POR FELIPE SILVEIRA
Pensemos no cruzamento da rua Guanabara com a Florianópolis. Seja de onde vier para onde for, o pedestre não tem lugar seguro para atravessar a rua, já que algum dos semáforos sempre sinalizará que uma das vias estará aberta para carros. Pensemos também nos ciclistas que precisam pedalar na rua Procópio Gomes, onde os carros alcançam até 90 km/h, já que não há radares ou redutores de velocidade. Pensemos na rua Kurt Meinert, Monsenhor Gercino ou João Costa, com seus longos trechos com mato no lugar da calçada. Pensemos que os pedestres podem ser nossos avós, e os ciclistas nossos filhos e sobrinhos.
Pensar nas pessoas é o critério fundamental para pensar a coisa pública. Porém, não é essa a impressão que temos ao observarmos certas obras públicas e decisões políticas. Uma mudança no desenho viário, por exemplo, tem que fazer a cidade fluir, mas não pode ferrar a vida do cidadão do bairro. Um parque tem que ser bonito, mas ele tem que ser feito para as pessoas usarem e ocuparem. E nem comento como uma decisão como o aumento de tarifa do transporte coletivo representa uma sacanagem com o estudante e com o trabalhador.
Não podemos esperar, no entanto, que quem tome as decisões atualmente adote este critério. O deles é outro, intocável. O que temos que fazer é tomar as decisões para nós. Tirar esses caras de lá. Parar de acreditar neles. Só a gente vai pensar na gente na hora de tomar as decisões. Nos nossos avós e nas nossas crianças.
Não é tarefa fácil. Nem tem fórmula pronta. Eu, por exemplo, acredito em mudanças gradativas, mas respeito e apoio quem trabalha por algo mais imediato. Porque sei que tanto eu quanto eles pensamos nas pessoas.
Os outros nos convencem a pensar cada vez menos em nós e cada vez mais no limite do cartão de crédito, com aquilo que podemos comprar. Trocamos o sonho pelo consumo, bombardeados diariamente por uma necessidade fabricada.
Precisamos começar a pensar na gente. E mudar.
É possível.
Pegando o gancho no desenho viário , o que o Instituto do trânsito fez nos últimos tempos no Iririú e Boa Vista vai contra ao mínimo bom senso. O que será que passa na cabeça destes técnicos ?
ResponderExcluirÉ isso Felipe é hora de parar de acreditar nas mentiras que nos contam.
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