessidade de aprovar a LOT, para evitar que Joinville pare. A importância de receber multinacionais para fazer crescer a economia. E os investimentos em duplicações e elevados para resolver o problema da mobilidade. Todas elas, pautas iminentemente de interesse empresarial e, mais concretamente, dos maiores da cidade. Para poder dar um ritmo mais popular, a melhoria da saúde é o estribilho.
As notas que compõem a melodia são: necessidade de aprovar a LOT, para evitar que Joinville pare. A importância de receber multinacionais para fazer crescer a economia. E os investimentos em duplicações e elevados para resolver o problema da mobilidade. Todas elas, pautas iminentemente de interesse empresarial e, mais concretamente, dos maiores da cidade. Para poder dar um ritmo mais popular, a melhoria da saúde é o estribilho.
Sobre a LOT já tem se
falado e escrito muito. Os dois lados
estão bem em evidência. Há os desenvolvimentistas (a todo custo e a
qualquer preço). E há a sociedade, que quer entender melhor, conhecer mais e
que defende a preservação da qualidade de vida. O modelo econômico baseado na
atração de grandes indústrias, principalmente multinacionais, tem o seu encanto e
atrai com facilidade o interesse dos políticos, ainda mais quando se inclui a
festa de inauguração de uma nova unidade industrial.
Mas é um modelo econômico concentrador de renda e, na maioria dos casos, a riqueza aqui gerada não fica na região. Há ainda o discurso da geração de emprego e esquecem os políticos de novo que o maior gerador de emprego no mundo são as PMEs (pequenas e medias empresas), que na Itália respondem por 69% de todos os empregos formais, no Japão por 74% e no Brasil, a pesar da pouca atenção do governo, as PMEs representam 60%. Duplicações e elevados foram a bandeira do candidato derrotado e agora são apresentadas como a solução para os problemas de mobilidade urbana. Equivale a dizer que para resolver o problema do excesso de peso a solução é continuar comendo as mesmas calorias ou mais e passar a usar um cinto vários números maior.
Mas é um modelo econômico concentrador de renda e, na maioria dos casos, a riqueza aqui gerada não fica na região. Há ainda o discurso da geração de emprego e esquecem os políticos de novo que o maior gerador de emprego no mundo são as PMEs (pequenas e medias empresas), que na Itália respondem por 69% de todos os empregos formais, no Japão por 74% e no Brasil, a pesar da pouca atenção do governo, as PMEs representam 60%. Duplicações e elevados foram a bandeira do candidato derrotado e agora são apresentadas como a solução para os problemas de mobilidade urbana. Equivale a dizer que para resolver o problema do excesso de peso a solução é continuar comendo as mesmas calorias ou mais e passar a usar um cinto vários números maior.
Se a tonadilha do
flautista não fosse tão estridente e as pessoas começassem a procurar o
conteúdo por trás do discurso, seria possível identificar que não há uma proposta de cidade para os próximos 30 anos, menos ainda para os próximos 50. A maioria
de cidades desenvolvidas ou que querem assim ser consideradas estão propondo modelos e cenários para o futuro. Cidades sustentáveis, com
qualidade de vida, focadas nas pessoas, que priorizam modelos econômicos inclusivos
e justos. Cidades eficientes, que desenvolvem a mobilidade para
reduzir o uso do veiculo individual e priorizam o transporte coletivo de qualidade e multimodal.
Aqui a sensação é que
estamos olhando em outra direção, seguindo um modelo que já mostrou que não dá certo. A maioria não ousa ou não alcança a questionar, prefere acreditar que estamos no caminho
certo. A pergunta que poderíamos nos fazer é quais são as cidades que despontam
como referência, no mundo, para os próximos 30 ou 50 anos? Que tem a nos oferecer
como modelo e inspiração? Quais as cidades que poderiam nos servir para fazer com elas benchmarking? Porque no momento atual é mais importante
fazer as perguntas certas em lugar de querer ter as respostas corretas. O maior risco que correríamos
seria que surgissem alternativas, que pudessem questionar e por em evidencia as
certezas em que se baseiam as propostas do governo atual.