terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Policial salva mulher no metrô em Madrid

POR ET BARTHES
A mulher estava esperando o metrô quando passou mal e caiu desmaiada nos trilhos. O trem que vinha na direção da estação estava quase a chegar. Um policial saltou para os trilhos e salvou a mulher.


segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Falta de respeito

POR JORDI CASTAN


Imagem Fabrízio Motta / ND


Não tenho dúvidas: o município não é capaz de prestar determinados serviços, mas tampouco é capaz de fiscalizar os que são transferidos para a iniciativa privada, seja por concessão ou por permissão. A conclusão: a administração pública é incompetente.

Durante a última campanha eleitoral, pesou a favor do candidato Udo Dohler a sua imagem de gestor e a sua experiência, aspecto que ganhou relevância pelo contraste com o perfil dos outros candidatos. Nenhum deles tinha um perfil semelhante e a imagem de gestor de sucesso fez com que muitos eleitores, mesmo identificando não poucos defeitos no modelo de gestão do candidato, optassem pelo mal menor. Foi um voto de confiança em alguém que, no mínimo, saberia ler um balanço e tinha experiência em ganhar o seu salário com o seu trabalho, o que não era o caso da maioria dos outros candidatos, que viveram pendurados nas tetas públicas por décadas.

A partir do dia 2 de janeiro o prefeito começou a "gerir" a cidade. Evitarei usar a palavra administrar, porque ele tem se apresentado, desde a campanha, como um gestor e não como um administrador. Para os entendidos a diferença é sensível. De acordo com o publicado pela imprensa, o prefeito encontrou mais problemas do que esperava e, portanto, o processo de transição não parece ter sido tão bem sucedido como propalado.

Um tema que me interessava especialmente - e que acompanho de perto por ter certo conhecimento sobre o assunto - é o do estacionamento rotativo. Já me manifestei sobre a forma atrapalhada com que, primeiro, a administração da Conurb e, depois, o ITTRAN tem tratado o tema, apontando principalmente a falta de respeito com que o usuário tem sido tratado. Quem tiver interesse em conhecer mais sobre o tema veja os links "O cidadão primeiro"  "Estacionamento rotativo"

Estabelecer o dia 31 de janeiro como data final de validade dos cartões do estacionamento rotativo é uma arbitrariedade e uma imoralidade. Poderia ter sido fixada a data do 15 de março ou a do 17 de junho, eu particularmente fiquei surpreso que não tivesse sido escolhida a do dia 31 de fevereiro. Os usuários estão sendo tratados como massa de manobra por conta de uma briga pública entre a empresa Cartão Joinville, que operou o sistema até recentemente, e a Conurb/Ittran.

A Conurb/Ittran tem a responsabilidade de fiscalizar o sistema e, ainda que não tenha entendido nunca esta parte, de defender e representar os interesses dos usuários e não de defender a operação e os interesses da empresa que prestava ou presta agora o serviço. Portanto, se deixou que a dívida da empresa chegasse aos valores anunciados, coisa de um milhão de reais, foi porque a Conurb/Ittran foi omissa ou conivente. Nos dois casos, errou. Se hoje não consegue saber qual é a série e o número de cartões emitidos pelo Cartão Joinville também, foi omissa neste caso.

O resultado é que não se tem a menor noção de quantos cartões estão nas mãos dos usuários e qual será o tamanho do prejuízo.  Não sabe quais as séries que eventualmente possam ter sido impressas depois de finalizado o contrato. E frente à sua total incompetência, determina que os cartões adquiridos pelos usuários do estacionamento rotativo não tem mais valor. E os usuários devem assumir o prejuízo pela incompetência da Conurb/Ittran, mesmo que tenham sido adquiridos legalmente de uma empresa que tinha na época uma autorização para vendê-los.

Até aí nada novo, já teve presidente da empresa pública mandando rasgar os cartões, num atestado público de idiotia. Afinal, rasgar dinheiro é sintoma claro de idiotia ou de coisa parecida. Havia a esperança que a nova administração trataria o tema de outra forma, com a seriedade e respeito o joinvilense merece.

O que surpreende e decepciona é a posição do prefeito que, podendo agir, não o fez. Justamente ele que tem, e já demonstrou, o poder para revogar decretos municipais como o que aumentou a tarifa de ônibus. Determinar a validade dos cartões de estacionamento rotativo é um ato menor, uma pura arbitrariedade administrativa. E mostra desde cedo que a prepotência e o desrespeito ao eleitor são uma marca desta administração. O prefeito estava informado, o tema foi discutido e a decisão do presidente do ITTRAN foi respaldada pelo prefeito Udo Dohler. Então, é a ele que cabe assumir a responsabilidade por este ato.

A importância desta decisão independe do valor do cartão ou do número de cartões ainda em poder da população. De forma pouco honesta, o poder público conta com que devem restar poucos cartões e que o baixo preço deles deixará de motivar uma corrida ao Judiciário. Zelar pelo dinheiro público tem, neste caso, um conceito mais amplo que parece não ter sido bem compreendido ainda pelos novos detentores do poder municipal.

Para os defendem as armas...

POR ET BARTHES
Homem tentou matar o político búlgaro Ahmed Dogan durante um discurso. Mas a arma falhou e o cara acabou espancado pelos outros políticos antes de ser preso.


domingo, 20 de janeiro de 2013

Fair play é assim...

POR ET BARTHES
O atleta Abel Mutai estava à frente no cross de Navarra Burlada, na Espanha, mas quando faltavam 30 metros para chegar ao final da corrida achou que já tivesse ultrapassado a linha de chegada e começou a correr devagar, saudando a torcida. Em segundo vinha o corredor espanhol Ivan Fernandez Anaya que, em vez de se aproveitar da confusão do adversário, ficou atrás dele e até o ajudou a chegar à meta. Isso é fair play...



Armar a população, desarmar a razão

POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
A Fernanda Pompermaier nem bem estreou no Chuva Ácida e  já teve que enfrentar um debate-boca com alguns leitores, esta semana, por causa do texto do Jordi Castan sobre mortes por armas de fogo no Brasil. Não tinha intenção de entrar nessa discussão, que me provoca bocejos. Mas houve um tipo de comentário que chamou a atenção e, talvez, mereça dois dedinhos de prosa. Eis o que disseram alguns leitores:

- São europeus... ou metidos a europeus que precisam do ibope dos tupiniquins!
- É bem fácil, do conforto, ficar criticando! É fácil virar às costas para os problemas. É por isso que o mundo tá do jeito que tá!
- Por isso você se mandou do Brasil? hi hi hi, espertinha!


O que dizer a respeito? Ora, que  o argumentum ad hominem  (ir contra o interlocutor) é o mais perfeito retrato do terceiro-mundismo mental. Porque qualquer pessoa com dois dedinhos de testa faria uma coisa mais inteligente: aproveitar as informações sobre a Suécia, onde a Fernanda vive, para tentar entender melhor a questão. Mas que nada...


Há realidades que essas pessoas - as que defendem o armamento da população - não compreendem sobre as sociedades mais desenvolvidas. Não entendem porque seria preciso viver nelas. Eu, por exemplo, vivo em Lisboa, cidade considerada a capital mais segura da Europa. Qual é a diferença para o Brasil? É cultural e histórica. Para nós a ideia de usar uma arma para tirar a vida a outra pessoa não faz sentido.


Não quer dizer que não aconteça, claro. Mas a própria ideia de uma pessoa de bem ter uma arma provoca desconforto. Para um cidadão português, por exemplo, essa coisa de matar para roubar não se encaixa nas categorias mentais. Não quero entrar em discussões sociológicas (poderia fazê-lo, em outras circunstâncias) porque é difícil debater com quem nunca viveu uma realidade como a nossa. Isso encurta a visão.


E resumo a minha intervenção a uma constatação: se essas pessoas que defendem o armamento passassem pela experiência de viver em sociedades verdadeiramente avançadas, certamente deixariam de acreditar nas armas. Mas isso sou eu a dizer e vocês não tem que acreditar.

sábado, 19 de janeiro de 2013

Uma história inspiradora...

POR ET BARTHES
Às vezes acontecem coisas interessantes em programas como o American Idol. O cara não consegue falar, mas consegue cantar. O nome é Lazaro Arbos.




sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Pavão Misterioso...


Não há segredo. Há trabalho. Será?


POR FELIPE SILVEIRA

Desde que assumiu a Prefeitura de Joinville, o prefeito Udo Döhler, assim como o vice Rodrigo Coelho, tem feito visitas a diversos órgãos municipais. Um dia foi à região rural, outro no hospital e outro nas regionais. Já Coelho apareceu na Estação Ferroviária e na Cidadela Cultural Antárctica, pois acumula o cargo de presidente da Fundação Cultural de Joinville.

Não tenho nada contra as visitas do prefeito e acho natural que sejam feitas no início do trabalho. No entanto, uma pergunta não para quieta por aqui sempre que leio essas notícias: o que, efetivamente, tem sido feito nessas visitas? Quais decisões foram tomadas?

Até agora, nada.

Estou realmente preocupado com o oba-oba em torno do novo prefeito. As visitas parecem (e são, diga-se de passagem) um evento voltado para a mídia, com muitas fotos, muitos apertos de mão, fãs...

Não estou questionando a capacidade de trabalho do prefeito, que, de certa forma, até admiro (mas não muito). Esse negócio de acordar às seis e ir até à noite, na minha opinião, é negativo, principalmente em relação aos funcionários, que se obrigam a acompanhar um ritmo que não vão conseguir. Se Udo é workaholic, beleza, mas é preciso entender que nem todos são.

Voltando... não estou questionando a capacidade de trabalho do prefeito e do vice. Porém, essa primeira quinzena de trabalho parece uma continuidade da campanha. Visitas, reuniões, fotos, apertos de mão, “vamos fazer isso, aquilo e aquilo outro”...

Mas o que, de fato, foi feito?

Um exemplo do que quero dizer é a visita à Cidadela Cultural. Segundo o Plano 15 (plano de governo da campanha de Udo Döhler), o espaço da antiga cervejaria, que foi criado para ser destinado a atividades artísticas, terá, de vez, esse destino. Hoje, o Instituto de Transporte e Trânsito (Ittran) está no local e paga boa parte das despesas.

Nessa semana, porém, o vice-prefeito, Coelho, visitou a Cidadela para “verificar a possibilidade de revitalização e reutilização do espaço com a possível mudança do instituto para outro local da cidade”. (frase do notícia no site da Prefeitura)

Peraí! E a promessa da campanha? Como assim “verificar a possibilidade”?

As reuniões de Udo não são diferentes. Recheadas de boas intenções, como “melhorar as condições” e “batalhar por investimentos do governo federal”, não há, de fato, grandes coisas a anunciar.

O problema, porém, é que a estratégia funciona. O telespectador vê o prefeito no hospital, na zona rural, nos lugares carentes e acredita que ele está, de fato, fazendo algo lá. E o oba-oba aumenta. Eu, espero, de fato, que ele faça.

Afinal, “não há segredo. Há trabalho”. Será?

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Tiger Woods e Rory McIlroy

POR ET BARTHES
Tudo bem que é propaganda de uma marca, mas está muito bem feito.



Entre ouvir e agir: qual o papel do poder público?

POR CHARLES HENRIQUE VOOS

Alguns comentários feitos no post do último "brainstorming" me trouxeram a necessidade de lançar o debate (e não esgotar por aqui) sobre o papel do poder público na sua tomada de decisões, as quais envolvem diretamente toda a população. Enquanto parte dos comentários defendiam que o gestor deve atender os interesses de seus eleitores (cidadãos com direito a voto, generalizando) outros lembravam que, com a democracia representativa, o Estado deve "julgar" o que é melhor ou pior para a população.

Coloco como ilustração da discussão o tema discorrido pelo autor do texto supracitado, a fim de facilitar o debate: como promover o uso da bicicleta e outros meios não-motorizados de locomoção se a população prefere usar o automóvel para seus afazeres diários? O gestor público, cercado por técnicos especializados (ou consultorias contratadas de forma conspícua), sabe que, para melhorar a mobilidade urbana de sua cidade, deve investir em medidas totalmente contrárias a vontade da maioria da população, como aconteceu em Bogotá-COL, por exemplo.

Mas, como absorver posturas parecidas a essas, a um passo de serem "antidemocráticas" (entre aspas mesmo), e promoverem um saber técnico em detrimento do saber local e todos os direitos garantidos em lei, como a participação na gestão urbana? Se as pessoas querem ruas asfaltadas, pontes, viadutos, grandes avenidas e demais infraestruturas que privilegiam o transporte motorizado, a "democratização das discussões" (ênfase para as aspas, novamente) será garantia de que o melhor sempre será feito?


Neste sentido, o Estado está inserido em uma problemática que é produto de uma desigualdade social. Por outro lado, somente evitando tecnocracias e mesclando o ato de ouvir os interesses populares com ações justificadas em estudos e proposições de nossos representantes, poderemos chegar ao que penso ser o verdadeiro papel do poder público em todas as suas esferas e setores (respeito todas as divergências filosóficas deste ponto). Porém, quem garante que, com uma gestão democrática, todos os grupos sociais participarão e escolherão as suas demandas em conjunto, buscando um consenso? Como as camadas mais populares irão sintetizar, arguir e pressionar (quando raramente participam) seus anseios na mesma qualidade que grupos de empreiteiros interessados sobretudo nas futuras licitações de pontes, asfaltamentos, etc? Além disto, como esperar que a participação popular não seja uma legitimação de interesses maiores, reproduzidos através de um poder simbolicamente e socialmente construído (relacionando ao tema do brainstorming, seria o "fetiche do automóvel")?

Infelizmente alguns discursos reproduzidos pela população são ideologias que servem interesses particulares, os quais tendem a parecer interesses coletivos – e únicos; formando assim, uma cultura dominante. Esta, por sua vez, contribui para uma união da classe dominante em torno de suas expectativas em comum (neste caso, os agentes tipicamente capitalistas que vêem na cidade suas fontes de renda) e para a legitimação da ordem estabelecida e das distinções sociais.

E em Joinville não é muito diferente...