quarta-feira, 3 de abril de 2013

Os pelos púbicos da senhora Merkel


POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
Quem é a moça de cabelos mais escuros, que aparece peladona na foto? Tem gente a jurar que é a todo-poderosa Angela Merkel, quando jovem num campo de nudismo (coisa que, fiquei a saber, era comum na antiga RDA). Mas também há muitos a dizer que a foto é falsa.

Até o momento em que escrevo este texto não houve respostas esclarecedoras. Mas a imagem se espalhou como rastrilho de pólvora pelo planeta. Em especial aqui deste lado do Atlântico não se falou em outra coisa nos últimos dias. Aliás, tomei conhecimento da foto através de um amigo mais atento aos movimentos das redes sociais:

-       “Já viste a fotografia da Merkel peladona?”
-       “A Merkel pelada? Deve ser montagem. E não é uma coisa que interesse”.
-       “Mas é a Merkel jovenzinha, de seios empinados e coxas durinhas”.

Ok... não vamos dizer que o cara é machista apenas por ter feito a constatação. Mas ele mandou a foto, que estou agora a reproduzir aqui. Mas a ideia não é discutir se Merkel tinha seios e coxas bonitos. Quem se interessa por ver mulheres nuas tem muitas outras publicações à disposição.

Como não tinha certeza sobre a veracidade da foto, fui fazer uma pesquisa na imprensa mundial. O fato é que a notícia aparecia muito, mas a publicação da foto de Angela Merkel foi muito limitada. Aliás, mesmo a imprensa alemã fez de conta que nada tinha acontecido. Silêncio. Ninguém confirmou, ninguém desmentiu.

O que interessa focar aqui é a reação dos meios de comunicação, em especial na Europa. O púbis de Angela Merkel deixou alguma imprensa desconfortável. Houve jornais que assumiram posições por vezes ridículas. O que rolou foi um festival de tarjas. Tarjas no sexo, tarjas nos seios, tarjas sobre tudo, tarjas para todos os gostos (veja as fotos abaixo). 

Ok... vamos esclarecer. Não estou a dizer que a imprensa tenha que publicar posters com a imagem de Merkel em pelo. Nada disso. Mas de maneira geral a imprensa é sempre tão ávida por publicar imagens de nudez, que provoquem algum escândalo. E desta vez ficou cheia de moralismo? Será que a nudez frontal ainda assusta os moralistas? Ou será apenas a nudez frontal de Merkel?

É claro que a moralidade é relativa, mas se depender da imprensa europeia, parece que temos aqui uma adaptação de Nelson Rodrigues: toda nudez (frontal) será escondida - em especial se for a rainha a ir nua. 



terça-feira, 2 de abril de 2013

Eta ladrãozinho desajeitado


POR ET BARTHES 
Essa vem da Austrália. A polícia liberou as imagens de um roubo completamente frustrado. O ladrãozeco roubou a bolsa de uma mulher num shopping e, na fuga a correr, deu de focinho contra o vidro da porta. O cara ficou em mau estado e foi ajudado pelo cúmplice, que estava lá fora à espera. Parece que a polícia pegou os dois.


Um cassino eleitoral? Façam as suas apostas...

POR JORDI CASTAN

"Para que alguém aposte num cassino é preciso que haja dois atores: um tolo e um ladrão".


Por que nenhum outro país se interessou em adquirir a “maravilhosa” tecnologia brasileira das urnas eletrônicas? O fato é que têm aumentado muito as dúvidas sobre a sua confiabilidade e há denúncias circulando na internet. 

Será que há um cassino eleitoral? Nas últimas eleições municipais alguns casos chamaram a atenção. Muitos eleitores, ao escutarem a musiquinha quando apertam a tecla verde da urna, parece que ficam esperando o som das moedinhas caindo na máquina caça-níqueis.


Tomando como base os dados oferecidos na Wikipedia (link abaixo), 50% dos ingressos dos cassinos em Las Vegas desde outubro de 2007 até novembro de 2009 provinham das maquinas caça-níqueis, muito mais que o ganho por conceito dos jogos de Black Jack, Bacará, Roleta e do Pôquer. 

A partir do ano 1980, os fabricantes destas máquinas de jogo incorporaram componentes eletrônicos. Agora contêm microprocessadores idênticos aos dos computadores modernos, que podem ser programados para definir diferentes probabilidades para cada um dos símbolos ou das figurinhas  (frutinhas, animaizinhos, etc.), que evidentemente podem diminuir as possibilidades do nosso “tolo” apostador para que possa ganhar o maior prêmio.

As máquinas de votar, também conhecidas como urnas eletrônicas, igual às máquinas dos cassinos, estão equipadas com  dispositivos de memória e microprocessadores  que também podem ser programados (para coisas ruins o boas).  Mais abaixo, um artigo publicado na prestigiosa página da Computerworld permite maiores informações.

Um grupo de investigadores do Argonne National Laboratory,  com sede em Chicago,  que se dedica, entre outras coisas, a investigar sistemas de seguridade tão complexos e sensíveis como instalações nucleares internacionais, afirma: “até uma engenhosa  criança de 12 a 13 anos de idade poderia ser capaz de produzir a tecnologia necessária para interferir (hackear) nesse tipo de máquinas”.

Esse grupo testou diferentes máquinas de votar eletrônicas de 12 modelos diferentes. Eles concluíram que "o tipo de ataques (hacking) que temos demonstrado  nestas máquinas provavelmente teria sucesso num bom número de outras máquinas de votar, mas não sabemos com segurança - simplesmente não tivemos a oportunidade de testar".

Será que temos um cassino eleitoral?

Links:

http://www.fraudeurnaseletronicas.com.br/




segunda-feira, 1 de abril de 2013

Cão Tarado


(des)interesses

POR CHARLES HENRIQUE VOOS

O direito à propriedade, garantido na CF88, é a garantia de um sistema capitalista em nosso país. Capitalismo, antes de mais nada, visa o lucro. Logo, tudo o que envolve propriedade é lucro. Se a terra é passível de proprietários, a cidade está inserida em um jogo de interesses capitalistas. Nem todos possuem o mesmo nível, tipo e complexidade de interesses. Outros estão totalmente desinteressados: querem apenas trabalhar, se sustentar e viver com dignidade. É aí que mora o perigo.

Falar de planejamento urbano é uma tarefa difícil. Por trás dos termos e aplicações excessivamente tecnicistas, existem interesses dos interessados. E, quando não convergem para o mesmo ponto, fazem surgir rupturas e discursos muito diferenciados. Presenciamos isto em diversas cidades brasileiras, pois, felizmente, a cidade voltou a ser o tema central das discussões (não apenas no âmbito acadêmico). Na cidade a vida se realiza, a discriminação aparece e a exclusão socioespacial domina. Por exemplo: para um centro existir, é determinante que exista também uma periferia. 

Quem define o centro e a(s) periferia(s) de uma cidade? Uns diriam que é o "mercado", esse bicho de sete cabeças que regula o nosso tão especial direito à propriedade. Outros condenarão isto, delegando ao poder público a tarefa, sem esquecer da efetiva participação popular (social é diferente de popular). Graças ao Estatuto da Cidade, todos têm o direito da participação. Por outro lado, os interessados em que o "mercado" regule tudo utilizarão ferramentas (da mídia, propagando desqualificações do debate advindo dos populares interessados na coletividade; do Estado, articulando-se desde o período eleitoral) para que cada vez mais existam desinteressados nesse "jogo de cartas" que é o ato de organizar a (re)produção de terra (ou seja, propriedade, a qual nos leva à riqueza). Se há menos interessados em jogar, menos pessoas interessadas em acumular riqueza. Somente desta maneira é que o jogo se torna interessante para estes. Para a maioria desinteressada é um "tanto faz" perigoso. 

Com ideologias alienantes e que se propagam facilmente pela mídia tradicional, e o tecnicismo costumeiro do período militar (este foi o grande engodo da institucionalização do Plano Diretor na CF88), o número de desinteressados só tende a crescer. Assim, a única instância popular de planejamento urbano é "patrolada" pelo grupo de interessados que estão em maioria. Nesse caso, os representantes do "mercado". O cidadão do "tanto faz" é escravizado por um sistema pelo qual nem se dá conta e consome um tipo de vida na cidade, já formatado e especialmente preparado para gerar lucro aos donos da regra do jogo. Para um interesse surgir e dominar, é necessário que exista um desinteresse coletivo construído e reproduzido.