terça-feira, 30 de outubro de 2018

Bolsominions raiz x bolsominios nutela. Quem vencerá?

POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
Tem muita gente por aí a apostar que o futuro será um enfrentamento entre os eleitores de Bolsonaro e o pessoal que apoiou Haddad. Não vai rolar. Acho que a esquerda vai ficar estrategicamente de butuca a ver o que será a verdadeira batalha: o clash entre os “bolsominions raiz” e os “bolsomininios nutela”. Como? A colisão é inevitável.

O que é um bolsominion raiz?
É o cara que há dois anos dava 13% para o candidato. As coisas eram muito simples.
Bolsonaro queria liberar as armas. Os seus seguidores mal podem esperar para desatar aos tiros.
Bolsonaro era homofóbico. O seguidores acham que perseguir homossexuais é quase uma diversão.
Bolsonaro era racista e xenófobo. Os seus seguidores odeiam negros, mas não têm cultura suficiente para saber o que é xenofobia.
Bolsonaro mal conseguia (consegue) articular discurso. Os seus seguidores não querem saber de conversa.
Bolsonaro era misógino. Os seus seguidores só querem muiher para usar e exibir (sorry, Vinícius).
Bolsonaro queria uma ditadura. Os seus seguidores acham que já demorou.

O que é um bolsomion nutela?
É o cara que mesmo tendo votado em Bolsonaro, está ciente da desgraça que o presidente eleito. Mas mesmo assim respira com fé: “pelo menos tirei o PT”. O problema é que o bolsominion nutela foi contagiado pelo vírus Regina Duarte. E acredita piamente que tudo o que Bolsonaro diz é da boca para fora. Que lá dentro ele tem um bom coração. Ah… e que todas as imagens que apareceram com Bolsonaro a dizer barbaridades são montagem. Esse pessoal é tão lesado que sequer sabe o que é uma montagem.

Brucutu or not brucutu, eis a questão...
O que vai acontecer quando essas duas versões de Bolsonaro forem postas à prova? O futuro presidente vai estar em meio a um sério dilema. Se deixa o perfil brucutu para trás, afeta a própria imagem e pode amolgar a personagem do “mito”. Porque sem o discurso de ódio, Bolsonaro é apenas um político comum. Aliás, incomum, porque há poucos políticos são desprovidos de qualidade.

O equilíbrio vai ser difícil e um dos tipos de bolsominion - o raiz ou nutela - vai ficar decepcionado. O nutela tem esperança. O raiz está só esperando a hora de começar a detonar tudo o que não gosta. O pior é que no futuro eles também não vão gostar dos nutela. É aí que mora o perigo.

É a dança da chuva

83,18%


POR JORDI CASTAN
O resultado da eleição em Joinville me deixou com pena da Fahya Kury Cassins. Dela e de tantos outros que, durante semanas de trabalho incansável, se dedicaram com afinco a fazer campanha contra #ele. Foi um esforço digno de encômio, pela teimosia, a persistência, pela obstinação e a insistência. E deve ser reconhecido.

Outros companheiros aqui no Chuva Ácida e muitos dos que aqui comentam, também se dedicaram, com entusiasmo, a mostrar o risco que representaria para a democracia que #ele ganhasse. Apelaram ao bom e velho fascismo e avisaram de todos os perigos que sua eleição representaria. Foi bom avisar. Até porque o eleitor já conhecia o perigo que representaria a volta do PT ao poder. Esse era um ponto que não precisaria ser mais divulgado.

Mesmo com tanto esforço, nada dos joinvilenses atender os seus apelos. A Fahya tem toda a razão: o joinvilense, em especial, e o catarinense, em geral, é mau e um caso a ser estudado. Esta vila é tão conservdora e tradicional que votou em massa no #Ele. Lembro até que a Dilma não se elegeria presidenta aqui na Vila. Olha como o eleitor daqui foi sábio. Antevendo o que vinha, preferiu votar no Aécio. E olha que depois descobrimos que tampouco era flor que se cheirasse. A mesma democracia que alguns viram ameaçada, pela prática da própria democracia, que ousou permitir que os eleitores escolhessem seus representantes, estava sendo colocada em dúvida.

Há nisso uma lógica estranha, quando uma minoria, no caso de Joinville, exatamente 16,82% insistem em se arvorar de donos da razão e da verdade e acreditam, piamente, que seu candidato é o bom e todos os que não votarem nele são fascistas, há uma forte dose de autoritarismo. Eu me atreveria a dizer que essa foi uma atitude fascista. Mas vou levar pau. Então vou dizer que foi autoritária. A autoridade da minoria barulhenta e belicosa.

Vamos combinar que o joinvilense já viveu sob uma gestão do PT e não gostou. Tanto não gostou que escolheu outro candidato. Agora até parece que esse mesmo eleitor tampouco anda satisfeito com a gestão que o atual prefeito está fazendo. Pessoalmente acho que não está fazendo nada e essa é a maior crítica a fazer a esta gestão.

O eleitor da Vila vota com a sua simplicidade. A mesma que alguns preferem chamar de ignorância. É como se o conhecimento e a sabedoria fossem monopólio da minoria que andou tão atarefada, nestes dias, querendo que voltem aqueles envolvidos em corrupção. Os mesmos que aparelharam o estado, assaltaram os cofres públicos, apoiam ditaduras e destruíram a economia e os valores do país. São os mesmos que tem seu líder preso já faz uns meses.

Um político cearense, num ato do próprio PT, os chamou há poucos dias, de babacas, pela sua dificuldade em entender que as coisas estão mudando e que o cidadão comum, esse justamente que em Joinville representa 83,18% dos votos validos, acha que é hora de mudar e votou pela mudança.

Acredita o eleitor que se este capitão reformado tampouco der certo, em quatro anos teremos nova eleição e poderá votar num novo candidato. Até porque a democracia implica alternância, implica saber ganhar e perder. Implica aceitar a derrota. A democracia é mudança e isso. Para alguns, está custando mais do que deveria. O próprio Haddad precisou de mais tempo, que o prudencial, para entender que agora devemos pensar no Brasil e no seu futuro.

Os que estão mais preocupados são os que acumulam os privilégios e as benesses a que o sistema os acostumou, os que ficaram por décadas pendurados nos úberes do Estado. Entendo que estejam preocupados, alguns correm o risco de ter que trabalhar, quero dizer trabalhar de verdade.

Ah! E para não confundir brancos e nulos não são votos contra #ele. São votos que não se sentiram representados nem pelo 13, nem pelo 17. Querer capitalizar esses votos é deturpar a lógica e o bom senso. Ou é coisa de quem, depois de anos de péssima educação, anda com dificuldade tanto com as matemáticas, como com o português.

segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Ovos mexidos com mioleira de borrego e queijo da ilha de São Jorge

POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
Um prato da culinária regional açoriana.

INGREDIENTES
2 mioleiras de borrego
1 raminho de salsa
3 folhas de alho-francês (parte verde)
6 ovos
6 unidade
1/2 colher de sopa de salsa picada
15 gramas de queijo da Ilha de São Jorge ralado
25 gramas de manteiga sem sal
Sal e pimenta-preta q.b.

PREPARAÇÃO
- Colocar as mioleiras numa taça com água fria, pelo menos 1 hora, e deixar sangrar. De preferência, mudar a água duas ou três vezes.
- Colocar numa panela o raminho de salsa, as folhas de alho-francês e sal. Adicionar 500 a 600 ml de água e levar ao lume. Deixar ferver uns minutos.
- Colocar as mioleiras e deixar cozer durante cinco a sete minutos.
- Numa taça, bater os ovos. Adicionar a salsa picada, o queijo da ilha e as mioleiras cortadas em pedaços.
- Temperar com sal e pimenta-preta a gosto.
- Levar a manteiga ao lume numa frigideira. Assim que derreter, colocar a mistura de ovos e mioleira e deixar cozer, mexendo. Os ovos devem ficar húmidos.
- Ao servir, polvilhar com um pouco de salsa picada.

sexta-feira, 26 de outubro de 2018

Jair Bolsonaro e a viagem ao passado. Bem-vindo a 1964...

POR ET BARTHES
Às vésperas das eleições, um filme com informações suficientes para estabelecer o perfil do candidato Jair Bolsonaro. É lógico que haveria mais fatos acrescentar, mas estes 15 exemplos são mais que suficientes para "entender" o caráter do candidato (e dos seus defensores, claro). Enfim, o eleitor pode sair para votar no domingo e na segunda-feira acordar em pleno ano de 1964. Depois não venham dizer que não estavam avisados.

quarta-feira, 24 de outubro de 2018

A indiferença é irmã gêmea do fascismo

POR CLÓVIS GRUNER
O deputado e candidato à presidência Jair Bolsonaro é um fascista. E seus eleitores, também? Na segunda (22), meu colega José António Baço respondeu afirmativamente à questão e, nos comentários, um dos anônimos mencionou meu nada santo nome em vão, no que me soou uma espécie de inquirição. Minha resposta à pergunta está em um texto publicado em agosto, e não vejo motivos para reparar o que está escrito nele.

Mas o problema me parece outro: faz mesmo alguma diferença se os eleitores de Bolsonaro são todos fascistas? Mesmo que não o sejam (e não acho que sejam) ao votarem nele, não legitimam a ascensão de um fascista? No domingo, a se confirmarem as pesquisas, Bolsonaro chega ao poder montado na campanha mais sórdida, mentirosa e violenta na história recente da República – e o páreo, convenhamos, é duro.

Ele não era oficialmente candidato, mas já viajava o país em campanha usando ilegalmente recursos públicos, quando vociferou que, em seu governo, as minorias se submetem à maioria, ou desaparecem. O que ele pretendeu com a afirmação, ficou mais claro no silêncio que manteve, e mantém, sobre o assassinato de Marielle Franco, executada com três tiros na cabeça por não se sujeitar e combater a maioria e as milícias, aquelas que Bolsonaro elogiou em um de seus discursos parlamentares.

Em seu primeiro pronunciamento após a votação do primeiro turno, condicionou a unificação do país ao fim de “toda forma de ativismo”. Não é preciso nenhum esforço para entender a que ativismo ele se referia, porque é legítimo supor que os seus próprios ativismos e aqueles que reverberam suas ideias (tipo mulheres ganharem menos e pobres serem privados do ensino superior), deverão ser mantidos e estimulados em seu governo.

No domingo, seguro que tem o apoio de uma maioria nada silenciosa, e contando com a conivência acovardada do STF, que insiste em afirmar a “normalidade das instituições”, Bolsonaro ampliou o escopo daqueles que pretende perseguir caso eleito: a “escória vermelha”, disse, precisa escolher entre o exílio ou a prisão (aos trabalhadores ele já sugeriu escolherem entre direitos e emprego), e aniquilá-la será a condição para melhorar o país.

Os exemplos abundam, mas não é preciso que me alongue mais. É bastante provável que, a essas alturas, a maioria dos seus eleitores conheça cada uma dessas declarações e outras tantas. Mas a tendência geral é, cinicamente, ignorá-las, relativizá-las ou justificá-las, como no episódio do caixa 2, apelando a teorias conspiratórias as mais esdrúxulas. Bolsonaro é “mito” até quando recebe apoio da Ku Klux  Klan e reduz a “coitadismo” a desigualdade e o preconceito.

A parada do velho novo – Em “Como a democracia chega ao fim”, o cientista político David Runciman parte da eleição de Donald Trump nos EUA, para analisar o que chama de “versão caricatural do fascismo”. A insatisfação e a desconfiança com a democracia, geradas principalmente pela crise econômica, propiciaram a ascensão de um líder populista, que se apresentou aos eleitores como um outsider antissistêmico. Sem um programa claro, Trump foi eleito oferecendo soluções simplistas para problemas complexos, somando-se a isso a produção e proliferação serial de fake news, o preconceito contra minorias e o anti-intelectualismo.

Há semelhanças com o caso brasileiro, mas as diferenças chamam mais a atenção. Não temos o poder nem a influência econômica dos EUA. Na linguagem do mercado, o Brasil não é um player, e a eleição de um fascista pode dificultar a almejada recuperação econômica. Além disso, a democracia americana é sólida o suficiente para assegurar a cada cidadão, eleitor ou não de Trump, que seu mandato tem prazo de validade. Não temos a mesma garantia.

Além disso, Bolsonaro conjuga elementos do fascismo histórico – a irracionalidade, o personalismo, o elogio da força física e da violência, a moralização da política e a demonização de supostos inimigos, por exemplo –, a formas de autoritarismo cultivadas no terreno fértil da história nacional: a escravidão, experiência estruturante do nosso racismo; a violência estatal contra movimentos sociais; o esquecimento da ditadura; a cordialidade, raiz de nossa baixa tolerância à democracia.

As democracias modernas, nos ensina Runciman, morrem por dentro. A eleição de líderes populistas autoritários, argumenta, é o primeiro passo para um caminho de difícil retorno: quando abrimos mão de nossos direitos e liberdades, ou simplesmente votamos insensíveis ao fato de que indivíduos e grupos serão forçosamente privados deles, porque parte de “minorias”, estamos legitimando com nossas escolhas o fascismo.

Na segunda, não por acaso o dia seguinte ao discurso inflamado de Bolsonaro me oferecendo e a muitos de meus conhecidos, a prisão ou o exílio, e nos ameaçando com o aniquilamento, uma petição pública virtual circulou pela internet pedindo apoio à proposta de pena de morte para “petistas”. Antes de ser tirada do ar, já havia colhido cerca de 400 assinaturas.

Um eleitor de Bolsonaro me disse, em meio a uma discussão algo acalorada, que eu estava a exagerar; o abaixo assinado, afinal, não prosperou. Que ele tenha sido concebido e proposto, e que quase quatro centenas de internautas tenham se disposto a assiná-lo, basta. Se todos os eleitores de Bolsonaro são, como ele, fascistas? Como eu disse, isso importa menos. São indiferentes, e a indiferença já produziu, na história, um bom quinhão de barbárie.

terça-feira, 23 de outubro de 2018

A mão do mercado vem aí... e tem uma arma

POR MÁRIO PAGANINI
Foi uma diversão, durante os dois últimos anos, ver as pessoas perdidas em debates semânticos sobre o golpe.
- Foi golpe.
- Não foi.
- Foi.
- Não foi.

Ora, qualquer criança de seis anos sabe que foi um golpe desavergonhado, com o supremo e com tudo. Aliás, a entrada do elemento “justiça” na questão serviu apenas para dar um verniz de legalidade ao que foi apenas isso: um golpe. É claro que as pessoas tendem a olhar para a questão pelo lado político, mas o buraco sempre foi mais em baixo. É o petróleo, estúpido.

Não gosto de recorrer a clichês (porque essa é tática dos reacionários), mas a letra daquela música de Chico Buarque entra aqui com total perfeição: “dormia a nossa pátria mãe tão distraída sem perceber que era subtraída em tenebrosas transações”. Hoje o assunto é se o Brasil vai eleger um louco para a presidência, enquanto a rapina acontece longe dos holofotes.

A imprensa, pelo menos a alternativa, anunciava, há poucos dias, que após cinco leilões, as empresas multinacionais já são donas de 75% das reservas do pré-sal. E foram necessários apenas dois anos do governo ilegítimo erguido do golpe. A estatégia do projeto neoliberal dos tucanos era óbvia: era preciso assumir o poder para, com a legitimidade das urnas, entregar o que resta dos bens da nação.

Mas não rolou. O projeto dos entreguistas fracassou. O PSDB articulou para derrubar Dilma Rousseff, num processo político cheio de irregularidades e imoralidades, na perspectiva de vir a conquistar o governo. Mas as coisas fugiram ao controle e fizeram surgir o monstrendo que atende pelo nome de Jair Bolsonaro. Mas deu chabu: o porque Bolsonaro patrolou o PSDB, ruduzindo-o à insignificância.

É provável que Bolsonaro chegue ao poder. Então, não há segredos. Paulo Guedes, um cara para lá de ultra-liberal, é capaz de fazer uma razia ainda maior que os entreguistas tucanos. Não, já não estamos a falar de uma situação em que vão os anéis e ficam os dedos. Vai tudo mesmo. Porque os tucanos acreditam na mão do mercado, enquanto Bolsonaro quer pôr uma arma nessa mão. E aí não tem como reagir.

Salve-se quem puder. 

A seguir, um gráfico (que pode ter algumas variações pontuais) que explica muito bem os interesses que movem a economia do planeta.




segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Late muito


O fascista é você. Não apenas Bolsonaro…

POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
A eleição para presidente trouxe pelo menos uma coisa positiva: ficou evidente que Bolsonaro não é o único fascista desta história; os seus eleitores também são. Não se trata de discutir o conceito de “fascista”, pergunta hoje feita por 10 em cada 10 seguidores do candidato. Aliás, é apenas mais um truque. Em vez de negarem a ideia de que são fascistas, eles tergiversam com questões semânticas. 

O eleitor de Bolsonaro é o que temos de pior em termos civilizacionais. A ascensão deste candidato sem qualidades serve apenas como álibi para essas pessoas revelarem quem realmente são. Não é bonito o que temos visto pelo Brasil afora. Outro argumento de negação é o “votar contra o PT”. Ou seja, o discurso se constrói à volta do ódio ao outro. E o ódio nunca foi bom conselheiro. Não dá para disfarçar o fascista que habita em cada um…

Bolsonaro é homofóbico. Os seus eleitores também.
Bolsonaro é racista. Os seus eleitores também.
Bolsonaro prega a violência. Os seus eleitores também.
Bolsonaro é machista. Os seus eleitores (e eleitoras) também.
Bolsonaro quer toda gente armada. Os seus eleitores também.
Bolsonaro quer uma ditadura. Os seus eleitores também.
Bolsonaro defende torturadores. Os seus eleitores também.
Bolsonaro é ignorante. Os seus eleitores também.

Enfim, fascistas. E o problema não é só Bolsonaro. Porque ele apenas dá corpo ao fascismo dos seus eleitores. E é preciso cuidado, porque essa gente que está presente em todos os lugares do cotidiano dos brasileiros. Nas famílias, nas empresas, nas ruas e, claro, nas redes sociais. Afinal, a apologia do nazismo, da qual todos os dias temos notícias, é a prova de que a decência se perdeu.

Menos mal que depois desta eleição todos sabemos em quem confiar ou não. Gente que antes tinha vergonha de mostrar o seu extremismo - esse namoro com ideias fascistas - agora abandonaram a hipocrisia e saiu do armário. Enfim, agora sabemos quem são os fascistas e se queremos ou não estar sentados numa mesma mesa com eles. Eu passo. Vivo muito bem sem os fascistas.



É a dança da chuva.