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terça-feira, 9 de junho de 2020

quinta-feira, 4 de junho de 2020

Conversas à Chuva com Felipe Silveira (1)



POR CLÓVIS GRUNER

O Conversas à Chuva dessa semana tem como convidado o jornalista Felipe Silveira. Formado em Jornalismo pelo IELUSC, Felipe Silveira - o Felps - é um dos fundadores e editores do jornal "O Mirante", publicação on-line que completou, em abril, três anos de existência. Na conversa, digressões sobre a comunicação e o jornalismo em Joinville, e a experiência de manter um veículo alternativo e independente.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

O medo nosso (construído) de cada dia


POR FELIPE SILVEIRA

Não sei se a explosão que ocorreu durante a Maratona de Boston, na semana passada, foi um atentado terrorista praticado pelos dois jovens chechenos acusados ou um atentado terrorista armado pelo próprio governo estadunidense, como sugerem algumas teorias conspiratórias. Sei, contudo, que há muitas perguntas sem respostas sobre o caso e que precisam ser respondidas. Copio, abaixo, algumas feitas pelo jornalista Flávio Gomes (o texto completo pode ser lido aqui, e vale a pena):

"1. Onde está a tal SUV Mercedes que teria sido roubada pelos garotos da Chechênia? Quem é seu proprietário? Alguém falou com ele? Os meninos disseram ao dono, realmente, que eram os responsáveis pelas bombas? A troco de quê diriam isso? Numa cidade/região monitorada por câmeras a cada esquina, por que não apareceu nenhuma imagem desse carro sendo conduzido pelas ruas em fuga?
2. Os dois garotos, segundo as autoridades, foram perseguidos pela polícia. Houve tiroteio e granadas lançadas. Outras bombas atiradas. Sabemos o contingente que a polícia americana desloca para qualquer ocorrência. Como é que o menino de 19 anos conseguiu fugir ao cerco? A pé? Como assim? Se escondeu onde? Como é possível demorar tanto para encontrar um garoto de 19 anos que estava cercado pela polícia?
3. O que é que os meninos chechenos estavam fazendo no MIT na noite de quinta-feira? Por que é que não fugiram da cidade depois de explodirem as bombas? Terroristas de verdade ficariam batendo perna pela cidade onde cometeram seus atentados por qual motivo? Há alguma explicação para isso? Se você explodisse uma bomba nos EUA ficaria na cidade? Não teria um plano de fuga? Não sumiria? Por que atiraram num policial no campus? Não há imagens desse confronto no campus da universidade, monitorado por câmeras em todos os cantos?"

A indignação do Flávio Gomes é com esse tipo de jornalismo que não faz pergunta, que publica tudo que a autoridade diz, que compra a versão oficial. Versão que aprendemos que deve ser a primeira a ser questionada. No entanto, trouxe a questão aqui para o Chuva Ácida por outro motivo.

O que aconteceu em Boston após os atentados, com comemorações nas ruas após a morte de um dos suspeitos, é um sintoma de uma sociedade que vive com medo, em paranoia. Um medo alimentado dia a dia pelo sistema, pelo governo, pela mídia...

(Talvez valha lembrar aqui que medo é uma coisa que vende, seja sistema de segurança ou seguros de vida.)

Apesar de ter ido até Boston neste texto, a reflexão que quero fazer é sobre Joinville mesmo. Ainda estamos muito longe de viver nessa sociedade paranoica como a americana (principalmente depois de 11 de setembro de 2001), mas me parece muito claro que esse medo é construído é diariamente.

Quando um vereador diz que proibir o consumo de bebidas alcoólicas em espaços públicos “será um avanço social para a cidade” o medo de viver em sociedade é construído. Se uma proibição como essa for um avanço, eu tenho medo do que pode ser o retrocesso. E não se trata aqui de defender o próprio direito de beber, pois eu não lembro de ter feito isso em local público. Trata-se de entender que leis como essa inibem o encontro em público, a confraternização no parque, o uso da praça e da própria calçada. É a lógica de empurrar as pessoas para dentro de casa, onde não conversam, não questionam, não protestam. Vivem como indivíduos, e não como coletivos.

Sem contar, claro, do papel de “higienização” da cidade, desejado por muitos. Resolver o problema do mendigo ninguém, mas expulsá-lo para longe da vista interessa muito aos moradores do centro e dos bairros nobres (vocês não gostam do termo elite, né?).  E interessa, principalmente, ao mercado imobiliário, que precisa vender essa cidade "limpa".

Muros cada vez mais altos, câmeras de vigilância em todo lugar, violência na mídia, violência no trânsito, guarda municipal, blitzes surpresas da PM, proposta de redução da maioridade penal, abandono dos espaços públicos... São coisas como essas que vão, aos poucos, formando uma sociedade cada vez mais amedrontada. Gente que vive cada vez mais dentro de casa ou dentro do shopping (o local seguro por excelência, onde você pode comprar, comprar e comprar mais), que vive como indivíduo e não como coletivo.

Apesar disso tudo há muita gente na direção contrária. Mas essa é uma luta política e é preciso acordar para a vida e não aceitar tudo que nos é imposto pelo governo e pela mídia. Ou daqui estaremos todos trancafiados dentro de casa e aceitando tudo que o governo fala e a TV reproduz, como a história lá do começo do texto.

P.S.: Na semana passada eu reclamei das luzes apagadas do Parque da Cidade. A comunidade também reclamou bastante. Soube que houve esforço de alguns setores da Prefeitura para ligar novamente. Ontem as luzes estavam acesas, permitindo que a população pudesse usar o espaço. Obrigado e parabéns ao pessoal do governo que está atento e disposto a trabalhar por uma cidade melhor.

sexta-feira, 22 de março de 2013

Dias muito loucos – Udo corta lanche, James quer proibir cerveja na rua e Acij vende camiseta pra juntar um dinheirinho pro São José

POR FELIPE SILVEIRA

Vivemos tempos muito loucos mesmo. É o tal de dois mil e crazy. Pra você ver como a situação não tá fácil pra ninguém, olha como tá difícil para os empresários da Acij (Associação Empresarial de Joinville).

Reconhecidos por eles mesmos e por alguns historiadores safados como os bastiões da pujante e ordeira Joinville, nossos adorados empresários (afinal, eles dão um monte de emprego pro povo por bondade!) ficaram, de repente, mais ou menos depois de Udo Döhler se tornar prefeito, preocupados com a saúde do povo. De repente perceberam que o nosso hospital municipal, o São José, vive superlotado e tem problemas de infra-estrutura, o que gera desconforto e atendimento precário para a população. Devem ter achado um absurdo.

Mas, como a situação não tá fácil pra ninguém e não dá pra botar a mão no bolso assim pra investir em melhorias no hospital, nossos valorosos empresários tiveram uma brilhante ideia: vender camisetas.

Fico pensando em como não pensaram nisso antes. Esta brilhante ideia que sustenta diretórios acadêmicos, escoteiros e associações atléticas e de moradores há anos pode, claro, salvar a saúde pública municipal. Você que está aí sentado, por favor, levante e aplauda esta louvável ação de pé.

Mas, por favor, não desconfie de politicagem. Não ache que a ação tenha a ver com o fato de um colega empresário ser prefeito e precisar dar uma ajeitada no Zequinha. Não me venha com insinuações de que isso jamais seria feito no ano passado, quando o Carlito (PT) era prefeito. É óbvio que aconteceria, mas faltou a ideia.

Mais aplausos.

A última – Disse que a venda de camisetas era a penúltima porque depois disso rolou mais uma evidência desses tempos doidos. Udo, The German, anunciou ontem que os servidores que trabalham seis horas não têm direito a intervalo. Dizem que tá na lei. Eu digo que o bom senso pegou a BR e se mandou.

A antepenúltima – Essa vem da Câmara. O vereador James Schroeder (PDT) entrou na vibe do conservadorismo, que eu chamo carinhosamente de Onda Udo, e teve a brilhante ideia de proibir o consumo de bebida alcoólica nas ruas da cidade. E se você não vê um atentado à liberdade aí, meu amigo, você tem um problema.

Levante e aplauda.

sábado, 12 de maio de 2012

Não voto no Tebaldi nem se o adversário for Satanás

POR FELIPE SILVEIRA

Eu não votaria em Marco Tebaldi (PSDB) nem que ele estivesse no segundo turno com o próprio Satanás e a humanidade dependesse deste meu voto. Não vejo muita diferença entre esses dois, exceto pelo fato de que todo mundo sabe que Satã é o cara malvado. 


Já o Teba ainda consegue enganar um monte de trouxa por aí. E é justamente isso que não dá para entender. Como as pessoas ainda pensam em votar num homem que tem quatro ou cinco processos aguardando julgamento no STF (ou seja, ele já foi condenado na primeira instância, pelo menos)? Como as pessoas pensam em um homem fez o asfalto mais cretino já visto nessa cidade? Como podem pensar em votar em quem fez aquela Arena toda cheia de infiltração? Como as pessoas criticam quem votou no Lula "por ele ser burro" e pensam em votar em uma pessoa com a "capacidade de articulação" de Marco Tebaldi?


Sério, alguém aqui já viu um discurso dele? É horrível! Eu consigo admirar a capacidade de discursar de alguns políticos cretinos, como o LHS, mas nem isso o Teba tem. Como podem pensar em votar em alguém que fica tão à vontade nesse jogo de poder?
Enfim, Satã, você já sabe. Se tiver concorrendo com Marco Tebaldi para qualquer coisa, já tem um voto.




                   Felipe Silveira é estudante de jornalismo e um dos criadores do Chuva Ácida

sexta-feira, 9 de março de 2012

Análise SWOT - Felipe Silveira



Hoje, no aniversário de Joinville, os integrantes do Chuva Ácida vão fazer uma análise SWOT da cidade. O termo SWOT vem do inglês e é um acrônimo de strengths (pontos fortes), weaknesses (pontos fracos), opportunities (oportunidades) e threats (ameaças). 

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Diga NÃO aos elevados e SIM à mobilidade integrada

POR FELIPE SILVEIRA

Esse texto é uma continuação do texto de quarta-feira passada (Diga NÃO aos elevados) por dois motivos: 1) o assunto não se esgotou e rendeu alguns bons comentários; 2) meus queridos anônimos, sempre eles, não entenderam (ou fingiram que não) algumas coisas que serão esclarecidas neste texto.

Primeiro, vamos deixar claro que o texto não é a criminalização, "vilanização" ou “demonização” do uso do carro, como foi dito por lá. O texto é uma reflexão para que as soluções para o trânsito não sejam baseadas na construção de elevados, conseqüência da priorização do carro como principal – e praticamente único –, meio de transporte dentro das cidades. Para isso, sugeri pensarmos em soluções simples, como pequenas alterações nas vias que podem desafogar o trânsito, e também afirmei que é impossível melhorar a mobilidade urbana com tanto carro na rua. Assim, afirmei que é preciso DIMINUIR o número de automóveis. Antes que digam que eu estou negando o que escrevi na semana passada, o texto está lá, sem alterações, para quem quiser conferir.

Dito isto, vamos falar sobre a proposta deste texto, que é mostrar como é possível diminuir o uso do carro no cotidiano e assim melhorar a sociedade. O debate já teve início nos comentários do texto de semana passada e vamos continuar por aqui. Mas, desta vez, ao invés de falar sobre algumas idéias, vou mostrar como essa mudança já deu certo.

O exemplo de Copenhague

A jornalista Natália Garcia saiu a pedalar pelo mundo para saber como algumas cidades lidam com essa questão do transporte, experiência que ela conta no site Cidade para pessoas. O exemplo que mais me impressionou foi o de Copenhague, na Dinamarca. Lá, por causa de uma mudança de ponto-de-vista da gestão municipal, há cerca de 20 anos, o transporte que se encaminhava para ser caótico, hoje é dividido em aproximadamente 25% para cada modal. Ou seja, 1/4 das pessoas usa carro, outro usa ônibus, outro usa bicicleta e outro vai a pé mesmo. Deem uma olhada no vídeo e reparem no que um dos entrevistados falou sobre a postura das pessoas em relação ao poder público:



Depois de terem visto o vídeo, vamos debater como isso pode ser feito por aqui. Os principais argumentos para não andar de bicicleta em Joinville são as condições climáticas, a falta de segurança e a péssima qualidade das vias. Evidentemente, pedalar e andar a pé na Dinarmarca é mais seguro, mas isso não é por causa da natureza privilegiada. Mesmo no rigoroso inverno nórdico, com neve, as pessoas continuam a usar a bicicleta. Não com a mesma freqüência, mas continuam. Já a segurança e a conforto são resultados de políticas públicas para devolver as cidades às pessoas.

Outro ponto que sempre aparece neste debate é a afirmação de que o Brasil não é a Dinamarca e Joinville não é Copenhague. Bom, não preciso dizer que eu sei disso. No entanto, idéias são idéias em qualquer lugar e os bons exemplos estão aí para serem usados como referência para a construção de um novo modelo de transporte adaptado a nossa realidade.

Mas construir um novo modelo passa pela reformulação de uma maneira de pensar que já está consolidada. Essa maneira de pensar nos leva a crer que a bike é um ótimo instrumento de lazer, e não de transporte. Leva a pensar que andar a pé é muito cansativo e que andar de ônibus é horrível (e é mesmo, atualmente, mas nós podemos mudar isso e tornar uma coisa melhor).

Por isso tudo, acredito que a solução para o trânsito não é ser contra o carro e nem priorizá-lo. A solução é pensar em um sistema de mobilidade integrado, que ofereça segurança e opções a todos os interesses. Quem precisa mesmo, anda de carro. Quem pode pedalar, com certeza ganhará em qualidade de vida. Quem só pode andar de ônibus, que tenha conforto e condições para isso. Veja algumas lições que podemos aprender com Copenhague para chegar lá.



E, para quem quiser sonhar com um rio Cachoeira diferente, fica também a lição dos nórdicos. Só pra dar um gostinho de como pode ser:

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Diga NÃO aos elevados!

POR FELIPE SILVEIRA

Quero começar uma campanha aqui no Chuva Ácida contra uma proposta que vamos ouvir com cada vez mais freqüência até as eleições de outubro. “Diga NÃO aos elevados!” Se concordar, espalhe a ideia.

Antes de qualquer coisa é preciso esclarecer que esta é a opinião de um leigo. Gostaria que tal explicação não fosse necessária, já que o blog não é formado por especialistas, mas por gente que tem algumas opiniões sobre alguns temas. Infelizmente, algumas pessoas que comentam anonimamente neste espaço têm dificuldade pra entender coisas simples e por isso a gente se obriga a mastigar.

Continuando...

Não nego que elevados e viadutos sejam soluções para alguns problemas. Há pontos tão críticos que tais obras podem mesmo ser necessárias. No entanto, elevados e viadutos, na minha opinião, devem ser a última solução quando falamos de mobilidade. Antes de pensar em grandes – e caras – obras desse porte, é necessário pensar em diversas outras.

A primeira delas é diminuir o uso do carro. Como fazer isso? Simples, com um transporte público que tenha qualidade e seja barato (ou gratuito) e com boas condições para que os ciclistas possam usar a “zica” para as mais diversas finalidades. Ou seja, ciclovias e ciclofaixas caprichadas (e não aquelas que acabam no meio da rua), estacionamentos seguros para as bicicletas, entre outros incentivos. A própria iniciativa privada poderia pensar em promoções para quem usa o coletivo ou a bicicleta. Empresários poderiam gratificar seus funcionários e os setores de comércio e serviços poderiam fazer promoções.

Mas, claro, o processo descrito acima é mais complicado. Não é impossível, é apenas mais complicado. Por isso, vamos continuar trabalhando com a lógica do carro. Assim, acredito que a solução para o caos no trânsito é investir em soluções simples. Por exemplo, a obra que vi na semana passada em uma rotatória da avenida Beira-rio, perto da lanchonete do Gordão. Veja na foto:

A passagem que ligava a rua Padre Antônio Vieira ao Gordão foi fechada - olha ali o monte de barro! - e eu vi algumas pessoas chiarem por causa disso.  O que não elas notaram, porém, é que apenas o fato de fechar aquela passagem, eliminou um ponto onde o trânsito parava. Como era necessário esperar a vez para passar ali no horário de pico, formava-se uma fila que travava o restante da Padre Antônio Vieira. Aí essa fila ia até a rótula no fim da rua Iririú. Com a obra, além de eliminar aquele ponto que causava a fila, foi alargada a saída da Padre Antônio Vieira para a Beira-rio. Com isso, onde só passava um carro que tinha três opções, agora passam dois com duas opções de caminho, direita ou esquerda.

Essa foi uma obra que não custou praticamente nada e vai agilizar o trânsito no local. Não vai resolver, claro, porque os carros que passam mais rápido ali vão parar lá na frente, em outro ponto crítico. Mas de solução em solução as coisas vão melhorando. Assim como essa, podem haver centenas de pequenas soluções para grandes problemas em toda a cidade. Outro exemplo disso são as “mãos inglesas” que também resolveram problemas pontuais.

O problema disso tudo é que tem muita gente com mania de desmerecer essas obras. Preferem implorar por elevados, por grandes gastos. Eu, sinceramente, não sei se gostam de falar por falar ou se falta consciência mesmo do estrago que um elevado vai fazer no meio da cidade.

Para finalizar a minha pequena listinha de alternativas aos elevados, vou falar de um tipo de obra tão cara quanto um elevado, mas muito mais útil e necessária para a cidade: abertura de vias. Praticamente todo o fluxo da cidade passa pela região central e assim fica complicado mesmo. A cidade precisa de mais ligações entre suas regiões para desafogar o centro.

O binário da Vila Nova é o caso mais emblemático. É impossível haver apenas uma ligação entre uma região tão populosa e o resto da cidade. Aliás, duas vias será pouco. O binário da rua Tenente Antônio João com a Santos Dummont é outro caso. É maluquice querer um elevado por ali antes de saber qual será o efeito do binário.

*

Enfim, eu acredito que não há solução para o trânsito enquanto tiver essa quantidade de carro na rua. É necessário trabalhar para que as pessoas usem o carro, a bicicleta, o ônibus, o barco, o skate, o patinete. E trabalhar significa dar condições e educação para que as pessoas encarem o trânsito e a mobilidade de outra forma. Enquanto isso não for feito, pode fazer 30 elevados na cidade e nada vai adiantar.

Para encerrar a postagem, deixo uma sugestão de leitura e um convite:

Sugestão: A jornalista Natália Garcia percorreu o mundo para ver como alguns cidades-referência (Paris, Copenhague, Amsterdam) lidam com essa questão do trânsito. As impressões estão no site Cidade para pessoas.

Convite: Um grupo de ciclistas organizados de Joinville vai promover, nesta sexta-feira (24), às 18 horas, o evento Massa Crítica, “que acontece mensalmente em centenas de cidades ao redor do mundo e é aberto a todos que queiram promover as condições necessárias para o uso da bicicleta como meio de transporte no espaço urbano.” Apareça para conhecer e debater o assunto.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

A resposta da comunidade

POR FELIPE SILVEIRA

A discussão [sem noção] sobre parque ou praça ficou pra trás, conforme imaginado. No presente a história é outra e o Parque da Cidade mostra todos os dias o quanto era imprescindível para a população joinvilense.

Duas vezes por semana, pelo menos, eu vou ao parque para jogar basquete. Talvez porque estávamos em período de férias escolares, quase sempre tive que esperar para poder usar uma das tabelas, sempre ocupadas. Enquanto esperava, gostava de observar o movimento intenso do parque. Seja na academia da melhor idade, usada por gente de todas as idades, ou na pista de corrida. Ou mesmo nos banquinhos, sempre ocupados por amigos ou famílias, que gostam de ficar apenas conversando. Ah, claro, não posso me esquecer do senhor que ficava pulando corda, sozinho, bem no meio do setor Bucarein. Ele poderia fazer isso na garagem de casa, mas, sei lá por que, ali é mais legal. E nem vou falar da pista de skate e das quadras do setor Guanabara, já que mal passo por lá, mas sei que estão sempre cheias.

Então, parque ou praça, o importante é que o espaço desempenha um papel cada vez mais importante na vida de algumas pessoas. E nem vou falar da comunidade, já que eu já joguei bola com gente que veio do Itinga e com gente que veio de Pirabeiraba.

Ressaltei a importância do parque para as pessoas porque Joinville precisa de mais. Mais parque, mais praça, mais pista de corrida, mais pista de skate, mais tabelas para o basquete e mais redes de vôlei. Apesar de gostar de pedalar até o parque, eu adoraria poder jogar basquete aqui na Praça Tancredo Neves, do lado de casa, cuja fama, desde que eu me entendo por gente, é de "lugar de maconheiro". E eu tenho certeza que isso pode mudar.

Particularmente, não vejo motivo para que não tenha pelo menos duas tabelas de basquete em cada praça da cidade, já que o espaço necessário é muito pequeno. Digo o mesmo para a rede de vôlei, apesar de entender que neste caso o objeto está mais sujeito ao vandalismo. Confesso que fico um pouco decepcionado quando vejo uma praça nova sem uma tabelinha.

Ah, e não posso esquecer de uma velha reclamação do pessoal do basquete. A tabela não pode estar na quadra de futsal, pois isso gera uma disputa pelo espaço por diferentes grupos. Cada um com o seu espaço.

Sobre o vandalismo, apesar de ser um problema sério, é um problema que tem que ser encarado de frente, até que as pessoas tenham a consciência devida do que é público e o cuidado que se deve ter com aquilo que é de todos.

Fica, então, a minha singela sugestão para que cada vez mais seja investido em parques, praças, espaços para a prática esportiva e outros locais que sirvam simplesmente para um passeio com a família ou uma conversa com os amigos. O resultado, que é ganho em qualidade de vida, pode ser observado em poucos meses.


quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Deve ser assim mesmo...

POR FELIPE SILVEIRA

Nós, joinvilenses (os nascidos e os que aqui chegaram depois deste fato), temos um problema com o passado.  Cidade industrial, Joinville sempre funcionou mais ou menos do mesmo jeito que a “firma”: poucos mandam, muitos obedecem. Assim, carregamos essa mania feia de aceitar calados os mandos e desmandos daqueles que se auto-denominam poderosos. Talvez por medo do livro negro, sei lá... Sabe aquela lenda de que todos aqueles que incomodavam (reclamavam direitos?) tinham o nome marcado em um livro negro e nunca mais pegavam emprego na cidade? Ah, não conhece? Bom, eu ouvi isso dos mais velhos, mas sabe como é lenda, né?

Essa mania feia – e claro que não é uma particularidade joinvilense – persiste através dos tempos. Mesmo que a cidade tenha mudado, se tornado mais comercial e desenvolvido a área de serviços, mesmo que as leis garantam os direitos e que já não seja feio ser visto nas praças, a mania de deixar alguém mandar persiste. Uma mania que pode ser vista quando alguém diz “isso é assim mesmo”.

Mas o que eu acho mesmo inadmissível é a importância dada para certas entidades e empresários nesta cidade. Não dá para entender porque um representante de uma associação empresarial é convidado para um debate sobre mobilidade urbana ou convidado para qualquer outro debate. É evidente que, se ele representa uma associação empresarial ou comercial ou sei lá o que, ele vai defender os interesses de tal associação, e, consequentemente, não vai defender o interesse das pessoas e da comunidade. Vamos continuar dando essa importância a eles? Vamos admitir que a imprensa esteja sempre bajulando esses caras? Vamos admitir que uma das ordens de serviço mais aguardadas pela população joinvilense seja assinada na Acij, pelo governador, como se a entidade tivesse alguma ligação com o fato?

É estranho notar, também, que em determinados momentos, quando os empresários deveriam falar, eles se calam. É o caso do debate sobre transporte. Onde estão os empresários nesta discussão? Eu esperava que eles dialogassem com o povo – que está debatendo – sobre o melhor modelo de transporte para a população. E imagino que defenderiam o deles, claro. Eles acreditam que o modelo deles é o melhor, né?

Parece contraditório querer que eles se calem num parágrafo e debatam em outro, mas não é. Há momentos em que determinados empresários têm a obrigação de participar do debate, e não usar de outros canais (pelo telefone, sei lá) para exercer e chegar ao poder. A questão ambiental, por exemplo, exige que cada um explique o que faz e o que não faz. Há debates públicos, que exigem a participação. O que é bem diferente da bajulação que estamos acostumados a acompanhar.

Para finalizar, também acho incrível o boato de que certa família é dona de 1/3 das terras dessa cidade. Só pode ser outra lenda, né? Não há outra explicação. Porque, convenhamos, é terra a dar com o pé. Enquanto isso, milhares deixam a metade da renda da família para o aluguel, outro quarto da renda para o transporte, e torcendo para sobrar um pouquinho para a comida. Teatro, música, ingresso para o jogo do JEC ou do time de basquete, cinema, dinheiro para um jantar com a namorada? Que isso? Parece que algumas coisas são assim por aqui.

Eu não acho justo, mas, isso deve ser assim mesmo...

P.S.: O colega de blog Charles Henrique já tratou da importância excessiva dada às entidades empresariais aqui no Chuva Ácida. Assim que eu achar o link, compartilho com vocês.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

O que é e o que não é utopia e a razão da nossa imobilidade


POR FELIPE SILVEIRA

Achar que toda proposta de avanço social é utopia é a maior barreira para o nosso desenvolvimento humano (aquele que importa, pois o econômico só é bom se servir ao desenvolvimento humano).

Desde sempre, mas principalmente desde a segunda-feira (30) – após a audiência pública sobre a licitação do transporte coletivo –, tenho ouvido que a passagem gratuita e a criação de uma empresa pública de transporte são utopia, coisa de doido e que não vai dar certo. O ponto comum entre todas as pessoas que falaram isso: elas não conhecem a proposta. Por isso, apresento-a vocês, aqui.

Ok. Agora que você leu pode dizer o que acha, se é possível ou impossível, se é justa ou se não é. Mas não se esqueça de que é a sua opinião e não a verdade. E você provar que a sua opinião é a mais correta, sem problema algum. Para isso, basta participar do debate. Você pode, inclusive, sugerir melhorias na proposta. Vou dar o exemplo de uma delas.

O ponto mais “polêmico” da proposta da gratuidade é a conta. Afinal, quem vai pagar essa conta? (vamos retornar a essa pergunta daqui a pouco). A proposta, que você acabou de ler, oferece algumas respostas. A principal delas é o IPTU progressivo, que além de financiar o transporte de milhares de cidadãos, permitindo o acesso à cidade, acabaria/reduziria a especulação imobiliária, resolvendo, ou chegando perto, pelo menos, de resolver o problema da falta de moradia. No entanto, a proposta também sugere, caso não seja possível o financiamento integral em um primeiro momento, o pagamento de mensalidade (baixa) a fim de fazer essa transição até a tarifa zero. Essa foi uma sugestão dada por uma das pessoas que se interessaram em debater e tornar a proposta cada vez mais viável. Assim ela foi e continua sendo construída.

Sacaram a diferença entre virar as costas e dizer que não é possível?

Mas, então, quem paga a conta? Aí entramos no debate político. Quem paga a conta do SUS, da educação? Todo mundo! Por que, então, que o transporte público, que só traz benefícios à mobilidade, ao meio ambiente, que diminui a fila no hospital e o nível de estresse da população, não pode ser financiado por toda a sociedade?

Fica claro aqui que a discussão é política, e não técnica. A segunda é importante, mas tem que estar submetida à primeira. E, para discutir tudo isso política e tecnicamente, é preciso vontade e coragem. Virar as costas, dizer que é utopia, e continuar a ser explorado pode ser mais fácil em um primeiro momento, mas essa é uma escolha sua.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Bom dia, Joinville!

POR FELIPE SILVEIRA

Todas as manhãs, quando abro meu twitter, sou recebido com calorosos bons-dias dos futuros candidatos a Prefeitura de Joinville. Abro um sorrisão, feliz pela simpatia dos nossos homens públicos, e penso: esse dia vai ser bom! Pacientemente, aguardo mais twits, esperando que algum candidato diga algo sobre política mesmo, sobre o que pensa sobre a cidade, sobre direitos, sobre comunicação, sobre cidadania, sobre violência, sobre drogas...

Mas fico só no aguardo mesmo. Tem candidato filósofo, candidato jornalista (aquele que publica informações “importantes”), candidato que quer voltar no tempo, candidato revoltado e candidato analista. Só não tem candidato que discuta a sociedade, suas necessidades e costumes.

E não tem por um simples motivo: porque a sociedade não quer. Candidatos são um reflexo da nossa sociedade e seus discursos são frutos dos nossos anseios e cobranças. E, puta que pariu, nós estamos contentes com o que tem por aí.

Um bom exemplo do que eu estou falando é a questão da segurança pública. Eu não quero saber se o candidato (nesse caso ao governo estadual) promete aumentar o número de policiais. Infelizmente, essa é a discussão que importa para a sociedade, achando que isso resolve alguma coisa do problema da segurança pública.

Eu gostaria de saber qual político vai reformar a polícia. Esse, sim, ganharia meu voto. Qual candidato vai aproximar a polícia da comunidade? Qual vai proibir a prática ilegal de violência da polícia? Qual vai trabalhar pela redução de desigualdades? Afinal, sabemos que a violência é fruto da desigualdade, e não fruto da “vagabundagem”.

Da mesma forma, não quero saber qual político vai alargar ruas para que caibam mais carros (pode transformar tudo em rua que sempre vai ter engarrafamento se não mudar a lógica do transporte). Eu quero saber deles vai propor um verdadeiro debate sobre mobilidade urbana, no qual fique claro que a política individualista do uso do carro no dia a dia é nociva à sociedade. Quero saber qual vai fechar uma via de carro para abrir mais corredores de ônibus, qual vai criar uma empresa pública de transporte para que todos tenham o direito de ir e vir garantidos, já que o modelo atual de transporte privatizado provou o seu retumbante fracasso na garantia desses direitos assegurados pela Constituição.

No entanto, é cada vez mais claro que a sociedade, no geral, não quer saber de nada disso. A maioria só quer saber de entrar no seu carrinho e não ficar tanto tempo no trânsito. Pra isso, quer avenida mais larga. Vão dar com os burros na água. Ou vão se jogar na água... sei lá.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Discutir a mobilidade na rua é garantir a sua cidadania


POR FELIPE SILVEIRA

A mobilidade urbana é, sem dúvida, o grande tema desta década, pelo menos neste início. Se tivemos a cidadania como a temática predominante dos anos 90 e o meio ambiente (sustentabilidade e outras variáveis) marcou presença dos anos 2000 pra cá, as discussões sobre mobilidade subiram ao topo da agenda nesta época. As eleições municipais que se aproximam (e a mobilidade urbana é essencialmente um tema que se discute na cidade) deverão mostrar como esse assunto assumiu tal importância perante a sociedade.

Contudo, há discussões que não podem esperar até as eleições para serem debatidas. A nova licitação para o transporte coletivo, que irá definir os rumos da mobilidade de Joinville e da própria cidade pelos próximos 25 anos, é uma discussão que está acontecendo agora. Está acontecendo nos gabinetes dos políticos, nos escritórios dos empresários, no facebook, no bar e, principalmente, na rua. E é na rua que você pode ocupar o seu espaço de cidadão, assumir a sua cidadania, garantir o seu direito e ser o protagonista da sua história.

Desde que foi anunciado o aumento da tarifa do transporte coletivo (para R$ 2,75 a antecipada e R$ 3,10 a embarcada), na última semana de 2011 (momento mais apropriado para quem não quer ver o povo na rua), a Frente de Luta pelo Transporte Público retomou os trabalhos de discussão e colocou o povo na rua para protestar contra o aumento. Desde então, já foram quatro manifestações e o movimento para barrar o aumento só tem crescido. E hoje tem nova manifestação!

[obs.: a Frente de Luta pelo Transporte Coletivo é formada por diversas entidades e cidadãos, e não somente o Movimento Passe Livre (MPL), como os desinformados da imprensa costumam dizer. O MPL, obviamente, ocupa um espaço de destaque neste movimento devido a sua construção histórica, essência e poder de contribuição]

Desde o início do movimento, uma barreira se levantou contra ele. Não se trata da polícia, com seu spray de pimenta jogado traiçoeiramente nos olhos dos manifestantes; não se trata dos políticos e sua proposital ausência do debate; e não se trata dos empresários, que enchem o terminal de capangas para assustar e, criminosamente, estragar o material dos manifestantes; não se trata de nada disso. A principal barreira tem sido a sociedade (você!) e o sua inércia, a sua imobilidade, a sua ironia, a sua falta de paixão, tesão e cidadania.

Essa barreira será superada de alguma maneira. A melhor delas é fazer você deixar de ser barreira para se tornar parte do tanque que irá derrubá-la. Cada um que passa para o lado de cá é um a menos do lado de lá. O convite, portanto, está feito. Junte-se a nós e venha construir um novo modelo de transporte, que não vise o lucro, mas que promova o direito de ir e vir de cada um garantido na Constituição Brasileira.

Estão marcadas para os dias 30 de janeiro e 27 de fevereiro duas audiências públicas com autoridades e população para debater a nova licitação do transporte público, a ser lançada este ano. Abrir a discussão é um ponto positivo, mas duas audiências é muito pouco para um debate de tanta importância. Por isso, junte-se ao povo na rua, participe do grupo de discussão no facebook e prepare-se para uma grande batalha por seus direitos.

Para finalizar, deixo um gráfico elaborado pela Frente de Luta pelo Transporte Público, que compara a inflação desde 1995 com os consecutivos aumentos da tarifa, geralmente justificados pela inflação.


* Vale citar também que hoje as empresas de transporte público de Joinville operam sem licitação, com um prazo estendido pelo Executivo, com apoio do Legislativo, durante a gestão de Luiz Henrique da Silveira, em 1999. Vocês me digam se isso é ilegal ou não é. Eu tenho a minha opinião, mas, por enquanto, quero evitar processos.

* Vale citar também que os motoristas de ônibus trabalham sob muita pressão e ganham salários baixos, mas as empresas sempre alegam que o aumento também serve para reajustar o salário deles. Você acredita mesmo nisso?

*Vale citar também que uma pessoa gasta cerca de R$ 1.452,00 por ano para fazer duas viagens por dia. Não sei se todo mundo sabe, mas quem usa o transporte público, usa porque precisa, porque não pode atravessar a cidade de bicicleta para trabalhar e também porque não tem dinheiro para comprar um carro ou uma moto.

*Vale lembrar também que a fumaça dos automóveis é uma das principais responsáveis pela poluição da nossa atmosfera e que milhões de carros nas ruas tornam o trânsito insuportável e a vida de todos cada vez pior.

* Vale lembrar que um dos principais problemas da saúde pública, pelo menos a de Joinville, é o alto número de motoqueiros vítimas de acidentes de trânsito (mesmo quando são protagonistas são vítimas), que superlotam os hospitais quando chegam literalmente arrebentados na sala de emergência. E isso não é nada comparado à tragédia pessoal que representa para cada ser humano que perdeu uma perna ou um braço, que perdeu o movimento das pernas, que perdeu funções motoras ou a visão, que perdeu a capacidade de jogar bola por causa de um joelho estourado ou até mesmo a vida.

Toda essa tragédia cotidiana é fruto de uma política excludente de transporte, que é conseqüência da sua imobilidade. Vai continuar aí parado?

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Direito de dar porrada

POR FELIPE SILVEIRA

Quem acha que a polícia tem o direito de dar porrada em quem quiser levante a mão, por favor.

o/ (esse é o voto do policial presente)

Ok. E quem acha que a polícia tem o direito de dar porrada em pobres, negros, homossexuais e viciados ou usuários de drogas?

...

Ok, vou facilitar pra vocês, já que alguns não entenderam e repetir de maneira que a maioria entenda: quem acha que a polícia pode descer o sarrafo em pobre, preto, bicha e maconheiro?

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Bom, eu já esperava essa reação. Vamos a última pergunta: quem acha que a polícia é somente mais um serviço público e policial deve ser tratado com respeito assim como os demais cidadãos desse país, e tratar os demais cidadãos do país com o mesmo respeito?

o/ o/

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A brincadeira acima é para ilustrar a maneira como eu, infelizmente, vejo o comportamento da sociedade. Cada vez mais, me parece, uma parte das pessoas aprova e clama por mais violência, principalmente a violência do Estado para cima daquilo tudo que incomoda uma certa classe social. E não me perguntem qual é! Afinal, trata-se de gente trabalhadora, que lutou pra chegar aonde chegou e aproveitar o seu precioso dinheirinho.

O Estado, por sua vez, dá esse dever à polícia. “Pegue este cacetete e se vire. Pode tirar lasca!” Acho que isso não é muito diferente do que os policiais ouvem na formatura – e, quem sabe, em todo o curso de formação. A polícia (mal preparada, que ganha mal e corre o risco de morrer diariamente), por sua vez, desce o cacete mesmo. E aí quem apanha cresce com medo da polícia, e o medo vira raiva, e aí gera mais violência. E assim vamos juntos para o buraco.

Em minha opinião (é sempre bom reforçar), precisamos incluir, urgentemente, a polícia nesta coisa que chamamos de democracia. Porque pelo que me parece, essa parte do Estado, justamente essa que detém o direito (e o dever) de usar o cacetete, vive em outra época, lá pelos anos 70.

Numa democracia, com igualdade entre os seus cidadãos, deve haver respeito entre as partes. E eu desafio qualquer um a dizer que não tem medo da polícia. Se não tem, pense bem se você teria coragem de falar com um policial da mesma maneira que fala com aquela velha que lhe fechou no trânsito. Pense bem em como reagiria caso presenciasse algum crime ou contravenção de um policial. Claro, sem câmeras ou uma multidão por perto. Aliás, pense bem se já não presenciou nada parecido. Enfim, se nunca presenciou ou ficou sabendo de nada parecido, só tenho uma coisa a dizer: você não é normal.

De qualquer forma, eis aqui a maneira como eu não quero ser tratado pela polícia, mas que infelizmente é a maneira como a polícia trata as pessoas, principalmente se ela for negra e/ou pobre ou viciada em drogas. Mas, se você acha isso normal, eu realmente estava certo na brincadeira que abriu esse texto.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Usem filtro solar


POR FELIPE SILVEIRA

Não, não quero fazer um plágio daquele famoso texto de auto-ajuda que o Pedro Bial fez a locução da versão em português. O conselho é de quem está todo queimado por ter ficado um dia inteiro exposto ao sol sem protetor. Vai por mim (ou pelo Bial): usem filtro solar! De qualquer forma, também quero deixar aqui meus conselhos e propostas (ou sei lá do que podemos chamar) para este ano que começa, afinal, é o mais importante de nossas vidas, né, já que supostamente é o último.

Neste dia em que a maioria de nós voltou ao batente e pouca gente ainda se lembra das resoluções de ano-novo, quero propor apenas uma coisa: um olhar diferente do que o habitual para cada situação. Não quero propor nada além do que um novo ângulo, uma nova perspectiva. E quero propor apenas isso porque acho que somente isso pode mudar as coisas como elas são.

De certa forma, é isso que tentamos fazer aqui no Chuva Ácida. Apresentar novos olhares é a nossa tarefa. E ser apresentado a novos olhares, dos leitores, por meio dos comentários, é a nossa vitória.

Com novos olhares podemos entender melhor quem é quem na nossa política; podemos entender que entidades empresariais interferem na política porque têm interesses bem específicos; podemos perguntar quando Joinville esteve bem para quem quer Joinville bem de novo; podemos questionar a brutalidade da perseguição aos movimentos pela habitação.

Nessa nova maneira de olhar, algumas perspectivas são importantes. Além da perspectiva da legalidade, também é importante olhar pela perspectiva da justiça. A moralidade, a igualdade e a solidariedade também são ângulos interessantes. E há muitos outros. O que não podemos é continuar com o olhar de cabresto, guiado por outras mãos. Dessa forma, vamos conseguir um olhar crítico e compreensivo, porque não basta ter um ou outro. O equilíbrio é sempre o mais importante.

No mais, desejo um feliz 2012 a todos nós e lembro mais uma vez que é o mais importante de nossas vidas. Não porque vai acabar ou porque tem eleição ou olimpíada, mas apenas pelo fato de que é o que estamos vivendo. E não esqueça o filtro solar.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Vocação esportiva e a Arena Joinville

POR FELIPE SILVEIRA

Foi anunciada nessa semana a possível ampliação da Arena Joinville. Essa que foi a grande obra eleitoreira de Tebaldi, pode ser um belo reforço na campanha de reeleição de Carlito. E, sem querer misturar as coisas (cada área e projeto tem a sua verba), fico indignado com a felicidade que dá nesse povo cada vez que se fala nesse estádio.

Fico indignado porque não vejo ninguém brigando por uma pista de atletismo adequada, por mais projetos esportivos junto à comunidade, por uma piscina olímpica ou por mais estrutura para os nossos atletas. Não quero também criticar o trabalho da Felej, pois considero um trabalho bem feito e que, na medida do possível, tem atuado em todas as áreas do esporte. Ressalto que essa é uma visão de fora, superficial. Enfim, quero apenas dizer que a cidade tem potencial para ser uma potência esportiva do país, que tem vocação para o esporte, mas que para isso também precisa contar com o apoio das pessoas que atualmente se contentam com a ampliação da Arena Joinville.

Joinville é uma cidade com vocação para o esporte e 2011 foi um ano que, apesar de alguns resultados ruins, mostra a força esportiva da cidade. Quais cidades no Brasil podem se orgulhar de ter um time na forte série B do campeonato brasileiro, um time de basquete no campeonato nacional, um time de futebol americano disputando o nacional, um time de futsal campeão da taça Brasil, uma promessa olímpica como a Tamiris de Liz e outros tantos atletas que são referências nacionais e estaduais em diversas modalidades, como o caratê, a natação e outras tantas. E, claro, isso é apenas uma visão superficial da coisa, de quem nem é muito ligado em esportes.

Muitas vezes não reconhecemos a qualidade da cidade neste âmbito, mas é inegável a grandeza esportiva de Joinville. Preferimos reclamar de resultados ruins, como as quedas do JEC, a má campanha da Krona, principalmente neste ano, o fechamento do time de vôlei da Tigre. Claro que há coisas ruins, mas o esporte é cheio de altos e baixos mesmo, e a consistência e a insistência são fatores determinantes. O time de basquete de Joinville, por exemplo, deu um susto na cidade este ano. Parecia que ia fechar, e quando chegou o início do NBB, parecia que não iria pra frente. Hoje, no entanto, está sendo formado um time forte, bem treinado pelo José Neto e com reforços importantes. O futsal da Krona é outro exemplo. Depois de uma campanha muito ruim na Liga, com um bom time, poderia ter abandonado o barco, mas pelo que se vê está montando uma seleção para ganhar tudo em 2012. Se vai ganhar alguma coisa, são outros quinhentos.

Em qual das duas imagens está a nossa maior riqueza esportiva?

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Aumento pode? (lá no P.S.)


POR FELIPE SILVEIRA

Ontem acompanhei o show de horror, digo, a última sessão da Câmara de Vereadores. Pra não dizer que só falei mal, um elogio: foi hilário. Ok, isso não é novidade, todo mundo diz. Mas quero destacar um ponto, quando o Bisoni disse que o Bento gosta de aparecer.

Lá pelas tantas, na discussão sobre a criação do Fundo de Proteção Civil, o vereador disse que a Prefeitura deveria indenizar as famílias construíram terrenos em loteamentos permitidos pela Prefeitura. Aí o Bento, líder do governo, ficou puto e pediu a palavra. A revolta se devia ao fato de o Bisoni fazer parte da gestões PMDB-PSDB, que, segundo ele, teriam aprovados inúmeros lotes em condição de alagamento. Assim, o Bisoni não teria moral para sugerir algo desse tipo (e eu, particularmente, acho que não tem o menor cabimento mesmo).

Na volta da fala do Bisoni, ele solta essa: "O Bento gosta de aparecer, mas só quando tem gente. Vem até de vermelho pra aparecer". Depois disso só dava pra ouvir o Bento reclamando, mesmo com o microfone fechado, da fala do Bisoni. Sob protestos Bisoni justificava. “É brincadeira, é brincadeira. Mas é verdade”.

Enfim, vocês tinham que ter visto. É uma pérola atrás da outra.

No entanto, o que eu quero dizer com isso, é que o que deixa a desejar na Câmara é a falta de qualidade dos nossos vereadores. É um absurdo, gente, que certas figuras sejam eleitas. O Bisoni, coitado, já deu o que tinha que dar. Ele é uma figura carismática, engraçada, mas isso não pode garantir uma eleição, muito menos as quatro que ele tem.

A Câmara é um lugar para o debate de ideias que resultem em ações para melhorar a vida do cidadão e a cidade. Hoje ela é um festival de remendos, no qual cada um puxa uma sardinha para o seu lado. É difícil encontrar um argumento que preste sobre qualquer discussão que se tenha nessa casa.

No entanto, essa discussão é fundamental para a democracia e ela vai acontecer. Ela só acontece nesse nível por causa das nossas escolhas tortas, por causa do nosso descrédito no sistema democrático (se fosse for anarquista, posição que respeito e admiro, o descrédito tem razão de ser).

Esse descrédito que só aumenta com a ideia “de que político é tudo vagabundo mesmo”, com a ideia de que ter menos vereador é melhor do que mais, com a ideia que política não vale a pena, e, principalmente, que as discussões não devem “partir para o campo ideológico”.

Enfim, fica o meu apelo para que elevemos a qualidade da Câmara da próxima eleição, para votarmos em gente inteligente, que debate, que tem idéias, que tem ideologia, que quer o melhor não só para a cidade, mas para as pessoas.


P.S.: Ontem, aos 45 minutos do segundo tempo, na última sessão ordinária do ano, os vereadores aumentaram o próprio salário. Quer dizer que não pode aumentar o gasto com mais vereadores, mas aumento de salário pode?

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Aumento da tarifa precisa ser discutido a sério


POR FELIPE SILVEIRA

Não lembro quando comecei a me interessar por política. Desde muito pequeno eu já gostava disso. Mas, certamente, minha primeira atitude política pública foi em um protesto contra o aumento da tarifa do transporte coletivo há cerca de dez anos. Eu estudava no colégio Plácido Olímpio de Oliveira, no bairro Bom Retiro, e nós fizemos um protesto no terminal norte. Se não me engano, foi nos mesmos protestos em que uma galera foi presa no centro, que reuniram cerca de 3 mil pessoas. Nunca vou esquecer como descobri o gosto de spray de pimenta. Se você não sabe, não queira saber. Detalhe: éramos um monte de crianças e adolescentes, não passávamos de 50, e um pessoal simpático do GRT deve ter se divertido espirrando o spray desbaratinadamente.
Desde então, sempre estive ligado e quase sempre participando das manifestações contra o aumento. E confesso que foram algumas das minhas melhores experiências da juventude. Muita gente chamou a gente de baderneiro, mas quem diz isso não tem ideia de como é bonito ver a juventude se mobilizando politicamente desse jeito. Quem nos chama de baderneiro, geralmente, não tem a menor ideia do que é consciência política. E são esses, principalmente, que reclamam da falta de politização da juventude. Cornetagem forte mesmo.
E é justamente esse ponto que eu quero tratar aqui no Chuva Ácida. Nesta segunda, o jornalista João Kamradt, do jornal A Notícia, deu a informação de que Carlito Merss disse que haverá reajuste da tarifa de acordo com a inflação. Liguei na Prefeitura e a assessoria disse que essa informação ainda não é oficial, mas que o assunto está sendo discutido e aos cuidados da Seinfra.
Mais do que nunca é hora de debatermos mobilidade urbana. E essa discussão, em Joinville, não se trata de vias, viadutos, trens, VLP, VLT, bicicleta ou pula-pula. Essa discussão, em Joinville e em qualquer lugar do mundo, é sobre o transporte coletivo.
Em sua coluna domingueira, no AN, o Zé Antônio Baço fala sobre o mesmo tema. Andar de bicicleta na Europa é uma coisa. Em Joinville, é outra. Na Europa eu não sei como é, mas em Joinville eu ando há 15 anos e tenho uma vaga ideia de quando é viável e quando não é. E, por mais que eu seja um defensor da “zica”, é impossível usá-la para tudo na vida. Claro, dá pra ser usada muito mais, e isso depende muito de vontade, das pessoas e dos políticos.
Voltando ao tema transporte coletivo, as duas propostas mais sérias que eu conheço sobre mobilidade urbana em Joinville são a do Movimento Passe Livre (MPL) e uma do Ivan Rocha (vídeo abaixo). Claro, há outras, como a do Kennedy Nunes nas eleições, com subsídio, e a das empresas, que querem menos impostos só para elas. Dessas aí eu nem digo nada.
O MPL (nunca fiz parte, que fique claro) discute a questão com muito afinco, com debates, exibição de filmes, blog atualizado, facebook e plano com propostas concretas. E parte de um princípio muito simples, de que a atual política de transportes é excludente e que a tarifa zero iria garantir o direito de ir e vir (a interpretação é minha). Já o Ivan defende um modelo de mensalidades (baixas) e circulação livre, baseado no sistema português.
O problema, no entanto, é que essas propostas são ignoradas pelos políticos e por boa parte da sociedade, que só enxerga “baderneiros”. Pelo políticos, a razão é óbvia. Boas propostas avacalhariam com a relação entre os empresários e os gestores. E, caso alguém queira enfrentar o poder imposto pelo dinheiro, certamente iria se incomodar. Claro, o poder do povo, do cidadão, poderia bater de frente com o poder do dinheiro. Mas como o cidadão está bem confortável em seu carro com ar-condicionado, a omissão é o caminho mais tranquilo. E a cidadania se resume a reclamar dos buracos de rua. E a chamar quem discute de baderneiro.
Por favor, vamos fazer diferente dessa vez.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Cornetas

POR FELIPE SILVEIRA

Não sei se algum de vocês já reparou, mas eu falo muito de políticos. Ou melhor, não falo muito mal de políticos. Isso não significa que eu goste deles ou que concorde com a maioria das atitudes. Muito menos que eu ache que eles não devam ser criticados. Muito pelo contrário. A coisa que eu mais gosto de fazer é discutir sobre isso. No entanto, prefiro fazer em outras rodas.

O motivo para isso é muito claro. Acho que o problema está muito mais no eleitor, no cidadão, do que no político. Desse você já não espera muita coisa. A fama de safado, incompetente e mentiroso, quase sempre, procede. Já o eleitor, pra mim, deixa muito mais a desejar.

Duas coisas me fizeram refletir bastante aqui no Chuva Ácida, sobre isso. A primeira, o texto do Upiara, que falava sobre as picuinhas às quais somos tão ligados. A segunda está no texto mais recente da Maria Elisa: “Talvez, Joinville não esteja tão interessante. Os mesmos nomes, os mesmos grupos, as mesmas velhas disputas. [...] Ando mais interessada nas coisas que transcendem a nossa "bolha". De Belo Monte a Occupy Wall Street, o mundo ferve de questões importantes e que deveriam nos mobilizar mais.”

O primeiro caso, das picuinhas, me parece o mais grave. Tem sido horrível hoje em dia discutir o governo municipal com seriedade, por exemplo. Eu vivo defendendo o governo Carlito, mesmo sendo de um partido que se opõe ao PT, por causa do tanto de bobagens que a cornetada reverbera por aí. É muito cansativo. A falta de vontade de pensar somada com a raiva resulta em coisas pavorosas. Já sobre o segundo caso, tenho só um comentário. O mundo mudando o seu jeito de ver e fazer política e a gente está aqui olhando pra trás.

Agora, pra exemplificar o que estou falando, vou citar um caso:

Semanas atrás, uma parte da pista de skate do Parque da Cidade, aquela que parece uma piscina, ficou cheia de água, após uma chuva. Alguém fez uma foto e a coisa começou a rolar nas redes sociais, principalmente no facebook. Tinha gente que ria, gente que chamava o prefeito de burro, gente indignada... Enfim, o prefeito era o grande culpado porque “fizeram a pista e não pararam pra pensar no escoamento”. A partir disso, a primeira coisa que eu perguntei: "como é que a pista já está pronta há meses e nunca encheu?" Opa... aí tem gente que já começou a pensar. Mas, claro, havia os que continuavam dizendo que o Carlito havia feito M.

Quando a empresa que fez a pista foi verificar o que aconteceu, encontraram até garrafa pet na tubulação da pista, além de sacolas plásticas e outros objetos. Isso provou que a proteção de ferro foi arrancada e o garrafa foi colocada propositalmente lá dentro. E agora, a culpa é do prefeito?

E esse é só um caso. Eu não quero defender o Carlito, tenho críticas ao governo. Mas, nesse mar de bobagens, de raiva, de inveja, às vezes me vejo obrigado a fazer isso. Às vezes, me parece, inclusive aqui no blog, que as pessoas só querem munição pra bater mais ainda na administração.

Acho que olhar para o umbigo pode ser um exercício interessante. Não para exaltar a si próprio, mas pra ver se enxergamos um pouco mais de nós mesmos.

Na imagem, cedida por Christian Amorim, fotógrafo do Portal Joinville, o ralo da pista, em destaque (círculo vermelho), no dia da inauguração do Parque da Cidade.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

E agora, o que dá pra fazer com 3,5%?

POR FELIPE SILVEIRA

Diz o vereador Bento (PT) que, cortando uma gordurinha aqui, outra ali, dá pra reduzir a verba repassada à Câmara para 3,5% do Orçamento. No próximo, esse percentual será de 4,5. e nesse ano foi de 6%. Mais do que dizer isso, a bancada petista, a governista, propôs uma emenda na Lei Orgânica do Município para que realmente ocorra uma redução do gasto público no próximo ano. Sabendo disso, comecei a me perguntar:

Cadê todo esse povo que é contra o aumento do número de vereadores por causa do gasto público?

Ah, eles (vocês, talvez) não sabiam... entendi.

Então... cadê a imprensa, os colunistas... meu Deus! ONDE ESTÃO OS RADIALISTAS???

Onde está o manifesto da Acij, CDL, Ajorpeme, Acomac??? Onde estão os outdoors??? E os candidatos à próxima eleição... nada?

Enfim, cadê todo mundo que é tão radicalmente contra mais vereadores? Que acha que o mundo vai acabar com mais cadeiras no legislativo? Cadê o tão falado 90% da população contrária ao aumento do gasto que não tá engajada nessa causa?

Apesar de tantas perguntas, o que mais me deixa curioso mesmo é como os vereadores contra mais colegas vão reagir. Só vi uma manifestação, pelo jornal, e era negativa (não lembro qual era). O edil questionava se fazia sentido querer reduzir a verba e aumentar o número de colegas?

Sim, o próprio Bento me falou (numa entrevista) que a ideia da proposta é tentar aumentar as vagas na Câmara, mas que o objetivo era reduzir a verba seja qual for o número de vereadores.
Mas eu, e vocês, não temos nada a ver com isso. O que importa é a redução do gasto, né? Não é o desejo do povo, a vontade da maioria? Se é possível reduzir pra 3,5%, então vamos batalhar pra isso acontecer. Afinal, não é isso que importa?

Em tempo: não sou contra o aumento do número de vereadores. Nem a favor. Muito pelo contrário. Na verdade, ainda não decidi. Quando as entidades se posicionaram contra, eu me posicionei a favor, porque ali tinha alguma coisa errada. Hoje, sinceramente, tanto faz. Questiono muito mais a qualidade do que a quantidade. E, nesse quesito, tá feio o negócio.