POR JORDI CASTAN

Um deles é o das ciclofaixas. Não vamos aqui relembrar que o
projeto elaborado pelo IPPUJ coloca ciclofaixas ligando a nada a coisa alguma.
Que elas iniciam e acabam no meio do nada e que não tem a largura mínima recomendada
pelo Código Brasileiro de Trânsito. Tudo isso seria chover no molhado. Alguns
até com mais criatividade têm batizado as ciclofaixas em Joinville com o nome
mais adequado de ciclofarsas. O resultado é que os ciclistas as evitam sempre
que possível, pois a sensação de insegurança é grande para o usuário. Qual é o
percentual de aumento do novos ciclistas que passam a usar a bicicleta para
seus deslocamentos diários, ao trabalho, a universidade ou para realizar
compras?
O IPPUJ até agora não apresentou dados que possam servir
para comprovar que as ciclofarsas de fato contribuem a aumentar o número de
ciclistas e o número de deslocamentos feitos com este modal. Deixemos fora da estatística
os ciclistas de final de semana, os que semanalmente em grupos atravessam
Joinville de um extremo ao outro em passeios ciclísticos e outras iniciativas
semelhantes. Nunca vi nenhum desses grupos usando ciclofarsas. Mas encontrei
entre eles alguns dos maiores críticos dos projetos feitos pelos nossos tecnicos locais para estimular o uso
da bicicleta.
As novas ciclofarsas são enfeitadas em alguns trechos, durante
os primeiros 4 ou 5 meses com faixas de rolamento de cor vermelho, deixando a
cidade, por pouco tempo, mais colorida. O Código Brasileiro de Transito
determina a pintura vermelha para melhorar a segurança do ciclista. Ponto para
o Código. Esta é inclusive uma prática na maioria dos países que encaram o tema
das bicicletas com seriedade. Mas não tenho visto que se utilize este sistema
de pintura de curta duração em nenhum outro pais. Em uma cidade que não consegue
manter pintadas durante todo o ano as faixas de pedestres frente as escolas,
hospitais e lugares de maior transito de pedestres é ilusão imaginar que as
ciclofarsas receberão algum tipo de manutenção e serão repintadas com a frequência
que o tipo de tinta, a má qualidade do asfalto e o alto nível de atrito dos
pneus dos carros provocam nas áreas em que a pintura é necessária.
Se o
prefeito e sua equipe zelassem mesmo por cada centavo de dinheiro público, já
teriam percebido que o sistema atual é
caro e ineficiente. Esqueci que essa é um pré-requisito no serviço público,
comprar caro e comprar mal. Quem sabe o prefeito não olha esse tema com mais
atenção e propõe aos seus técnicos que analisem outras alternativas, como o
asfalto pigmentado, que é a técnica mais comum na maioria das cidades que tem
um programa de ciclovias serio e bem planejado. Porque não consigo imaginar que
em Joinville alguém esteja preocupado com a manutenção dessas ciclofaixas.
Um
exemplo o cruzamento das ruas Campos Sales e Benjamin Constant um show de cores
quando inaugurada a ciclofarsa, quanto tempo durou a pintura? Menos de meio
ano. Número de vezes que foi repintada nos últimos 4 ou 5 anos? Zero. Outro as
ciclofarsas da Rua Ottokar Doerfehl, aonde anda quedam traços da pintura
vermelha original? As ciclofarsas que ligariam o Centro de Joinville ao Parque
José de Alencar. Ops! Quero dizer as praças da Cidade, nunca foram concluídas.
Agora o conjunto de ciclofarsas do pomposo trinario que envolve as ruas XV, Max
Colin e Timbó é objeto de pintura chamativa e traçado irracional. Então esta
lançado o desafio, quem aposta que a pintura durara mais de 6 meses? Quem
aposta que não será repintada? Façam suas apostas. Sobre o cuidado dos
centavos, já esta claro que quem apostou, perdeu.