Nasci em Tubarão quando esta era a 10ª cidade de Santa Catarina, e de lá pra cá perdeu o maior bairro, Capivari de Baixo, que virou município.
Aos 5 anos vim morar em Joinville e era normal escolher o time a torcer por influência dos pais ou dos jogos da TV. Decidi pelo Vasco da Gama, por ser o principal rival do Flamengo, time mais exaltado pela mídia naquele período.
Do sofá de casa vi o Vasco ser campeão brasileiro, meter uma virada histórica no Palmeiras (o famoso 4x3), ser campeão da Libertadores, ouvir pelo rádio o gol de falta decisivo do Juninho Pernambucano neste caminho até a final do mundial contra o Real Madrid, que junto com a derrota para Corinthians naquele mundial fake, acabou marcando o time como eterno vice.
Tudo que envolvia isso era até divertido, como brincar com os amigos sobre as rivalidades a cada clássico ou jogo do brasileirão, mas um dia, já no meu segundo grau, fui ao saudoso Ernestão a convite de um vizinho.
Era um jogo com entrada gratuita entre o JEC e o time da minha cidade natal, Tubarão. O JEC ganhou fácil de 4x0 e eu senti algo bem diferente daquele futebol de sofá. Apesar de nessa época ainda ser comum as pessoas irem com as camisas de times de outros estados para ver o JEC, a empolgação da torcida, os abraços de desconhecidos a cada gol, o cheiro e a fumaça do espetinho e a torcida organizada que canta e torce do começo ao fim do jogo.
Também foi nessa época que tive contato com as pessoas fora do meu bairro, ao estudar na Tupy, e conheci um grande torcedor que também influenciou na mudança que seguiu, que foi o Hélio, na época cantor de um grupo local e fanático por torcidas organizadas, em especial as argentinas.
A partir de então comecei a mudança de largar o time que só via pelas telas da Globo, deixando de renovar camisas e outros itens, pelo time da cidade, acompanhando muito mais os programas esportivos locais e sempre que possível indo ao estádio.
O mesmo processo que passei de mudança de time ocorreu dentro do estádio nos jogos do JEC, onde hoje só se vê as camisas do time da casa e do time adversário em seu devido espaço.
Hoje sou apenas torcedor do JEC, vi o títulos da série C no estádio no ano em que minha filha nasceu (nasceu campeã), assim como o título da série B, e procuro ir no estádio sempre na companhia de pelo menos um filho, para assim como o Alexandre Perger (aqui), “criar uma nova geração de torcedores do JEC”.
Ivan Rocha, representante
comercial e de marketing
do estúdio de arte VIAs