quarta-feira, 14 de março de 2012

Se você ainda não viu o Kony 2012...


POR ET BARTHES
Kony 2012. Se você é daquelas pessoas que andam aí pelas redes sociais (e deve andar, porque está vendo um blog) com certeza já se deparou com esse nome. É um documentário lançado no início do mês e que se transformou no vídeo viral de maior sucesso da história: em poucos dias conseguiu mais de 100 milhões de visualizações em redes como o Youtube e o Vimeo. É uma denúncia contra o violento Joseph Kony, fundador do Exército de Resistência do Senhor (ERS), em Uganda. Entre as acusações está o sequestro de crianças, violação de mulheres e morticínios. O filme tem sido alvo de muita polêmica – é acusado de manipulação – mas esperamos que o leitor e a leitora façam o seu próprio juízo. É longo. Tem quase 30 minutos de duração. Mas se mais de 100 milhões de pessoas já viram, deve ser porque vale a pena. Legendado, mas não garantimos a qualidade da tradução.





Cão Tarado


1.872 quilômetros por um beijo


POR ANA MELO
A escultura da imagem podia parecer pertencer a um museu de arte primitiva africana, mas é uma peça do século XX. Chama-se “O Beijo” e é de 1908, do escultor romeno Constantin Brancusi.
Brancusi nasceu em 1876, numa pequena localidade rural na Roménia e tornou-se carpinteiro e pedreiro. Mas, ao que parece, não estava satisfeito em passar a vida como artesão e pensou em ser escultor. Em 1904, decide ir tentar a sorte em Paris. Para isso tinha que atravessar a Europa. A pé.
De Bucareste até Paris são 1.872 quilômetros. Mas Brancusi conseguiu vencer a longa viagem. E instalou-se no mítico bairro parisiense Montparnasse, onde muitos artistas vindos de todo o mundo tinham os seus estúdios, como Picasso, Duchamp ou Rivera. Este bairro da margem esquerda do Sena era o centro intelectual e boêmio mais fervilhante da Europa. E tudo porque os intelectuais nunca tiveram muito jeito para ganhar dinheiro: os aluguéis muito baratos atraíam os artistas em início de carreira que queriam tentar a sorte. 
É neste ambiente que Brancusi começa a trabalhar, de início como assistente do mais importante escultor da altura, Auguste Rodin. Mas o artista  romeno acaba por se afastar do mestre, falando nestes termos: "à sombra das grandes árvores nada cresce".
“O Beijo” – de que existem várias versões -,  é considerada uma obra germinal para a escultura moderna, por contrariar de forma gritante os corpos modelados de forma fluida e sensual de Rodin. Para se perceberem as diferenças e a ruptura que representa o trabalho de Brancusi, basta olhar para um outro “Beijo”, aquele que Rodin esculpiu vinte anos antes. 
A peça do romeno rompe completamente com a tradição escultórica grega e romana e inicia uma nova era em que a escultura transcende a representação e alcança um estatuto de símbolo. E isto leva-nos a outra ideia importante: o bloco monolítico de Brancusi que forma o corpo dos dois amantes faz recordar a arte dos astecas, e os seus rostos estilizados lembram máscaras africanas.
É uma ironia da história da arte: todos os modernismos da arte europeia do início do século XX olharam para a arte dos povos chamados “primitivos” como uma pista dos caminhos a seguir. O colonizado tem a sua vingança nos museus dos colonizadores, quando Brancusi e os seus pares são catalogados de primitivistas. É caso para perguntar: “Primitivo quem, cara pálida?”


Ana Melo é formada pela Faculdade de Belas Artes de Lisboa e Mestre em Ciências da Comunicação. 

Despedida



POR FELIPE SILVEIRA

Caros e caras leitores e leitoras, meu último texto aqui no Chuva Ácida é, infelizmente, uma despedida. Por motivos pessoais e profissionais, eu deixo o blog. Um deles eu conto para vocês: quero deixar a minha condição de estudante para, finalmente, me tornar jornalista. Não que eu vá deixar de ser estudante, mas já passou da hora de me formar.

Quero agradecer aqui aos amigos de blog pela experiência compartilhada. Acho que foi de muita valia e rendeu bons debates. Quero agradecer também aos leitores que participaram no espaço dos comentários. Foi bom dialogar com vocês. Quanto aos anônimos (aqueles que só queriam avacalhar), não cabe agradecimentos a eles, mas digo que foi divertido. O anonimato deles me dava liberdade para xingá-los, já que eram seres sem identidade. Um deles até ficou magoado.

Quero desejar aos colegas de blog uma boa caminhada e que o Chuva Ácida siga cada vez mais promovendo um bom debate sobre a cidade e sobre a cidadania. Acredito que o blog ocupa um espaço importante na sociedade e que Joinville possa ganhar com a sua existência.

Um grande abraço a todos! (menos aos anônimos)
POR COLETIVO CHUVA ÁCIDA

Os integrantes do coletivo Chuva Ácida - que permanecem no projeto - agradecem ao Felipe Silveira pela irretocável participação nestes primeiros meses de existência do blog. Desejamos todo o sucesso na busca do seu objetivo de conquistar o diploma de jornalista. Se para os leitores e leitoras fica a marca do estilo intempestivo e irreverente, para nós permanece a imagem de uma pessoa sempre disponível, cujo trabalho foi fundamental para o crescimento do projeto.


Por essa e por outras razões - especialmente pela amizade - o nome do Felipe é já uma marca na história do blog (que, esperamos, virá a ser uma longa história). A sua personalidade firme e constestadora vai marcar a vida dos que partilharam com ele este projeto. A saída, que todos lamentamos, vai deixar um vazio para os integrantes do Chuva Ácida. Mas temos a certeza de que será uma ausência sentida de maneira muito mais intensa pelos leitores, de maneira geral, e pelos "anônimos", em particular. Os "anônimos" com os quais ele estabeleceu uma relação cheia de baixos e baixos, com troca de farpas e alguns desaforos. O Felipe é assim mesmo e aprendemos a admirá-lo por isso.

Por outro lado, deixamos uma mensagem aos nossos leitores e leitoras. Reafirmamos o compromisso de melhorar o produto Chuva Ácida a cada dia. E como já havíamos anunciado há pouco mais de uma semana, em breve teremos novas mudanças. Neste momento, vamos apenas adiantar que o superávit de testosterona (éramos seis barbados e agora somos cinco) vai encontrar algum equilíbrio. Aguardem.

Por enquanto, só nos resta agradecer ao Felipe pela parceria nesta caminhada. Obrigado por tudo. E boa sorte.

terça-feira, 13 de março de 2012

Um espetáculo para os olhos

POR ET BARTHES
Você é daquelas pessoas que quando vê um filme dá muita atenção à "fotografia"? Então vai curtir este filme da Cartier. É uma autêntica superprodução, com um visual muito requintado e uma história que tem até a participação de Santos Dumont e o seu 14 Bis. Um show de imagens.