quarta-feira, 8 de maio de 2013

A avozinha dá um show...

POR ET BARTHES
Exercícios difíceis de realizar... em especial se você tiver 86 anos de idade...


"Reformaram" a Arena Joinville. Que lindo!

POR GABRIELA SCHIEWE

Caros molhados, vocês viram que sensacional? "Reformaram" a Arena. Isso é um espetáculo que antevê o outro grande espetáculo que será o jogo JEC x Santos.

Antes, só para não passar batido, no que tange à questão dos valores do ingresso, estou em total acordo com a diretoria do Joinville. O clube vive de receitas e esta é uma grande oportunidade de obter uma ótima arrecadação para pagar contas.

Sem aquele blá blá blá de que é uma falta de respeito com os que comparecem a todos os jogos e agora não poderão ir ver o grande duelo. Não, né? Parou. O clube depende de dinheiro e agora tem uma grande oportunidade de forrar o bolso.

Então, voltando a "reforma", é abominável ver isso. Pintar a Arena por causa do Santos? Aumentar ingresso para captar mais receita é totalmente aceitável. Agora sair jogando umas tintas pra ficar mais bonitinho é ridículo.

Tá bom, eu sei que a minha linguagem está bem vulgarzinha, mas não é possível tolerar essas "reforminhas" que o governo local fica fazendo e varrendo a sujeira para baixo do tapete.

O Ivan Rodrigues e o Abel Schulz continuam a mesma porcaria, sem reforma, pinturinha e absolutamente nada feito. Aí vão lá passar uma "maquiagem" na Arena para esconder as suas "rugas".

É a mesma história quando se aproxima a data de um grande evento na cidade, principalmente o Festival de Dança. Até uma semana antes do seu começo, o mato toma conta dos canteiros, as ruas estão cheias de buraco, o Centreventos está "desbotado", Eis que chega a fatídica data e tudo se transforma, como num passe de mágica. E depois que termina, é como se o relógio badalasse e a grande carruagem virasse abóbora.

Não concordo com este tipo de solução que pra mim é mentirosa. Eis que não soluciona nada, já que esta tinta que hoje foi passada, logo irá começar a desbotar e descascar. E só quando um outro "Santos" aparecer ela será retocada.

Ahhhh, só para esclarecer e que fique tudo muito claro, eu dizer que "reformaram" a Arena foi em tom irônico. Ok, leitores?

terça-feira, 7 de maio de 2013

Pensar a Joinville do futuro é bom. Mas o futuro é agora...

POR JORDI CASTAN

Um dos melhores negócios é vender, e cobrar hoje, um produto que só será entregue (ou não) no futuro. Quanto mais longínquo e indefinido for o prazo e o conceito de futuro, melhor o negócio.

O prefeito Udo Dohler é um homem aplicado, que aprende rápido. Tanto que em pouco tempo o empresário tem se convertido num hábil político. É cada vez mais difícil identificar nele e na sua gestão o que a diferencie das anteriores.
A inauguração com algaravia de ordens de serviço, o lançamento de parques pomposos (que continuam sendo só praças) ou a ampla divulgação da instalação de um sinaleiro fazem com que o seu governo seja parecido com qualquer outro dos predecessores. É quase impossível identificar alguma das características que projetaram a imagem do empresário.


Uma das habilidades que um "bom" político deve aprender - e dominar com rapidez - é a arte da mentira política. E nesse quesito o nosso prefeito tem se convertido num mestre. Quanto mais atolada anda a gestão e quanto menos coisas acontecem, mais aumentam os discursos e as mensagens que propõem soluções e projetos para a Joinville do futuro. A mensagem é clara. Enquanto as coisas continuam na linha de "mais do mesmo", ganha expressão a promessa de uma Joinville melhor... no futuro.


Quando? Bem distante, digamos 30 anos. Se já se esqueceram as promessas de campanha, feitas há pouco mais de meio ano? Quem vai lembrar e cobrar as promessas feitas hoje, para serem cumpridas daqui a três décadas. Daqui a 30 anos há uma chance grande que estejamos quase todos carecas e, pior ainda, que ninguém lembre mais de quais os projetos prometidos para essa Joinville de dois milhões de habitantes.

Em modo de desafio, quem lembra quem era o prefeito há 30 anos? E quais eram os projetos daquela Joinville? Quais tiveram continuidade? Quais nunca saíram do papel? A quem cobrar o que não foi feito? A impressão é que o prefeito conta com esse esquecimento natural. E se lança a prometer um futuro melhor, para ganhar, o que menos tem: tempo. Já desperdiçou uma parte do seu mandato. Propõe que a solução dos problemas atuais estaria cada vez mais distante.

Como sugestão, e se o tema da arte da mentira política merece seu interesse, recomendo duas leituras. A primeira é a "Arte da Mentira Política", de Jonhatan Swift, que parece ter se convertido no livro de cabeceira do prefeito, que tem posto em prática seus ensinamentos. A segunda é um texto meu publicado no jornal A Noticia, na mesma linha.

Num ponto o prefeito está certo, vender e cobrar hoje para entrega a futuro é um bom negócio.
É justamente esse o sucesso da maioria das igrejas que tanto prosperam no Brasil: oferecer um paraíso no futuro, para quem pague as prestações, o dizimo, o de os votos hoje. Porque a moeda que se usa para comprar esta Joinville paradisíaca do amanhã pode mudar, mas o negocio é o mesmo. A diferença é que o prefeito quer convencer ao eleitor que desta vez a garantia esta representada pela sua credibilidade. "La garantia soy yo"

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Joinville, a vila do senso comum - Parte II

POR CHARLES HENRIQUE VOOS

Em uma vila, a principal área de interação social é a pracinha central, ou, em casos mais extremos, a igreja da cidade. Tudo acontece apenas em um dia da semana, e o processo é engessado por uma dinâmica que não promove a troca, o diálogo, e a construção de diferenças. Só existe um local, um momento, e as mesmas pessoas. É ali que o senso comum é (re)produzido. Na nossa Joinville não é diferente: o senso comum é consolidado nos lugares em que cada grupo social se reúne. Não há lugares cosmopolitas na cidade, cada local é um reduto específico de guetos. Típico comportamento de vila em meio a mais de 520 mil habitantes.

Um dos grandes símbolos desta visão é a recreativa das empresas locais. O trabalhador (sem essa conversa fiada de "colaborador", por favor!) esgota-se durante a semana no trabalho, e no final da semana, momento oportuno para o seu momento de ócio criativo (no sentido mais "demasiano" possível), vai para a recreativa da empresa se divertir. Detalhe: o seu chefe é o churrasqueiro da festa, o seu subordinado o goleiro do time de futebol e o dono da empresa distribui patéticos brindes no bingo vespertino. Não há espaço para fluir o diferente, a crítica (como criticar o patrão, se ele tá ao meu lado?) muito menos a consciência de que a cidade não é formatada para o trabalho e que este não é o único responsável por uma qualidade de lazer inalcançável, caso estivesse desempregado. A empresa faz, com suas recreativas, o possível para o trabalhador acreditar que a sua função é ótima. De forma mais concreta, é uma manipulação para manutenção do comportamento preferido dos joinvilenses.

A partir da década de 1980 a cidade se transformou e a abertura econômica ao consumo criou espaços até então típicos de países "desenvolvidos": os shoppings centers. Seja com o Americanas, Mueller, Cidade das Flores, Center Leste (alguém lembra?) e o Garten, todos são produtos de um comportamento que, ao longo dos anos, manteve a - e pediu pela - formatação de espaços segregados e distantes da "realidade das ruas", reduto principal das extremas diferenciações sociais. Resumindo, o shopping center se tornou o local perfeito para alienação referente ao que acontece "lá fora", e é óbvio que seria um templo majestoso para a maioria de nós, joinvilenses. Um espaço que orienta o que você vai consumir, vai comer, e vai ter de lazer (nem que seja só ficar dando voltas pelos corredores) é, conseqüentemente, um espaço que excluirá a possibilidade de trocas.

Os joinvilenses adoram ver vitrine, rodar os estacionamentos lotados, almoçar, lotar salas dos cinemas com filmes de baixa qualidade em cartaz, e "verem e serem vistos" com os últimos lançamentos da moda. De tão iguais, eles se tornam invisíveis enquanto indivíduos e representam uma única massa, enorme, sem cor, e maleável de acordo com as novas representações desta coletividade que não pensa e constrói cativeiros sociais a serviço do pensamento acrítico. É a partir daí que o tipico joinvilense não aceita quem pensa diferente de si.

A pior tragédia neste sentido acontece de forma silenciosa: a cidade perde, aceleradamente, o seu papel de transformação, de diálogo e de trocas. Se fomos historicamente acostumados a não evidenciar isto, a cidade (ou seja: as ruas, as praças, os parques, etc.) é o último local em que precisaremos estar. Aliás, só o nosso carro precisa. A cidade não é mais vista como espaço de "construção" para se tornar um mero espaço de "passagem". O espaço coletivo, em Joinville, não existe (talvez nunca tenha existido): ele deu lugar às pracinhas e igrejas da vila do século XXI. Só faltou uma faixa, dando as boas-vindas: "1ª sensocomumfest, nos bares da Via Gastronômica e shows na calçada do Batalhão".

domingo, 5 de maio de 2013

Entre balas e armaduras


POR FABIANA A. VIEIRA

Em novembro meu filhinho fez quatro anos. Rapaz esperto, inteligente, companheiro de todas as horas. Até já me ajuda a lavar a louça. Cuida da irmã menorzinha, de dois, com aquele carinho especial de quem ama, toques suaves, carinhosos. Esse pequeno homem tem uma grandeza humana que lhe reserva um futuro especial.

Para demonstrar todo meu orgulho e amor lhe dei um presente especial. Fui no setor infantil da loja de armas e comprei um rifle Crickett, modelo LR , tiro único de calibre 22, aquela bala pequenina que entra no corpo atingido, faz um buraquinho e depois circula em zigue-zague, destruindo órgãos, produzindo uma hemorragia  interna  incurável. Aqui em casa, você deve saber, há muita caça e as crianças precisam estar preparadas,desde cedo, para utilizar armas.

É por isso que a indústria já vendeu 60 mil desses modelos infantis somente em 2008. Leves, coloridos, considerados armas de brinquedo ou o ¨primeiro rifle¨, como afirma na publicidade o fabricante de armas esportivas Keystone. Até modelo rosa já tem.  Até pensei em dar um para a minha filhinha também.

Seis meses depois do presente....Boom! Uma distração, fui me livrar da gordura da cozinha e pipocou um tiro . Meu filho pegou a arminha e disparou um tiro acidental ou de brincadeira ou de fúria, nem sei, no coraçãozinho da minha filha. Acabou-se a vida da minha pequena, a minha e o futuro do meu filho, traumatizado eternamente pela perda tragicamente brutal da maninha querida.

Isso poderia ser uma história inventada. Mas não é. Aconteceu no Estado americano do Kentucki, no condado de Cumberland e a menina foi Caroline Starks, sobrenome igual ao da fábrica pós-moderna de armamentos bélicos do maior sucesso do cinema no momento, O Homem de Ferro 3.

Particularmente acho uma insensatez armas de fogo. A bancada da bala procura me convencer de que é uma prerrogativa de segurança privada, um direito básico do homem. Bobagem. Um artifício de pólvora aprisionado numa cápsula que, num pequeno toque, dispara uma bola de chumbo com potencial de matar instantaneamente não pode ser uma boa coisa.

Parto daquele princípio civilizatório elementar de que a vida humana é inalienável. Não tenho o direito de matar ninguém. Matar alguém é admitir que me matem. Portar uma arma é ter uma disposição preventiva para o contrário da vida. É admitir peremptoriamente que eu vou matar alguém. É planejar, treinar e adquirir um instrumento de morte. Ou tenho uma arma para não usar? É um enfeite para arrotar medo? Ter uma arma é confessar simplesmente que quer ser um causador de mortes.

Acho insana essa cultura de alimentar crianças com esse instinto assassino. Beira a loucura descobrir que as fábricas fazem rifles azuis, rosas, laranjas, com figurinhas coloridas para as crianças trocarem o bilhetinho da Calói por um ¨não esquece do meu rifle 22¨. O que adianta, depois do estampido, o ¨não sabia que estava carregada¨.....

O pior é quando vejo os pais da Caroline se resignarem: foi uma fatalidade, afirmam - "Deus quis assim". Naquela região norteamericana a caça é farta e, dizem, todos tem arma. Inclusive as crianças. Essa questão cultural (que precisamos em parte muito pequena respeitar), está presente na mentalidade americana. Não é a toa que os jovens compram armas militares pela internet e saem pelo colégio matando coleguinhas e professores. Loucos abandonados por bonitas namoradas descarregam tambores de balas nos novos namorados, nas ex e em si mesmo. Até chefe é perseguido por desempregado inconformado. Dizem que a matança é cultural. Mas qual cultura? A do extermínio?

Aqui no Brasil não é diferente. Os bilionários interesses da indústria bélica inviabilizaram uma política completa de desarmamento. No plebiscito de 2005 venceu o direito da venda de armas. A falta de controle de fronteiras e do comércio legal de armamento abastece a marginalidade e estimula os argumentos da autodefesa, isso tudo diante de uma polícia a paisana. A insegurança cotidiana estimula a cegueira coletiva e o pensamento fascista de que matar é um direito de proteção. Segue o ciclo vicioso violencia, armas e morte.

Realmente fico preocupada quando vou ao cinema ver o lançamento aguardado de um filme como ¨Somos tão jovens¨, obra que resgata parte da história da lendária banda Aborto Elétrico, antecedendo a Legião Urbana, banda que veio do punk londrino e produziu memoráveis clássicos do rock nacional, e sou surpreendida por uma fila gigantesca na bilheteria. A fila era para ver os armamentos da poderosa indústria Stark e a sua armadura biônica de guerra. Do jeito que a coisa vai, um dia retornaremos a idade medieval e todos, para deleite da indústria, usarão uma armadura do tipo Stark.

sábado, 4 de maio de 2013

Um técnico com métodos de treino muito duros

POR ET BARTHES
Mesmo que você não entenda inglês, vai ver as razões para o técnico Mike Rice ser demitido. O homem é uma fera... tem muita pancadaria para cima dos atletas durante os treinos. 



sexta-feira, 3 de maio de 2013

O direito de coçar o saco


POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
Gente, todas as semanas deveriam ser como esta, com um feriado na quarta-feira. É que além do descanso a gente acaba por ter duas sextas-feiras. É tempo para o relax, para o dolce far niente e para manter o cérebro a vadiar. Mas cabeça vazia é a oficina do diabo. E foi São Jerônimo quem avisou, por outras palavras:
-     - Trabalha em algo, para que o diabo te encontre sempre ocupado.

Em resumo, o santo mandou um tremendo "vai trabalhar, vagabundo". Mas tem uma coisa chata nessa história. Se você acredita que o trabalho realmente dignifica o homem, então a expressão  “arbeit macht frei” (o trabalho liberta) deve soar como música para os seus ouvidos. O problema é que, por uma triste ironia, esta frase estava escrita no portão do campo de concentração de Auschwitz. É uma metáfora a ter em conta nos dias de hoje.

UMA INVENÇÃO DO DEMO - Não tenho dúvidas, caro leitor, de que o trabalho foi uma invenção do demo, o coisa-ruim. Afinal, todo mundo sabe que no paraíso ninguém trabalhava (é por essa razão que o lugar se chamava paraíso). Só depois de Adão e Eva terem sido apanhados no rala-e-rola é que surgiu aquela coisa de "comerás o pão com o suor do teu rosto". Quer dizer, o trabalho foi um castigo imposto ao homem e à mulher por eles terem caído na gandaia.

Aliás, as palavras trabalho (português), trabajo (espanhol) e travail (francês), por exemplo, vêm todas do latim tripallium, que era um instrumento de tortura na Idade Média. Está tudo dito: é uma punição. E o castigo é passarmos 8, 9, 10 ou até mais horas enfiados em ambientes sacais, na companhia de pessoas que não aturamos, a fazer coisas que não gostamos e a ganhar salários que nunca chegam para o que precisamos.

MENOS EM JOINVILLE - Todos sabemos que o trabalho é aquela coisa chata que acontece no meio da diversão. É assim em todos os lugares. Menos em Joinville, claro. Porque quem mora na cidade acaba por se sentir dentro de um livro do Max Weber. O espírito do capitalismo e a “ética” do chão de fábrica são coisas sagradas para os joinvilenses. É o culto do trabalho.

Bem... a esta hora imagino que haja leitores a torcer o nariz e a me chamar de vagabundo (certo, mas sou um vagabundo que trabalha muito). E não deixa de ser divertido que as pessoas nunca questionem a validade do trabalho, que em outros momentos da história já foi visto como uma maldição, uma vergonha. É só lembrar que os nobres, antes da queda do feudalismo, tinham pavor a pegar no duro.

Há umas curiosidades divertidas. O leitor e a leitora sabem, por exemplo, de onde surgiu aquele hábito dos ricos, que esticavam o dedo mindinho sempre que seguravam uma xícara? A coisa vem dos tempos feudais e era um forma que os nobres tinham para mostrar que eram diferentes dos trabalhadores. Por terem as mãos grossas e calejadas do trabalho, os coitados não conseguiam esticar o tal dedinho. Viu? Cabo de enxada também é cultura.

UM DEFUNTO NA SOCIEDADE - Para que o leitor não fique aí a imprecar contra a minha pessoa, não sou eu a questionar o trabalho. E apresento aqui um excerto de um texto de Paul Lafargue, genro de Karl Marx (por sinal, o velho barbudo errou, porque achava que a emancipação do homem viria justo pelo trabalho):

-       Uma estranha loucura se apossou das classes operárias das nações onde reina a civilização capitalista. Esta loucura arrasta consigo misérias individuais e sociais que há dois séculos torturam a triste humanidade. Esta loucura é o amor ao trabalho, a paixão moribunda do trabalho.

Aliás, Lafargue relembra que o trabalho foi um castigo de Deus, com aquela coisa do “suor do teu rosto”. Não concorda? Pois fique a saber que há opiniões piores. E atuais. O Grupo Krisis, por exemplo, diz que o trabalho é um defunto que domina a sociedade.

-       A produção de riqueza desvincula-se cada vez mais, na sequência da revolução microeletrônica, do uso de força de trabalho humano - numa escala que há poucas décadas só poderia ser imaginada como ficção científica. Ninguém poderá afirmar seriamente que este processo pode ser travado ou, até mesmo, invertido. A venda da mercadoria “força de trabalho” será no século XXI tão promissora quanto a venda de carruagens de correio no século XX.

Imagino que muita gente nunca tenha pensado nisso. Mas o trabalho, como o entendemos hoje, logo vai ser apenas uma memória. Quem viver...

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Escola pública não é lugar de oração



POR FERNANDA M. POMPERMAIER



O estado brasileiro é laico. Ponto.


A educação pública brasileira é laica. Ponto.

Laico = secular, por oposição a eclesiástico.
Secular = Relativo ou pertencente ao Estado, em contraposição ao que se refere ou pertence à Igreja. - dicionário Michaelis.

Na prática, isso significa:
1. Neutralidade = os professores não podem influenciar nenhum aluno no sentido da sua religião, em hipótese alguma.

2. Reza = Absolutamente inadmissível realizar orações de qualquer que seja o clero dentro da instituição educacional (mesmo sob o argumento de que é a religião da maioria, até porque não existe propósito em saber a religião da maioria, o que leva ao próximo ítem).

3. É uma afronta à liberdade pessoal e religiosa questionar no momento da inscrição, qual a religião do aluno. Esse é um assunto pessoal que não importa a mais ninguém, assim como a orientação sexual.

4.  A presença de símbolos religiosos, como crucifixos ou imagens, também é um desrespeito à diversidade religiosa, pois induz os alunos a pensar que apenas aquela religião é aceita. Exclui as outras denominações.

5. A instituição educacional é, por excelência, o espaço da ciência e do aprendizado, não pode dar margem à perpetuação de dogmas religiosos.

6. O objetivo da escola é incluir TODOS, não importando o credo. Todas as crianças devem se sentir bem vindas e acolhidas, por isso o ambiente deve ser neutro, de respeito e não de julgamentos.

7. A igreja, o templo, a mesquita, o terreiro, o centro,... são os espaços para as expressões religiosas (nem a escola, nem o facebook, nem o campo de futebol).

8. No início do texto eu escrevi educação pública.

Mas eu não preciso dizer nada disso aos colegas de profissão: professores, diretoras, secretário da educação,...porque são conceitos muito básicos aprendidos na faculdade e respeitados em muitos centros de educação infantil que conheci em Joinville.

Escrevi mesmo foi pra quem não é da área e talvez esteja se equivocando e misturando religião e estado, um erro que prejudica a todos.

Aliás, feliz dia do trabalhador, Sr. Udo!

Fonte: http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues
Foto-http://www.jn.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=1409899
PS.: o Projeto de Lei 5.598/2009 estabelece, em seu artigo 11, que o ensino religioso, de matrícula facultativa é parte integrante da formação básica do cidadão e constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental, assegurado o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil, em conformidade com a Constituição e as outras leis vigentes, sem qualquer forma de proselitismo.

Grifo meu. Ensino religioso não é catequese.

E se o JEC ganhar do Santos...

POR GABRIELA SCHIEWE

"Sonhar não custa nada..."

Tudo bem, o Santos é um dos melhores times do Brasil na atualidade, apesar de que o futebol brasileiro está se nivelando por baixo. Mas vai que o JEC ganha do Santos. E aí?

Aí, cara pálida, tudo o que se tem visto, ou melhor, que não se tem visto até o momento, cai por terra.

O Joinville, só pra variar um pouquinho, está contratando. Nenhuma novidade, já que faz isso o ano todo e até agora não fez porcaria nenhuma, fez um Campeonato Catarinense bisonho e agora diz a diretoria que está montando o time para a Série B. A saga continua.

A verdade é que o JEC vem decepcionando sim - e muito - e mesmo os seus torcedores fiéis vão ter que concordar comigo, ou não?

Tudo bem. Se não quiser confessar em público que concorda com uma mulher no que diz respeito a futebol, eu entendo, fica tranquilo.

No entanto, é inegável o baixo aproveitamento do nosso Tricolor e se fizer valer o seu atual desempenho e tudo o que vem fazendo nesta temporada, não podemos esperar nada desses jogos contra o Santos. Se é que serão jogos e não apenas 1 jogo!

Sim, se o Santos ganhar no jogo daqui por uma diferença de mais de 2 gols, bye bye Copa do Brasil, nos restará a Série B.

Na primeira rodada da Copa do Brasil, o JEC passou ali ali, no sufoco contra um timeco qualquer, quem sabe contra o Peixe ele vire um leão e tira o coelho da cartola?

Gente, estou aqui divagando, falando umas besteiras e algumas verdades, mas no futebol tudo pode acontecer que o diga o Inter (perdeu para o tal de Mazembe), atré porque o Santos não está lá essas coisas e o empenho do Tricolor, com certeza, será bem maior do que contra seus outros adversários, mas é bem difícil esta missão.

Agora se o JEC ganhar do Santos, toda a lambança apresentada até então será imediatamente esquecida, pois agora...é assim mesmo, no futebol, na política, na vida, um ato heróico, se faz esquecer toda sujeira anteriormente existente.