sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Cancellier: a ditadura da toga provoca a primeira morte

POR DOMINGOS MIRANDA
A notícia da morte de Luiz Carlos Cancellier, reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), causou estupefação em todos os moradores do Estado. No meu caso, senti a mesma indignação que se abatia sobre mim, nos anos duros da ditadura, quando tomava conhecimento do assassinato de mais um combatente pela liberdade. Um homem justo, sem qualquer fato que desabonasse a sua conduta pública, foi enxovalhado  ao ser levado para a prisão. O colocaram nu entre presos comuns, como se fosse um bandido contumaz. Isso foi muito para Cancellier. Ele saiu daquela masmorra alquebrado e o seu protesto contra esta injustiça foi o suicídio.

O ex-senador Nelson Wedekin, na cerimônia de despedida na UFSC, falou sobre o amigo de várias décadas. “Mãos visíveis e invisíveis o empurraram das alturas (...) Mãos que sabem o que é vingança, mas não sabem o que é justiça”. Ele denunciou os abusos desta ditadura da toga que, sob o argumento de combater a corrupção, pratica todo tipo de arbitrariedade. A presunção da inocência, princípio basilar da democracia, foi deixada de lado nestes tempos bicudos. Wedekin desabafou: “Estamos com medo das autoridades que deveriam nos proteger”. Este é o mesmo sentimento que eu tinha quando os militares estavam no poder e que volto a sentir diante do arbítrio desta casta que age à sombra da Lava Jato.

Luiz Carlos Cancellier não era acusado de nada, apenas estava sendo investigado pela Operação Ouvidos Moucos, da Polícia Federal. A juíza que decretou a sua prisão poderia simplesmente chamá-lo para explicar a denúncia de que, supostamente, estaria obstruindo as investigações sobre irregularidades em um programa de ensino a distância na gestão anterior. A PF armou uma operação cinematográfica, com mais de 105 agentes para prender o reitor. Em seguida a mídia fez o trabalho sujo de linchamento público, sem maiores investigações, acatando tudo o que as autoridades afirmavam.

Não é assim que se combate a corrupção. Isto serve mais para colocar alguns agentes públicos em evidência na mídia. Por outro lado destrói a reputação de um profissional que durante quatro décadas trabalhou para ajudar a transformar a UFSC em uma das universidades mais conceituadas do país.

Espero que esta morte sirva para a mudança de rumo neste tipo de investigação nos mesmos moldes da Lava Jato, onde o que menos interessa são as provas. Basta apenas alguma delação para que haja o massacre público da vítima. Com a morte do jornalista Vladimir Herzog, em um quartel do Exército, em São Paulo, em 1975, houve um grande clamor contra o arbítrio. Ali foi o começo da caminhada rumo ao fim da ditadura. Acredito que agora foi dado o passo inicial para o desmonte da ditadura da toga. O povo cansou dos abusos desta casta de privilegiados que pratica todo tipo de irregularidades e não é investigada. Punição para quem ajudou a empurrar Cancellier para a morte.

quarta-feira, 4 de outubro de 2017

De boas


No cardápio das escolas de Joinville, o prato principal é a incompetência


POR JORDI CASTAN
Não se pode deixar de falar na dieta que os alunos das escolas municipais seguem à risca na merenda escolar. No estado em que frango e porco são duas das principais fontes de proteína animal, o fato é que Joinville escolheu desenvolver um cardápio baseado integralmente em sardinhas.

O cardápio tem de que ser imaginativo. De escabeche de sardinha, passando pelo arroz com sardinha ou sardinha com batata, sardinha desfiada, o sardinha em molho de tomate. É até provável que o menu inclua geleia de sardinha ou sorvete de sardinha. Mas é sempre Sarrdinha à Udo Dohler.

O resultado é que as crianças da rede municipal não têm tido acesso a outra fonte de proteína animal que não seja a sardinha, nas suas mais variadas apresentações. Quando entramos na reta final do ano escolar, falar de fazer uma nova licitação para melhorar o cardápio é pura empulhação.

Aliás, se não fossem as denúncias pertinentes dos pais dos alunos, parece que nenhuma das autoridades responsáveis pela educação e pela administração de Joinville saberia que o cardápio era tão pouco variado. Ainda bem que tem uma parcela da população que não aceita a inépcia que predomina na administração municipal e se manifesta abertamente.

Não precisamos retomar o tema da inépcia do gestor municipal. E também da sua trupe. Afinal, chamar de equipe seria um erro, porque não passam de uma trupe de saltimbancos e comediantes, que fingem que trabalham por Joinville quando na realidade estão só interessados em alcançar os seus objetivos pessoais e atender os interesses da minoria que representam.

Seria bom lembrar que inépcia é a falta absoluta de aptidão para fazer aquilo para o que estão sendo pagos para fazer. Se define também como a falta de inteligência, cujo sinônimo é o mais puro idiotismo.  São mestres do disparate, campeões do desatino. A inépcia desta gestão não pode ser ignorada, esta presente e é uma constante evidente nos quatro cantos da cidade.

Aliás, seria bom que o prefeito ou seu secretario não tentassem justificar o que não tem outra justificativa que a sua própria inépcia. Culpar a crise econômica para fornecer somente sardinha como fonte de proteína às crianças de Joinville não se sustenta como argumento.

O Fundeb, esse fundo que é o principal financiador da educação básica, cresceu 11,3% mais que a inflação até agora. Para que este valor possa ser mais bem compreendido, os servidores não receberam nem 2% de recuperação salarial até agora. E as crianças só comem sardinha nas escolas. Onde está o dinheiro da Prefeitura? Porque se a gestão não existe e o dinheiro desapareceu alguma coisa muito estranha esta acontecendo na terra dos sambaquianos.

IGNORÂNCIA E INCAPACIDADE - Há que falar em dois novos pontos que podem ajudar a explicar o porquê do desastre politico-administrativo em que Joinville está mergulhada. Aliás, é a forma de assim entender porque, no curto e médio prazo, não há saída viável para recolocar a cidade nos eixos e no caminho do desenvolvimento e da prosperidade de outrora.
Estes dois novos elementos que se somam à inépcia são a ignorância e a incapacidade. Se cada uma delas é perversa, as duas juntas têm um potencial exponencial de acabar com qualquer resquício de esperança que possa ainda ter sobrevivido.

A ignorância é essa incapacidade de compreender e, portanto, de prosseguir. A incapacidade se manifesta pela impossibilidade de agir com sucesso. Não há saída. Não há nada que funcione direito e os gestores mergulham numa nova fase a de não se sentir obrigados a dar nenhuma explicação e muito menos desculpas. Assim se acham donos e senhores dos destinos dos seus súditos.s

terça-feira, 3 de outubro de 2017

Pentelhos


Sardinha e amor é uma boa slogan parra o Prefeiturra

POR BARON VON EHCSZTEIN
Guten Morgen, minha povo.
Hoxe eu querro falar no educaçón e no saúte dos nossos crianças. Nón sei se foceis ouvirón falar que os escolas de Xoinville só estón a servir sardinhas parra as nossos crianças (é sardinen, em linguagem de xente evoluída como os alemón). Schwein gehabt! É um sorte. Mas tem xente reclamando. Mas essa povinho nón tem xeito. Só querrem ver a lado feio dos coisas.

An bösen Taten lernt sich fort die Böse tart. O reflexón ajuta no compreensón. Entón fou esclarrecer. Os sardinen no refeiçón dos crianças é mais um medida da nossa querrida prefeito pensando no saúde das mais pequenos. Os sardinen têm ômega 3, que faiz bem parra a corraçón e parra a cérrebro. Entenderón? Liebe ist die beste Medizin. O amor é a melhor remédio. O lema do Prefeitura devia ser: “sardinen e amor”.

E tem mais. O Prefeiturra também esdá introdussindo o cossinha internacional nos escolas. Os sardinen fassem parte do dieta mediterrânica, que é considerrado um dos mais saudáveis da mundo. Entenderón? A nosso querrida prefeito tem o preocupaçón de introdussir uma cardápio sofisticado no alimentaçón do molecada, mas tem xente que fica chateado? Só pode ser coisa desses kommunisten subnutridas.

Ah... e eu ainda dou um suxestão parra o nossa secretárrio do educaçón. Porrr que nón tornar a “xogo do sardinen” no xogo oficial da currículo escolar. Foceis nón lembram como que é? É aquele em que a xente fica de frente para o coleguinha e põe um món em cima do outro. O que está debaixo tem que bater no que esdá em cima (tem um imagem aqui em baixo). Devia fazer campeonatos, xogos inter-escolarres e tudo mais.

É muita amor da nossa prefeito pelo bem-esdar dos crianças. Isso sim é pensar na futuro e na Xoinville daqui 30 anos. Besser reich und gesund als arm und krank. Antes rico e com saúde do que pobre e doente.


A xogo do sardinen

segunda-feira, 2 de outubro de 2017

58 mortos. E tem gente capaz de defender as armas

POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
Até o momento em que escrevo este texto, pelo menos 58 pessoas morreram e mais de 200 ficaram feridas em um tiroteio durante um festival de música country em Las Vegas (filme no final do texto). É o mais mortífero ataque deste tipo - e olhem que não são poucos - na história moderna dos EUA. O atirador, um homem de 64 anos, estava no 32º andar de um hotel e abriu fogo contra a multidão indefesa. Depois se suicidou.

Logo após a notícia, os comentários começaram a pulular nas redes sociais. E no Brasil os partidários da liberação das armas apressaram-se a defender o indefensável. Houve um comentário que saltou aos olhos. Um dos defensores dessa sociedade de bang-bang saiu-se com uma pérola: “Quantos casos destes aconteceram nos últimos 10 anos? Você acredita mesmo que eles não existiriam se as armas fossem restringidas?”, disparou à queima-roupa.

Uau! Uma pessoa que não sabe a resposta para estas duas questões tão óbvias parece ter sérios problemas: ou é muito desinformada ou está de má fé. Então vamos lá ver as respostas.

1. A primeira pergunta permitiria publicar uma extensa lista, mas vamos ficar pelos 10 massacres com maior número de mortos (e não apenas pelos últimos 10 anos, excluindo o atual). Eis:
- Boate Pulse, 49 mortos
- Universidade Virginia Tech, 33 mortos
- Escola de Sandy Hook, 28 mortos
- Cafeteria Luby, 24 mortos
- McDonald’s de San Ysidro, 22 mortos 
- Universidade do Texas, 17 mortos
- Escola de Columbine, 15 mortos 
- Correio de Edmond (oklahoma), 15 mortos
- San Bernardino, Califórnia, 14 mortos
- Centro de Atendimento a Imigrantes - Binghamton, 14 mortos.

2. A segunda questão. Será que isso teria acontecido se as armas não fossem liberadas?
Ora, nos EUA uma pessoa consegue comprar avançadas e potentes armas num supermercado. Apenas este fato é mais que suficiente para responder à questão. Ou não? “Ah... não são as armas que matam. As pessoas é que matam pessoas”. Sério? Eis a dúvida. Sem armas, como o perpetrador do massacre de ontem iria fazer 50 vítimas? À cusparada?

Aliás, vale salientar que o Estado de Nevada, onde ocorreu o massacre, é um dos mais permissivos na aquisição de armas. Tão permissivo que os políticos estão a discutir a liberação de silenciadores para as armas. Ah... que gente sensata. Mas, pensando bem, se as armas do assassino do hotel tivessem silenciador, ninguém teria ouvido as rajadas sobre a multidão (no filme) e mais pessoas teriam morrido.

É a dança da chuva.

Meritocracia


O dia em que a Espanha perdeu a Catalunha. Gracias, Mariano!


POR JORDI CASTAN
Sem a ajuda de Mariano Rajoy, o referendum deste 1 de outubro na Catalunha não teria tido nem o resultado e nem a visibilidade internacional que teve. Reprimir com violência desproporcional o referendo não foi uma boa ideia, mas não há como esperar que este round terminasse bem.

Quando na política, e também na vida, dominam a ignorância e a incompetência, os resultados acabam sendo sempre desastrosos. Ignorância porque nem Mariano Rajoy, nem seu governo conseguem compreender a profundidade, complexidade e as implicações do que chamam “o problema catalão”. E é por não compreenderem que não sabem o “que” e “como” fazer. E por isso são incapazes de agir e resolver o problema em que a sua inoperância colocou as partes envolvidas.

A Catalunha historicamente sempre reivindicou uma maior autonomia. A resposta do governo do PP (Partido Popular) sempre foi a intransigência, a ausência de diálogo e a retirada unilateral de direitos adquiridos. O resultado tem sido, ao longo destes anos de governo do PP, o crescimento do movimento independentista. E que levou à situação atual, em que o governo catalão acabou marcando a data para a realização de um referendo sobre o desejo dos catalães.

O governo nacional decidiu proibir a consulta popular e, com esta atitude, deu ainda mais asas aos grupos independentistas. Aliás, os mesmos que por décadas tentaram negociar o retorno para a gestão catalã das responsabilidades que o governo central foi retirando de forma discricional e autoritária. O resultado esta aí. As urnas não deixam mentir.

Num país em que o voto não é obrigatório, mais de 42% do eleitorado foi a votar. Saíram de casa a para se dirigir aos colégios eleitorais, espalhados  por todo o território catalão, mesmo com a Polícia Nacional e a Guarda Civil (polícia paramilitar espanhola) fechando escolas e evitando que as pessoas pudessem votar. Mais de 700.000 eleitores ficaram impedidos de votar, em mais de 400 mesas eleitorais as perigosas urnas foram aprendidas e estes votos não poderão ser incluídos no resultado final. Há um resultado inapelável, 90% dos votos são votos pelo “sim”. Esse sim que representa claramente o desejo da maioria para que a Catalunha se converter numa republica independente.

O governo nacional não conseguiu o seu objetivo de amedrontar os catalães. O medo não funcionou como inibidor, os catalães saíram em massa as ruas para defender o seu direito a votar. As imagens de truculência da Polícia Nacional e da Guardia Civil, que a imprensa divulgou em nível mundial, não evitaram que famílias inteiras votassem e cotassem a favor da independência. Estive na Catalunha no final de semana passada e pude ver e escutar: muitas pessoas que até aquele momento se mantinham indecisas, a partir de ver a resposta do governo central, optaram pelo “sim”. O grande ponto de inflexão foi a intransigência constante do presidente Rajoy. 

O crescimento a favor do “sim” foi evidente ao longo dos últimos 15 dias. Quando os indecisos se decidem, o jogo vira. E o referendo virou a favor dos independentistas. Não foi surpresa a guinada, mas foi surpreendente a mobilização da sociedade catalã a favor do “direito a decidir”.

O que aconteceu  ao longo deste domingo na Catalunha é um fato sem precedentes. A polícia atacando cidadãos com balas de borracha, golpeando com cassetetes, investindo contra multidões que permaneceram pacíficas. O resultado foi de mais de 800 feridos, dois dos quais em estado grave. À medida que apareceram nas redes sociais as primeiras imagens de sangue, feridos e a polícia carregando as perigosas urnas e papeletas, a comunidade internacional ficou indignada. Foi desproporcional o uso indiscriminado de força policial para reprimir um referendo que era ilegal, porque foi proibido, mas que é legitimo. Isto não é democracia. Nem aqui nem lá.

A independência de Catalunha não é uma causa econômica. É verdade que Catalunha representa apenas 6,3% do território e 16% da população espanhola e que em 2015 foi responsável por 20,1% do (PIB) do país. Mas é uma visão simplista demais acreditar que a independência é movida por motivos econômicos. O crescimento do independentismo encontra eco na estúpida maneira encontrada pelo governo central para impor um modelo de país e de democracia que se pauta pela repressão, a truculência e por ignorar e desrespeitar as opiniões divergentes.

Quais os passos seguintes? Difícil dizer. Na situação atual, poderíamos dizer que ontem foi o dia que Espanha perdeu a Catalunha.

O tema dominou na imprensa internacional

sexta-feira, 29 de setembro de 2017

O dia em que as camisas não estavam no bagageiro do ônibus

POR REGINALDO JORGE 
Desde menino gostava de chegar mais cedo ao Ernestão para acompanhar a chegada dos times adversários que vinham jogar contra o Jec. Os clubes de maior expressão apareciam em vistosos ônibus. Abriam seus bagageiros e tiravam grandes malas com chuteiras, bolas e o uniforme dos atletas. Os times menores chegavam em ônibus acanhados e mesmo assim o bagageiro era aberto e dali muito pouco saía. Uma sacola com algumas bolas velhas, umas garrafas térmicas grandes e o uniforme arrastando dentro de velhas sacolas. Do lado de dentro, a torcida se espremendo nas metálicas para o início do jogo.

O tempo passou e a minha paixão pelo futebol foi crescendo. Antes de completar 20 anos já estava na equipe de reportagem de A Notícia, não sem antes fazer um pit stop como preenchedor de página do Jornal Extra. Comecei na página de polícia do AN e logo depois fui guindado para o esporte. Digamos setor com que tinha mais afinidade do que o anterior. Minha vida de torcedor infantil me permitiu conviver nos campinhos com muitos jogadores que depois viriam fazer parte do time profissional do Jec.

Em uma tarde cinzenta da década de 90 tive o brilho do dia quebrado com a notícia do assassinato do jogador Dido. Um meia atacante cria do Jec, um baixinho habilidoso que tinha despontado nas categorias de base e fora emprestado ao Juventude de Caxias do Sul (RS), com outra promessa do clube o meia Mineiro. Uma torcedora fanática – que era apaixonada por ele e pelo Juventude - não aceitava a possibilidade do seu retorno para Joinville, e lhe tirou a vida a tiros, enquanto ele falava em um orelhão.

Ainda sem digerir a tragédia da morte do jogador e do amigo fui escalado para fazer a reportagem do sepultamento no cemitério municipal de Joinville. Comigo testemunhando o momento o meu editor e irmão Anildo Jorge e o sempre diagramador Paulo Roberto Oliveira, o  Banana, uma mistura de surfista e peladeiro. Não demorou muito para avistarmos nas ruas internas do Cemitério a chegada do ônibus lotado do clube.

De dentro saíram todos os jogadores, comissão técnica e dirigentes. Ficamos a procurar o carro funerário com o corpo. Para a minha surpresa e de todos: o caixão saiu do bagageiro do ônibus. Fico a imaginar a dor dos amigos que viajaram centenas de quilômetros de Caxias a Joinville levando no bagageiro no ônibus que os transportava o corpo do amigo que disputou várias partidas com eles, inclusive na semana anterior ao acontecido.

Naquela tarde vivi o inesperado. Nem bolas, nem camisas e muito menos as surradas bolsas. Do bagageiro saiu o caixão do amigo, atleta, filho, namorado, irmão e promessa que o futebol sepultou momentos depois.





Reginaldo Jorge é jornalista
e torcedor do Flamengo