sábado, 31 de março de 2018

31 de Março: décadas depois, um cheirinho a déjà vu (para ouvir)

POR ET BARTHES
Interessante como décadas depois é possível reconhecer que alguns sintomas do mal-estar político do Brasil ainda sobrevive nestes dias. Uma viagem sonora... ouça.





sexta-feira, 30 de março de 2018

Portugal começa a ser um lugar difícil para Gilmar Mendes

POR ET BARTHES
Nos últimos tempos, Gilmar Mendes tem sido uma figura muito frequente em Portugal. Tem tudo para correr bem, porque os portugueses são uma gente que recebe bem os visitantes e a maioria nunca ouviu falar dele. O problema é que agora o país está cheio de brasileiros, que insistem em interagir com o juiz e, em muitos casos, tomar satisfação.

1. Desta vez o filme não é muito claro. Dá a entender que o juiz do STF teria chamado o brasileiro de palhaço. E deu no que deu. Mas a acusação é chocha: diz que Gilmar Mendes está a passear em Lisboa. Nada de errado nisso.

2. O episódio faz lembrar um encontro que o juiz teve com duas turistas brasileiras no início do ano. Os filmes estão aqui.  



Gregório Duvivier fala sobre os direitos humanos

POR ET BARTHES
Já faz algum tempo e muita gente já viu. Mas nesta sexta-feira, dia em que as pessoas têm um tempinho, dá para ver com calma. É um dia de paz, sem ódios...



quarta-feira, 28 de março de 2018

Caravana de Lula alvo de tocaia a tiros: até onde vai a escalada fascista?

POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
Como descrever uma escalada fascista na prática? O processo pode começar com um simples xingamento. Depois aparece um energúmeno a chicotear pessoas. Mais tarde as estradas acabam interrompidas e pedras são atiradas. Até que um dia a coisa sai do controle e acaba num atentado a tiros. Acaba? Eis o problema. Porque a própria palavra “escalada” indica um movimento que não tem hora para acabar.

O atentado contra a caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva – três tiros contra o ônibus onde estavam convidados e jornalistas –, ocorrido ontem no Paraná, é o mais grave episódio desta febre fascista que está a fazer o Brasil voltar aos tempos de antanho. É tão grave que a polícia decidiu tratar o caso como tentativa de homicídio. Os tiros, disparados dos dois lados da estrada, apontam para uma tocaia. E tocaia é uma coisa muito século 19.

O pior é ver políticos apostarem na anomia fascizante. Durante uma convenção do seu partido, a senadora Ana Amélia Lemos elogiou os ruralistas gaúchos por protagonizarem atos bárbaros contra a caravana do ex-presidente. É ruim, mas pode piorar. Ontem, ao comentar a emboscada à comitiva de Lula da Silva, o governador Geraldo Alckmin disse que o PT “colhe o que planta”. É o triunfo da selvageria.

Até onde vai essa escalada fascista pode levar o Brasil? É imprevisível. Mas ainda há tempo para evitar o pior. É preciso diálogo, serenidade e respeito pela regra democrática. No entanto, é impossível comunicar com fascistas. Há um vazio. Um fascista não se assume enquanto fascista porque, na maioria dos casos, ele sequer sabe que é fascista. Ou seja, não existe um interlocutor que represente o fascismo.

Roland Barthes escreveu que o “fascismo não é impedir-nos de dizer, é obrigar-nos a dizer”. Quer dizer que o fascismo não obriga à inação, mas à ação. E no Brasil destes tempos, ele é praticado de forma desarticulada, em forma de ações individuais ou de grupos, acobertados por discursos de ódio de classe. Aliás, vale lembrar que os fascistas são indivíduos fracos que, para compensar essa fraqueza, acabam por se identificar com os opressores.

O episódio está a pintar a imagem do país no exterior com tons sombrios. É uma questão de horas até que o assunto entre para a agenda da imprensa internacional. O mundo civilizado ainda nem assimilou a notícia da morte de Marielle Franco e já tem outras notícias negativas a partir do Brasil. E vale salientar que, mesmo com os acontecimentos dos últimos tempos, o presidente Lula da Silva ainda desfruta de enorme prestígio além-fronteiras.

A cada dia que passa, o Brasil se afasta da civilização e caminha distraidamente em direção à barbárie. Temos o lado menos mau. Enquanto houver uma “escalada fascista”, o ponto de não-retorno ainda não terá sido atingido. E o lado muito mau. O perigo é a evolução para um estágio de “espiral fascista”, porque as espirais giram sobre si mesmas e não têm fim.

É a dança da chuva.

Dicas para identificar o fascismo, segundo Umberto Eco

POR ET BARTHES
As pessoas tendem a gostar de explicações esquemáticas. Porque tornam a compreensão mais simples. O pensador Umberto Eco, um especialista em semiótica, tinha isso em mente e criou um esquema de 14 itens para ajudar a identificar o fascismo e os fascistas. O filme está em espanhol, mas a compreensão é muito fácil.