terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

As mariposas e a luz


POR JORDI CASTAN




É sabida a atração que as mariposas têm pela luz. São atraídas por ela num baile que não poucas vezes acaba inclusive de forma trágica.

Como sucede com as mariposas, há pessoas que sentem uma atração quase mórbida por holofotes, microfones e câmeras. Não podem ver um jornalista que apressam-se a dar entrevista. E como algumas vezes  não têm muito para dizer, o resultado acaba sendo a sobre-exposição. Uma boa assessoria deve recomendar o nível adequado de exposição para quem tem uma predisposição natural em se sentir, como as mariposas, atraído pela luz intensa.

Se há disponibilidade para participar de tudo quanto é programa de entrevistas, tanto em rádio como em televisão, é provável que esteja faltando o que fazer. Entre políticos é voz comum que aquele que não tem muito que fazer acabe arrumando o que fazer e isso não sempre é bom. O ideal é concentrar-se no trabalho, mostrar resultados o quanto antes e procurar dedicar menos tempo a dizer o que será feito. Os eleitores já aprenderam a diferenciar entre o discurso e a prática. Nada fala mais alto que o resultado do nosso trabalho.

Políticos confundem, com frequência, a diferença entre o mundo real e o mundo da fantasia. E acreditam que o lançamento da pedra fundamental de uma obra, a assinatura da ordem de serviço ou a instalação do canteiro de obra são fatos concretos e que a obra será concluída no prazo e dentro do custo orçado. Sabemos que não há nada mais longe da verdade.


Como no dito popular: “Del dicho al hecho hay mucho trecho” que,  numa tradução livre, poderíamos dizer que há uma grande distância entre a palavra e a ação. Ou encontraremos na cultura popular  outra forma de transmitir a mesma mensagem: “falar é fácil, difícil é fazer”. Até agora a parte fácil está sendo feita de forma exuberante, mas está começando a chegar a hora de fazer a difícil.

Alguém deveria lembrar que foram eleitos para governar, não para passar o dia dando entrevistas. E recomendar aos políticos locais que cuidem um pouco mais sua imagem e que não cometam o erro da sobre-exposição antes de hora. Acredito que devem contar com uma boa equipe de assessores que os aconselhem. Se não os tem, uma recomendação é ter um espelho em casa.






segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Mulher excitada, vestido transparente

ET BARTHES
O futuro será um bom lugar para viver. Imaginem quando esta invenção do designer Daan Roosegaarde estiver nas ruas. Um vestido com sensores que medem o ritmo cardíaco e as alterações do organismo. Se a mulher ficar excitada... a roupa fica transparente. Moda interativa?



Hásta la vista...


Pena de morte e mãos limpas

POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
Tinha escrito este texto na semana passada, mas achei melhor não publicar, porque os ânimos andavam meio exaltados. O mais estranho é que uma semana depois o furor já passou e o tema deixou de ser tão comentado. Vamos lembrar: quantas vezes, no episódio dos presos torturados e dos ônibus queimados, os joinvilenses ouviram ou leram que "bandido bom é bandido morto" e que a tortura de presidiários é até merecida. Tortura e pena de morte andaram na boca do pessoal, em especial nas redes sociais e nos comentários online dos jornais.

Opa. Ainda nem expressei qualquer opinião, mas imagino que a esta altura  já tem por aí algum brucutu mental doidinho para me desancar (nos comentários do blog, claro, porque é onde os machos do teclado são mais machos). Mas calma. Não pretendo discutir a pena de morte propriamente dita e sequer falar de direitos humanos. Pessoas que escolhem escolhem o lado da civilização não desperdiçam tempo a argumentar com quem não quer ouvir. É enfadonho.

O objetivo deste texto é falar de coragem física. A minha questão é muito simples: você, que é a favor da pena de morte, teria coragem de ser o executor, de fazer a coisa pessoalmente? Ou seja, seria capaz de dar o tiro mortal, de injetar o veneno, de acionar o cadafalso da forca? Duvido. Se a pessoa for minimamente civilizada, é óbvio que não consegue.

Ok... um pouquinho de filosofia (apesar de saber que para os brucutus mentais só existe a filosofia bovídea: cagando e andando). Mas sou otimista e gosto de pensar que as máximas do imperativo categórico kantiano estão entranhadas na cultura ocidental. E uma dessas máximas é aquela que fala de não matar, uma vez que isso "vai contra qualquer princípio de conservação da vida".

Para ficar em Kant, lembro também da ideia de coisificação do outro, de um indivíduo se sentir no direito de suprimir a vida do outro. Mas se formos pensar nisto de forma radical, você, que defende a pena de morte, está em boa companhia. Suprimir a vida do outro é o tipo de problema que nunca preocupou Hilter, Stalin, Pol Pot ou Idi Amin Dada. Bem-vindo ao clube.

Mas voltemos ao escopo deste texto. O fato é que a maioria dessas pessoas não teria tomates para sujar as mãos e aplicar a pena de morte pessoalmente. Ou seja, são a favor da pena de morte, mas por interposta pessoa. Tem que ser Estado a executar a sentença. Ou você, que defende a pena capital, era capaz de ser o carrasco e matar olhando a sua vítima olho no olho? Claro que não. É por isso que deseja uma lei que outorgue ao Estado o direito de matar.

Ok... é possível que haja alguém com essa coragem. Mas aí temos um dilema. Pense bem. Se você for mesmo capaz de ser o carrasco, então está a se transformar naquilo que repudia: seria um assassino. E, pela sua lógica, o que deve acontecer a alguém capaz de matar? A pena de morte. Eis uma aporia, senhoras e senhores.

P.S. Estranharam a foto? Ora, alguém vai dizer que não é um bom exemplo da execução de uma pena de morte? Você seria o executor?


sábado, 9 de fevereiro de 2013

É carnaval, ninguém leva a mal

ET BARTHES
Para entrar no clima de carnaval, uma coleção de pegadinhas sexy. Todas muito bem produzidas e que tendem bons risos. Em especial as duas últimas.