POR GUILHERME GASSENFERTH
Há tempos eu tenho vontade de poder dividir com o mundo a
grande admiração que tenho por três moças que vivem em meu coração. São elas,
em ordem etária: Mery Paul, Jutta Hagemann e Alda Niemeyer. Vou contar-lhes o
porquê da homenagem.
Primeiro, falaremos da mais nova de nossas protagonistas de
hoje. Dona Mery Paul nasceu em Joinville, no dia 10 de novembro de 1936. Aos 76
anos, é um exemplo de vitalidade e gentileza. Uma de minhas mais assíduas
amigas do Facebook e leitoras do Chuva Ácida, conheci dona Mery quando cantei
no Coral da Igreja da Paz.
Em 1983, dona Mery criou o Mutirão do Amor. Impelida pela
falta de assistência às gestantes das enchentes do Vale do Itajaí daquele ano,
ela juntou um grupo de voluntárias para produzir enxovais às mãezinhas que
esperavam bebês e não tinham condições. Este trabalho está prestes a completar
30 anos, sempre com a alegria e jovialidade de dona Mery à frente. É um exemplo
para todos nós, jovens, adultos e idosos, o trabalho que ela faz na área
social. É importante destacar que nas enchentes de 2008 e 2011, dona Mery
acompanhou nosso trabalho na Central Solidária e foi nossa incansável
secretária, registrando tudo, tintim por tintim. Quem recebe seus relatórios de
prestação de contas do Mutirão do Amor sabe como é caprichosa esta moça!
Nossa outra homenageada é a dona Jutta Hagemann, a memória
ambulante desta cidade. Adoro visitá-la em sua casa, uma vez que somos primos
de qualquer grau e ela sempre tem informações importantes para a construção de
minha árvore genealógica. Além disso, é sempre agradável conversar com uma moça
tão culta e inteligente.
Aos 86 anos, dona Jutta é a conselheira certa para as
incertas horas em que bate uma dúvida sobre o passado. Ela, que é testemunha de
mais da metade da história da nossa cidade, tem uma inacreditável capacidade de
decorar nomes e datas. Além disso, é figurinha carimbada na seção Memória, de ANotícia,
que desafia os leitores a acertarem a localização de fotos antigas da cidade.
Dona Jutta não perde uma!
Ela sai por aí, participa de grupos de conversação em
alemão, de um clube de apaixonados por ópera, é conselheira do jornal ANotícia
e dedica-se à pesquisa histórica, continuando um legado deixado pela saudosa
filha Maria Thereza Böbel, que nos deixou precocemente em 2005. É outra que
entende também de computador. Recordo-me com clareza o dia que ela me adicionou
no MSN, dizendo que estava aprendendo a usar aquilo.
E apesar dos 86 anos, acaba de voltar da Alemanha, onde
passeou um pouquinho e representou a parte brasileira da família no encontro
dos descendentes dos Kröhne.
Minha última mocinha é dona Alda Schlemm Niemeyer, uma
blumenauense reconhecida nacionalmente. Nascida em 1920, a Vovó Alda é outro
exemplo pra mim. Fiquei tão feliz quando recebi sua cartinha, escrita à mão em
alemão, dedicando-me um exemplar do livro que escreveu sobre a catástrofe
blumenauense em 1983. Dona Alda, ou PP5-ASN, é radioamadora até hoje, transmitindo
em português e alemão para o mundo. Nas enchentes, já com 63 anos, participou
ativamente auxiliando pelo rádio a resgatar famílias isoladas e a buscar
doações de outros pontos do Brasil e na Europa.
Ativa também no Facebook, Skype e MSN, dona Alda foi
reconhecida com a medalha Defesa Civil Nacional, entregue pelas mãos do
ministro da Defesa Civil em cerimônia transcorrida há dois meses em Brasília.
Que alegria aos 92 anos de idade!
Dona Alda é a única das minhas três homenageadas que eu ainda
não conheço pessoalmente, embora eu pretenda mudar isso em breve. Mas como já lhe
telefonei algumas vezes, uma coisa eu posso lhes garantir: é difícil encontrar
voz mais bonita por aí. Seu tom e firmeza de voz são próprios de alguém com 30
ou 40 anos. É claro que voz tão linda haveria de fazê-la reconhecida por todos
os blumenauenses.
Enquanto eu escrevia esta homenagem, percebi que há ligação
entre minhas três amigas, além do fato incontestável de as três serem muito bonitas. Dona Mery e Dona Jutta são joinvilenses e figuras
conhecidas de nossos jornais, como é dona Alda em Blumenau. As três já foram
homenageadas e premiadas, justamente. Dona Alda e Dona Jutta são primas
distantes – somos nós três descendentes diretos de Christian August Kröhne e
Johanna Richter. Por outro lado, tanto Dona Mery quanto Dona Alda tornaram-se
conhecidas pelo trabalho que teve seu ponto comum nas enchentes do Vale do
Itajaí de 1983. Será que é tudo mera coincidência?
Minhas amigas, meus sinceros parabéns pelo exemplo que vocês
dão a nós e muito obrigado pelo carinho de sempre!
“A grandeza não consiste em receber honras, mas em
merecê-las” Aristóteles
Parabéns pela homenagem. São estas pessoas que fazem a diferença numa comunidade. Exemplo para muitos.
ResponderExcluirGuilherme, que bela homenagem. Tenho muito orgulho de ser neto de Jutta e fico feliz quando reconhecem o empenho dela na manutenção da história da cidade.
ResponderExcluirConrado
Espetacular o texto, Guilherme :-)
ResponderExcluirEssas mulheres são demais!!
ResponderExcluirE eu tenho a honra de ter a dona Mery como minha verdadeira mãezinha, após o incrível treinamento que fizemos juntas!
Simmm... aos 76 anos, ela faz treinamentos e sempre tem vontade de melhorar. Se acomodar, nunca!!
É ou não é de esmagar muito??
Dona Mery, amo você!! Estou com muitas saudades!
Grande Beijo,
Larissa dos Reis de Souza - treinamento conexão G8, turma 34.
Dona Mery é incrível. Fui vizinha dela. Um doce de pessoa. Adotou eu, meu marido e meu filho como sua família, e sempre dava uma atenção especial pra nós. Eu morava no apartamento acima do dela. Com uma criança sapeca de dois anos, imagino que fazia bastante barulho. Vc acha que ela reclamava? Só dizia, não se preocupe filha, é sinal de que meu netinho é saudável. Que amor.... Linda.. por dentro e por fora. Um exemplo de vida que levo em meu coração. Ela faz o dia das pessoas do prédio ficarem com um sabor especial, colocando todos os dias textos lindos com mensagens motivantes... Adorava ler os textos dela. Adoro minha mãezinha adotiva. Bjos e parabéns pela homenagem. Gostaria também de poder conhecer as outras duas pessoas maravilhosas do seu texto. Parabéns. Bjos!!
ResponderExcluirGUILHERME, meu querido e amado "filho do coração". Hoje de manhã acordei ainda com o corpo dolorido pelo tombo que levei em meu apartamento capturando cupins. Porém, saí com minha voluntária Arlete Patruni para cumprir alguns compromissos de sexta-feira. Depois de fazer o almoço, limpar a cosinha, me dei o luxo de descansar para ver se minhas costas e minha cabeça parassem de doer. Melhorou um pouco. Resolvi então que hoje a tarde seria só minha e deixaria os emails e o face em dia.
ResponderExcluirQual não foi a minha agradável surpresa, lá estava você com o recado: "Dona Mery, abra o Chuva Ácida. MENINO, a emoçao foi tão grande, que a dor sumiu!!! Que lindo presente você me dedicou. À mim âs outras duas senhoras distintas que merecem toda nossa consideração e respeito.
As pessoas são colocadas em nosso caminho, não por acaso, mas sim por um propósito de Deus. Eu sou testemunha desta fraze, pois sempre acontece comigo. Minha história de vida daria um romance. Tenho tantos amigos de perto e de longe. Com todos sempre aprendi que eles vieram a mim,para um propósito, para me fazer crescer espiritualmente.
Por isso Guilherme, sou imensamente honrada em ser sua amiga. Esta homenagem de hoje encheu meu coração de júbilo, de carinho e respeito por você! bjs. Mery Paul !
A Sra. merece, dona Mery! Isto e muito mais! E que bom que ajudei a melhorar essa sua dor. Agora, deixe de ser sapeca e tome mais cuidado ao espantar estes cupins! Um beijo!
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