POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
O povo de Santa Catarina morre de medo de comunismo. E há políticos que estimulam essa doideira, como a deputada Júlia Zanatta, aquela das florzinhas. Credo! A mulher é mais bolsonarista que o próprio Bolsonaro. “Os deputados que votaram pela Reforma chancelaram ao Conselho Soviético a possibilidade de editar Lei Complementar. Não existe mais Constituição no país”, afirmou.
Conselho Soviético? Mas o tema não era a Reforma Tributária? Que raio de deambulação mental permite introduzir os sovietes na equação? Até estaria tudo bem se não estivéssemos a viver num tempo em que a União Soviética não é União e muito menos Soviética. "Todo poder aos sovietes", diria alguém com a memória num longíquo 1917. Entenderam a deputada? Não? Tudo bem. Ninguém entende.
Lula é o inimigo a abater. O atual presidente é o "comuna-mor", a encarnação de todo esse medo. É como se à noite Lula se transformasse num super-vilão que sai pelas ruas obrigando todas as pessoas a usar estrelinhas do PT. E como se fosse um Freddy Krueger vermelho, que invade os sonhos burgueses para pregar o comunismo. Enfim, esses comunas são bandidos capazes de qualquer crueldade.
E o mais divertido. Os anticomunistas falam sobre comunismo sem jamais terem lido um texto. É como um jogo de telefone sem fio, mas em vez de palavras, eles passam e repassam estereótipos e caricaturas. Imaginam barbudos comunistas tentando implantar o regime soviético. Enfim, o medo do comunismo só não é maior que a burrice voluntária desse pessoal. Ninguém faz a mais pálida ideia do que está a falar.
Quem entra numa rede bolsonarista é logo capturado pelo anticomunismo mais primário. E nem vale a pena tentar argumentar porque são estados mentais muito rudimentares. É como no “Complexo do Pombo”: discutir com essa gente é o mesmo que jogar xadrez com um pombo. Ele derruba as peças, caga no tabuleiro e sai voando a cantar vitória. Então, rir (deles) é o melhor remédio.
É a dança da chuva.