quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Falhou? Não dramatize, vire colunista

POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO

A maior obra do ex-ministro Maílson da Nóbrega foi ter levado o país à hiperinflação. O homem fracassou forte e feio. Mas o Brasil gosta desse tipo de gente e hoje tem carrradas de tipos que pagam uma dinheirama para ouvir o homem em palestras. Onde, claro, ele ensina os caminhos certos para resolver os problemas da economia nacional.

Maílson da Nóbrega é tipo o amante que broxa em todas na hora do rala-e-rola, mas mesmo assim fica por aí a ensinar os outros a melhorar a performance sexual. Com os ares brilhantes de pitonisa, só tinha mesmo que virar conferencista e comentarista de revista. E nos gostamos.

Outro caso legal é o de Arnaldo Jabor. O cara fez uns filmes e, apesar de um ou outro brilharete, o seu público era menor do que a torcida do Íbis (o pior time do Brasil). Ah... o "Toda Nudez Será Castigada" fez sucesso de público, mas o cara precisava ser muito ruim para estragar um texto de Nelson Rodrigues. Lembro também de ter ouvido falar de outros filmes, aqui e acolá, mas o homem não colou como cineasta.

Sem o cinema, o que restava? E como saco vazio não para em pé, então o homem teve que fazer pela vida. Deu sorte. Um emprego na televisão ou rádio é uma excelente maneira de faturar uma graninha, mesmo que isso implique em assumir posições capazes de causar vergonha alheia até num macaco da bunda vermelha. É a vida.

E agora temos um novo personagem na mesma senda. Você sabe quem é Lobão, certo? Tem por aí gente a defender a ideia de que é bom músico. Eu, particularmente, nunca curti. Não sei mais que duas músicas dele pelo nome. Não é sacanagem. É que realmente nunca gostei. E vocês, leitora e leitora, de quantos títulos lembram? Aposto que poucos.

Virou rotina. Quando, como no caso do Lobão, você não se dá muito bem na sua atividade, sempre tem esta saída: virar colunista. Melhor ainda: se você sai por aí falando mal da Dilma, do PT e de tudo o que cheire a esquerda, então o destino certo é a Veja. Pois é. Pelo que tem sido anunciado nos últimos dias, teremos Lobão no revistão semanal.

Você pode até pensar que é inveja minha. Mas pensou tarde. Porque Lobão é um poço de sagacidade e já adiantou, na sua conta do Twitter: “muito mais bacana e honroso ser um colunista da Veja do que um mísero comunista com inveja, não é verdade?” Verdade, verdadinha. Ops! Verdade e Veja juntas...


Ah... adivinhem quem pode estar à espera de um lugarzinho, cara. Isso mesmo: Dinho Ouro Preto. Mas a negociação está difícil, porque os royalties de falar besteira estão todos no nome do outro Dinho, o do Mamonas Assassinas. Aliás, é uma pena que o mamona não esteja mais entre nós. Porque esse, sim, daria um colunista legal de ler.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Bicho de 7 cabeças.

E o JEC tropeçou de novo!

Jogou bem, jogou mal, a verdade é que o Tricolor encara a sua terceira derrota consecutiva e isso pode custar muito caro lá na frente.

Claro que o objetivo do JEC é a Série A, as campanhas de marketing, torcida, imprensa estão todas focadas nisso, no entanto, toda vez que esse sonho começa a se tornar mais real, a maionese começa a desandar.

Chegar a Série A esta parecendo um bicho de 7 cabeças, impossível de desvendar aquele detalhe para chegar lá.

A questão é manter, estabilidade e regularidade no trabalho. Quem oscila demais nos resultados, dificilmente chega à elite do futebol brasileiro.

O Joinville tem condições para chegar ao nível máximo, mas precisa acreditar nessa possibilidade, em primeiro lugar que, assim, os temores irão desaparecer como num passe de mágica.

Até por que, problemas de admistracao do time, a maioria dos que estão na Série A possuem e isso não impede o acesso, evidente que se puder ter uma gestão eficiente tudo será mais fácil.

O JEC chegar à Série A esta no mesmo nível da Krona vencer a Liga Nacional, uma hora vai!

É sempre tempo de começar coisas novas

POR ET BARTHES
Um filme sobre como as pessoas veem a vida passar.


A morte do Cão Tarado


Esse e o transporte público que você quer?

POR JORDI CASTAN

É um vai e volta. O tema da licitação do transporte coletivo em Joinville acaba por vir sempre à tona. Não sai nunca de pauta, porque é um tema em que o poder público optou pela conveniente procrastinação.

Quem é o maior beneficiado – ou beneficiados – com a prorrogação da situação atual? Esta é uma pergunta que tem muitas respostas. A única resposta que não encaixa é esta: o que o usuário do transporte coletivo ganha com a postergação da licitação?

Que não haja um amplo debate com a sociedade sobre o modelo a ser implantado em Joinville, ou que depois de anos de estudos o que se proponha seja mais do mesmo, é uma prova que falta capacidade para ir além do trivial. A demora é provocada mais pelo esforço em manter a situação atual e menos pelo fato de que se possa estar elaborando uma proposta moderna, avançada e melhor que a atual.

Alguns dos pontos que têm vazado, de forma pontual e parcial, devem servir para iniciar o debate, que este post relançar. O primeiro ponto é que as atuais permissionarias têm direito a um passivo econômico significativo por conta das vezes que os prefeitos de plantão fizeram politicagem com o preço da passagem. Seja concedendo aumentos abaixo do cálculo da planilha, seja postergando aumentos que, se concedidos, poderiam se converter em argumento dos oponentes durante a campanha eleitoral. Essa situação cria uma vantagem significativa para as atuais operadoras do sistema.

Outro ponto a ser destacado é a contratação por parte da Prefeitura Municipal de uma empresa de consultoria especializada, para auxiliar na elaboração do modelo de licitação. Não haveria problema se, pasmem, a consultoria fosse a mesma que presta serviços para as empresas Gidion e Transtusa. Uma situação no mínimo estranha. Pode ser que haja poucas empresas de consultoria nessa área, mas a situação e no mínimo estranha.

Também o tema do número de empresas que operarão o sistema vem com frequência à tona. Neste quesito, chama a atenção gente que, com pose de esclarecido, defenda a teoria que a participação de um maior número de empresas reduzira a tarifa. Defendem os que acreditam nessa falácia que mais empresas operando sistema, haverá una tendência baixar o preço da passagem.

Alguns pontos são evidentes. A falta de noções elementares de como funciona o serviço público, o desconhecimento de economia básica e a dificuldade de lidar com preços diferentes para o mesmo serviço. Como se fosse possível que cada empresa praticasse uma tarifa diferente ou dizer agora que o preço atual esta muito alto e deveria baixar. Se o preço atual estivesse alto, os prefeitos anteriores não precisariam aumentar tanto a tarifa e tampouco haveria um passivo acumulado.

Se ao longo do tempo a tarifa tem aumentado muito acima da inflação, e o poder público tem concedido os aumentos solicitados (depois de fazer um pequeno jogo de cena para iludir a patuleia) é evidente que o nosso sistema é cada vez mais caro e menos eficiente. Não há nenhuma sinalização no sentido de reduzir o custo pela melhoria da eficiência.

Um bom exemplo disso é a passagem única que encarece de forma brutal os percorridos curtos e subvenciona os trajetos mais longos. Contribuindo a uma cidade mais espalhada e menos eficiente. Se a passagem entre o Terminal Central (um anacronismo) e a estação da memória custa o mesmo valor, uma viagem entre o Rio Bonito e o Catarinão é evidente que há um desajuste, em quanto um é muito caro o outro esta subvencionado.

Também o número e a proximidade dos pontos de ônibus, contribuem para um sistema menos eficiente. Os especialistas asseguram que o para e arranca consome muito combustível, pneu e aumenta o tempo de viagem e cria mais desconforto para passageiros.


Como último ponto, deste que pretende ser o início de um debate, trago a falta de propostas concretas sobre o modelo de transporte coletivo que fica firmemente ancorado no passado, baseado na matriz dos combustíveis fósseis. Em que o pneu o petróleo são o modelo e não há espaço previsto para que a fantasiosa Joinville do milhão de habitantes nos próximos 30 anos projete um sistema de transporte coletivo diferente do atual ancorado firmemente no século passado.