POR JORDI CASTAN
O nosso gestor municipal tem todo o seu tempo ocupado. Passa os dias entre a articulação da sua quimérica candidatura ao governo do Estado, não fazer
nada por Joinville e vistoriar o setor de hortifrúti do Angeloni. Não fosse isso, me atreveria a lhe propor uma visita a
Santa Fé, na Argentina. Há na cidade um moinho que lembra o nosso em tudo. Também foi abandonado pela empresa que o operava. E também surgiram mil propostas
amalucadas envolvendo especuladores imobiliários e o poder público.
A diferença é que lá decidiram pôr as mãos na massa e, com pouco orçamento mas muita criatividade, fizeram o que precisava ser feito. Incorporaram o moinho ao patrimônio da cidade. Incorporaram não quer dizer o que se fez aqui com a Cidadela Cultural ou com a antiga prefeitura na Max Colin. Não se trata só de comprar e deixar abandonado. Ou converter o espaço num cortiço sem dono. Incorporar quer dizer primeiro ter um projeto. E depois gente capaz de levar o projeto adiante. É aí que a coisa complica sempre em Joinville. Não há projetos, quando há estão mal feitos, ou são inviáveis e não há propostas para o uso posterior do espaço.
A diferença é que lá decidiram pôr as mãos na massa e, com pouco orçamento mas muita criatividade, fizeram o que precisava ser feito. Incorporaram o moinho ao patrimônio da cidade. Incorporaram não quer dizer o que se fez aqui com a Cidadela Cultural ou com a antiga prefeitura na Max Colin. Não se trata só de comprar e deixar abandonado. Ou converter o espaço num cortiço sem dono. Incorporar quer dizer primeiro ter um projeto. E depois gente capaz de levar o projeto adiante. É aí que a coisa complica sempre em Joinville. Não há projetos, quando há estão mal feitos, ou são inviáveis e não há propostas para o uso posterior do espaço.
O máximo que os nossos gestores fazem, além de ficar o dia
inteiro sentados olhando a maré subir e descer o Cachoeira, é imaginar que alguém vai
implantar lá um shopping ou um prédio comercial. O que, claro, geraria mais IPTU e
empregaria alguns vendedores, repositores ou caixas se for um supermercado.
Convenhamos que criatividade e inovação não são características pelas quais Joinville tenha se destacado nos últimos anos.
A lógica cartesiana do contador de centavos só entende de cortar, depenar, desmantelar, derrubar, demolir. A cultura e o meio ambiente têm sido as áreas mais duramente castigadas por esta gestão. O que, alias, é bem significativo. O preço dessa visão retrógrada sairá caríssimo para as gerações futuras. Mas essa é outra historia.
A lógica cartesiana do contador de centavos só entende de cortar, depenar, desmantelar, derrubar, demolir. A cultura e o meio ambiente têm sido as áreas mais duramente castigadas por esta gestão. O que, alias, é bem significativo. O preço dessa visão retrógrada sairá caríssimo para as gerações futuras. Mas essa é outra historia.
O que fazer com o velho moinho? Que temos a aprender de Santa Fé? Muito. Primeiro
é uma cidade com pouco mais de 500.000 habitantes, banhada por três rios, um
deles o Paraná e outro o Salado. Uma cidade que convive com enchentes enormes
e gravíssimas, das que matam gente e causam enormes prejuízos econômicos.
Mas os santafesinos criaram parques nas margens dos rios para que tenham por onde crescer sem destruir ou minimizando ao máximo os estragos. Entenderam que não é uma boa ideia ocupar várzeas e fundos de vale. Também têm o costume de preservar e valorizar seus marcos históricos e, neste sentido, o projeto de converter o velho moinho Marconetti numa escola de Artes, Música, Dança, Cerâmica e num espaço para exposições e eventos é um sucesso. Só as escolas que formam o chamado Liceo Municipal reúnem mais de 2600 alunos, incluindo também os dos cursos de idiomas gratuitos oferecidos pelo município.
Mas os santafesinos criaram parques nas margens dos rios para que tenham por onde crescer sem destruir ou minimizando ao máximo os estragos. Entenderam que não é uma boa ideia ocupar várzeas e fundos de vale. Também têm o costume de preservar e valorizar seus marcos históricos e, neste sentido, o projeto de converter o velho moinho Marconetti numa escola de Artes, Música, Dança, Cerâmica e num espaço para exposições e eventos é um sucesso. Só as escolas que formam o chamado Liceo Municipal reúnem mais de 2600 alunos, incluindo também os dos cursos de idiomas gratuitos oferecidos pelo município.
Assim, o que inicialmente era uma área degrada e prevista para projetos imobiliários que implicavam a demolição do velho moinho, hoje é uma ampla área verde, que acolhe a centenas de alunos. O projeto de Santa Fé
Cidade é mais amplo mais ambicioso e faz da cidade o maior polo de indústrias
criativas da Argentina, é uma referencia para América Latina.
Ah... mas voltemos a Joinville. O nosso problema, além da nossa incapacidade de projetar a cidade para o futuro, é que pensamos pequeno. O mais arrojado a que chegamos é discutir mão inglesa ou mudança de mão. Até nossos vereadores tem palpites da dar sobre o tema. Usamos a falta de dinheiro como desculpa para nada fazer, quando na verdade o verdadeiro problema é a inépcia e a incompetência. E estou começando a incluir nesta lista de motivos a preguiça. Porque não acredito que esta falta de iniciativa seja covardia. Aí sim seria uma vergonha que uma cidade como Joinville se apequene na mão de gente covarde, sem coragem.
Ah... mas voltemos a Joinville. O nosso problema, além da nossa incapacidade de projetar a cidade para o futuro, é que pensamos pequeno. O mais arrojado a que chegamos é discutir mão inglesa ou mudança de mão. Até nossos vereadores tem palpites da dar sobre o tema. Usamos a falta de dinheiro como desculpa para nada fazer, quando na verdade o verdadeiro problema é a inépcia e a incompetência. E estou começando a incluir nesta lista de motivos a preguiça. Porque não acredito que esta falta de iniciativa seja covardia. Aí sim seria uma vergonha que uma cidade como Joinville se apequene na mão de gente covarde, sem coragem.
A proposta é simples. Mandem alguém a Santa Fé. A passagem é bem
mais econômica que ir para Europa ou para os Estados Unidos e as semelhanças
entre as duas realidades são muito mais próximas. A diferença é o
espírito dos homens públicos de lá, gente que enxerga longe e tem coragem.
Há vários anos passei por Santa Fé e cruzei o rio Paraná por um túnel, construído há mais de meio século. Achei a ideia interessante, pois a ponte iria atrapalhar o trânsito de navios e prejudicar a paisagem. Parece que a cidade é um canteiro deboas práticas.
ResponderExcluirO Moinho foi posto à venda em Leilão e não ouve interesse da iniciativa privada, não vejo o porque do município se meter a bobo.
ResponderExcluirO Centreventos "Remendão" e o Expocentro estão deteriorando, como citado, a Cidadela Cultural Antártica nunca saiu do papel.
Estão pedindo 12 milhões pelo terreno (piscinão em dia de maré e chuva intensa), precisaria mais uns 100 milhões pra deixar com cara de Shopping, não vejo a menor possibilidade disso acontecer.
Este prefeito não acrescenta em nada, mas não vejo nenhum outro com demência suficiente para encarar aquilo lá!!!
Houve – vem do verbo haver, Ouve – vem do verbo ouvir.
ExcluirMas que burro, dá zero pra mim!
Como diria Bradock: na matemática sou um horror, mas no portugês eu destróio.
Olha, o melhor mesmo é o prefeito se candidatar a governador. Se ele continuar aqui, Joinville logo logo será incorporada a Araquari.
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