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segunda-feira, 30 de julho de 2018

Plano Diretor ou Plano Dirigido? Para crianças de 7 anos...


POR JORDI CASTAN
Na quinta feira participei daquilo que o pessoal da SEPUD denominou "Oficina de Revisão do Plano Diretor". O evento contou com menos participação que a esperada. Metade dos lugares previstos ficaram vazios e a dita oficina pareceu mais uma divertida quermesse - ou uma improvisação cênica aberta a participação do público - do que uma oficina, para revisar o Plano Diretor. Sobrou boa vontade e faltou seriedade e organização, mas isso por estes lados não é nada novo.

Primeiro é importante ressaltar que não houve nesta oficina (e parece que tampouco nas anteriores) nenhum controle sobre quem participava de cada mesa temática. Ora, isso permitiu que várias pessoas do mesmo setor, ou até da mesma empresa, sentassem na mesma mesa e votassem os temas do seu interesse. Assim, o princípio da representatividade e da equidade não foi cumprido.

Ainda mais curioso foi que os próprios representantes comissionados da SEPUD e de outros órgãos da Prefeitura Municipal escrevessem tarjetas com os temas a serem posteriormente priorizados. E assim ao mesmo tempo que escreviam também votavam nos temas que haviam escrito. O modelo é afinado com a linha dirigista e autoritária de que tanto gostam o prefeito e sua equipe. O resultado é que a população acredita estar participando e mesmo que é ouvida. A Prefeitura cria a fantasiosa ilusão de que as oficinas, assim como as audiências públicas, são um processo aberto, democrático e participativo.

Não há rastreabilidade sobre o que foi escrito pelos participantes, nem sobre os critérios seguidos para a priorização, E, pior ainda, não houve tempo para um debate aprofundado porque cada tema só poderia ser debatido, no máximo, por 15 minutos. A pressa obrigava a cumprir o horário, pelo que não foram permitidos debates consistentes. Tudo bem ao gosto desta gestão, evidenciando cada vez mais a conhecida dificuldade dos atuais gestores para compreender e tratar temas complexos. Por isso a necessidade que qualquer tema seja apresentado de forma superficial. Se uma criança de 7 anos não consegue entender, nem o prefeito, nem a maioria do corpo técnico tampouco.

Para concluir - e para forçar ainda mais o direcionamento dos temas -, os participantes deveriam escolher unicamente três e só três tópicos. A obsessão pela simplificação chega a ser simplória. E tem como objetivo evidente evitar os debates e discussões. O resultado das ditas oficinas caso se concretize a metodologia proposta pela Prefeitura, será um exemplo de eficiência. Se não fosse uma afronta à legislação vigente, claro. Onde? No que se refere à participação popular e a cidade de direito, além de pela superficialidade da abordagem, pela falta de preparação da sociedade para poder debater sobre o tema, agravado pela pouca qualidade dos documentos e dados apresentados e a nula informação entre o que foi previsto no Plano Diretor vencido e realmente precisa ser atualizado ou revisto.

É bom lembrar que estudos consistentes, análises e textos mais extensos que três linhas escritas em um pequeno post-it são o máximo que deve caber na memória RAM dos organizadores das oficinas e da equipe mais próxima ao prefeito. Não se pode pedir muito mais que isso. Ao que parece indicar, a revisão do Plano Diretor estaria pronta, não duvidaria, que os resultados e as conclusões já estejam definidos e redigidos antes mesmo de realizar as oficinas. 

12 comentários:

  1. “Quermesse”
    Maldoso!

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    1. Pensei até em Jamboree, mas os escoteiros não merecem...e o espirito estava mais proximo de uma quermesse mesmo

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  2. Os presentes não eram todos cidadãos de Joinville?

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    1. Você entende pouco de dinâmicas de grupo...ou como alguns da SEPUD entende muito e sabe como se faz para direcionar este tipo de oficinas.

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    2. A pergunta não foi respondida. Reformularei para que seja melhor compreendida:
      Os presentes não eram todos cidadãos de Joinville e, portanto, também não tem direito a escrever nas tarjetas e votar?

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    3. Espertinho, a sua pergunta foi perfeitamente compreendida. A resposta, esperava, que também. Vejo que não.
      Algumas pessoas tem maior dificuldade em entender o que não querem entender.
      Enquanto comissionado da SEPUD o seu papel na oficina deveria ser o de manter-se neutro. Não foi o que vi.
      Enquanto cidadão pode fazer o que quiser.
      O seu caráter ficou evidenciado na sua atitude. Caráter você aprende ou não em casa.

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    4. Gosto como pressupõe que trabalho na sepud pelo simples fato de não concordar com os pontos levantados aqui. Além das críticas, seria interessante ver suas propostas de melhoria para a condução da oficina
      E faço de suas palavras, as minhas: Caráter você aprende ou não em casa.
      Para bom entendedor, um post it basta!

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    5. As propostas de melhoria? São simples e estão no texto, a busca do consenso, a preparação adequada do material, a apresentação dos estudos prévios necesarios para que os participantes possam contribuir com conhecimento e com as informações imprescindíveis.
      Ainda e para não esquecer, de uma olhada como foram as oficinas para implantação da ARIE do Boa Vista vai que aprende como deveria ser.
      Em tempo, para aprender, primeiro precisa desaprender, para encher precisa esvaziar. Esse deve ser seu maior problema o excesso de conhecimento, de sabedoria.
      Para você é evidente que um post it não basta. Já usou três e esta longe de entender.

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  3. O secretário participou?

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  4. Isso que dá colocar um dono de agencia de MKT como secretario.. ele acha que é reuniao de briefing de agencia

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