segunda-feira, 23 de abril de 2012

O bolo chora. Arte ou sacanagem?


POR ET BARTHES
Para alguns vai parecer arte, para outros pura sacanagem. Mas lá na Suécia ninguém ficou indiferente à performance do artista Makode Linde, realizada no Moderna Museet Stockholm, há poucos dias. Havia um bolo com forma de corpo humano e sempre que alguém cortava um pedaço o bolo chorava feito um desalmado. É de tirar o apetite. Ah... a performance gerou polêmica e pôs a ministra sueca da Cultura na linha das críticas, porque ela comeu um pedaço e riu. O bolo, cuja massa parece carne humana, imitava o corpo de uma uma mulher negra e o artista pretendia falar de mutilação genital. Teve gente que achou de mau gosto.


E os corintianos não perdoam o goleirão...


E lá para as bandas de São Paulo, os corintianos encontraram um culpado para o desastre de ontem: o goleiro Júlio César. Dá para ver que a galera não está economizando latim contra o jogador na página do clube. 




sábado, 21 de abril de 2012

Vejaman, o herói brazuca que viaja na maionese*

POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO

- É um pássaro?
- É um avião?

- Não. É o Vejaman.

O Brasil já tem o seu super-herói. É o Vejaman. E como todos os outros heróis gringos, ele também tem superpoderes.
O Super-homem vem de Krypton, o que o torna invulnerável.
O Lanterna Verde tem um anel energético que dá poder infinito.
O Batman é inteligentíssimo e tem grana para fabricar loucas engenhocas tecnológicas.

Vejaman, o herói brazuca, tira a energia da leitura da revistona semanal e tem o poder de espalhar a confusão (e de se autoconfundir).
 Ao contrário dos outros heróis, ele não tem uma identidade secreta: basta abrir a boca e todo mundo reconhece. O Vejaman não é uma só pessoa. O personagem pode ser assumido por qualquer um, desde que tenha alguma lentidão mental.

Para vestir a capa deste herói basta ser mediano, sem imaginação e com total ausência de idéias próprias.
 Umas vezes é homem; outras, mulher. Tem o dom da onipresença e pode estar em qualquer lugar... até mesmo aí perto de você. Pode ser aquele “jornalista” reaça que fala no seu rádio ou na sua televisão. Até mesmo aquela socialite perua (perdoem o pleonasmo) que não diz coisa com coisa. Também aquele político que acha que ética a gente compra em salões de estética. Ou aquele cara que acorda cedinho para, antes de ir trabalhar, entrar nas redes sociais malhar tudo o que cheire a povo.

E como em toda história de super-heróis, o Vejaman também aliados e inimigos. Sempre que está em apuros, usa a parceria de outros super-heróis, a Tia Azevedo ou o SuperEgo Mainardi. Também teve um parceiro chamado Boimate, o homem-vegetal, que morreu numa estrondosa barrigada.

Do lado dos mauzões, o Vejaman tem uma regra: se cheirar a povo é marginal.  Os principais inimigos são o maléfico Dr. Presidente Operário e a sua fiel escudeira Presidenta Terrorista. O problema é que ele também tem pontos fracos, como todos os super-heróis.
O Super-homem tem a kryptonita.
O Lanterna Verde não resiste à cor amarela.
O Batman tem dilemas e não pode matar os inimigos.
O Vejaman cega frente às idéias inteligentes.

Mas todos sabemos que herói cego é o Demolidor. Só que o Vejaman veste essa pele de demolidor e adora quando uma boa reputação é demolida injustamente. E, caso seja reposta a verdade, não se importa com a retratação. Por ser cego, o Demolidor melhora os outros sentidos ao limite. Já o Vejaman é o contrário: fica cego como um morcego e tende a ficar ainda mais obtuso.

Os seus poderes já ajudaram a eleger governos. O seu maior sucesso foi o apoio para a eleição de Collor. E o maior fracasso foi não conseguir derrubar o seu inimigo número um, o vilão Dr. Presidente Operário, com quem ainda hoje está em guerra. Também luta para defender o planeta da Liga Populista, que tem o Coronel Hugo e o Índio Morales como nomes mais perigosos.

Como outros heróis (o Homem-Aranha, por exemplo) também tem problemas com a imagem. Uns acham que ele é herói, outros que é bandido (então, é o #vejamanbandido). Mas só uma coisa é certa sobre este herói genuinamente brasileiro. É a sua incapacidade de tratar qualquer assunto com profundidade. Se houver uma discussão séria e sem distorções, o herói brazuca entra em parafuso.





*Adaptação do texto publicado no Jornal A Notícia em 2006.

Um cachorro que pula corda?

POR ET BARTHES
De todas as coisas idiotas que uma pessoa pode fazer, uma das mais alucinadas é ensinar um cachorro a pular corda. Mas há gente com tempo e que acha uma boa ideia. E, como podemos ver, o bicho até que leva jeito.


PARAÍSO