POR ET BARTHES
Cristiano Ronaldo versus Lionel Messi. A Al Jazeera pagou uma grana muito louca por este comercial de televisão.sexta-feira, 11 de janeiro de 2013
Sobre bullying
POR FELIPE SILVEIRA
Muita gente que conheço despreza a ideia de bullying, e, consequentemente, a ideia de combatê-lo. Muitas vezes vi e ouvi gente usar o próprio exemplo de vida para dizer que isso é uma bobagem da época atual. Quando ouço isso, a minha vontade é praticar bullying contra a pessoa: “Olha pra você, um adulto frustrado, medroso, que tenta compensar o fracasso na vida com mentiras e atitudes covardes, como a humilhação de outras pessoas supostamente mais frágeis”.
No entanto, como eu sou a favor de combater essa violência psicológica, seja na escola ou em qualquer lugar, guardo o pensamento para mim e tento iniciar um debate mais sadio. Aliás, a própria ideia de ter que sempre “ficar por cima”, de fazer a última piada grosseira em uma discussão, me parece resultado de uma frustração que a pessoa tem consigo mesma.
Uma das coisas que tento dizer é que, mesmo que não houvesse o termo bullying na época de escola da pessoa, havia a humilhação, a crueldade, e o consequente riso em decorrência disso. E isso, por si só, já é bastante grave.
Como eu disse no início, é comum que alguém use o exemplo da própria vida para chamar o combate ao bullying de frescura. “Eu mesmo era chamado de cabeçudo, gordo, rolha de poço, narigudo... e sobrevivi. Isso forma caráter”, dizem. Quando alguém fala isso eu já sei que a pessoa não tem a menor ideia do que é bullying.
Na verdade, nem eu tenho certeza do que é exatamente, mas não é segredo para ninguém que se trata de uma violência contínua, e, mesmo que velada, com a intenção da humilhação. Algo praticado geralmente contra aqueles mais frágeis, sem condições de reagir, de responder ou de simplesmente “tirar de letra” a questão. E essa humilhação vai trabalhando, causando danos irreparáveis nas crianças e adolescentes, que crescem com medos e frustrações que duram a vida toda.
Penso que há um bom trabalho sendo feito em relação ao combate ao bullying, ou, se você não é dessa época, da humilhação do outro. E é justamente nesse momento em que se torna necessário refletir e avançar na ideia. Dizer que você foi perseguido e tá aí vivão não ajuda em nada. No máximo, te torna um anônimo do Chuva Ácida que alivia um pouco a sua frustração ao tentar “ficar por cima” nos comentários.
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