quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Golpes abaixo da cintura... não!

POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
Quem tem acompanhado os meus textos aqui no Chuva Ácida, ao longo deste último ano, sabe o que penso do atual quadro político em Joinville. A democracia só teria a ganhar, em termos de qualificação, se houvesse um segundo turno entre Carlito Merss e Udo Dohler.

E não tenho dúvidas de que o inferno da democracia seria uma disputa entre Kennedy Nunes e Marco Tebaldi. Não vou ficar aqui a repisar as razões, porque são simples. Joinville precisa desesperadamente chegar ao século 21 e não serão políticos da idade da pedra a liderar esse processo.

De Kennedy Nunes já disse o que penso num texto publicado na terça-feira. E sobre Marco Tebaldi acho que ficou patente a minha visão quando falei nos vergonhosos ataques desferidos contra o nome de Udo Dohler, num texto chamado “O estilingue de Tebaldi e a vidraça de Dohler”.

O problema é que agora o estilingue foi parar às mãos de quem eu não esperava. Foi muitíssimo infeliz a ideia da campanha do Partido dos Trabalhadores, que levou ao ar o vídeo da mulher amarrada. Em termos teóricos, sou capaz de imaginar os pressupostos da estratégia dos marqueteiros. Mas quando Carlito faz o mesmo que Tebaldi, o caldo está entornado.

Ora, ganhar eleições é uma coisa. Mas ganhar com golpes abaixo da cintura será sempre uma derrota ética. Afinal, perder eleições é parte do jogo, perder a integridade deixa nódoas na biografia. Não sei se a candidatura de Carlito Merss vai ganhar votos com o episódio (nunca se sabe). Mas é fácil ver o que perdeu.

Ok... a favor de Carlito Merss tenho a dizer que ele precisaria errar muito - mas muito mais - para descer ao nível de alguns dos seus adversários.


P.S.: Sobre o episódio das mulheres amarradas, vou repetir o que digo há anos. Seria interessante se os jornalistas de hoje procurassem fontes primárias, ouvissem todos os lados e fizessem o obrigatório double-check. Porque é uma história muito mal contada. Se deixarem os fatos para os marqueteiros, a coisa degringola.

O fim do histórico e horroroso 1º turno

POR CHARLES HENRIQUE VOOS

Estamos acompanhando uma das disputas eleitorais mais equilibradas da história desta cidade, muito provavelmente. E parece mentira, considerando o histórico das últimas campanhas, onde uma centopeia de partidos sempre aniquilava os poucos adversários que restavam (exceto em 2008). Neste ano, três candidatos oscilam na liderança, com diferenças irrisórias nos pontos percentuais, dependendo da pesquisa. Um quarto candidato fica um pouco atrás, aparentemente sem chances, porém com uma boa quantidade de votos que não podem ser descartados até a abertura das urnas no próximo Domingo. 

Devido a tantas possibilidades, podemos considerar o dia 7 de outubro de 2012 como a confirmação de um momento histórico. Alguém aí pode refrescar a minha memória com outra disputa tão acirrada que nem esta, e envolvendo tantos nomes? 

Será emocionante abrir a urna e ver a contagem dos votos (caso a estimativa das pesquisas se confirme), principalmente se os três nomes que estão liderando alternarem-se nas cabeças, ou ainda: ver o quarto colocado chegar e incomodar. Será um teste para cardíaco, com certeza. Sem esquecer o fato novo que tivemos da candidatura de um partido jovem, com ideias jovens, diferentes, sem querer ocupar espaço na TV para mensagens sindicais ou cargos em 2013. Este último não irá chegar, certamente, mas fez bonito (e muito!).

Por um outro prisma, este primeiro turno é para ser sepultado, de preferência, embaixo dos entulhos do mais antigo sambaqui da cidade. Coitados dos sambaquianos, talvez não mereçam tal injúria. O nível das propostas está tão raso, sem conteúdos, baseados em achismos, e muitas vezes contraditórios com o passado do candidato, que chega a dar nojo (e olha que sempre gostei muito de política, mas neste 2012 a coisa está feia). Somado a isto tudo, o desespero e´enorme a ponto de prometer obras quase impossíveis, iludindo o eleitor.

O que entristece mesmo são os ataques pessoais. Avançando sobre o que já discorri aqui no blog, os discursos preconceituosos perante os possíveis defeitos dos candidatos só tira o foco das propostas. Não lembro de ter visto Voltolini e LHS, em 96 e 2000, por exemplo, com ataques neste nível tão baixo. Qual o motivo de tentar desvirtuar a imagem pessoal de um candidato? Seja ele um possível pastor manipulador, um possível marido infiel, um possível candidato com casamento de fachada, ou um empresário que possivelmente "judia" (se soubessem o quão carregado de preconceito este termo é, não teriam usado, ainda mais vindo dos proclamados igualitários...). Bem, o desespero bateu, pois as propostas não convenceram, e os ataques em cima de "possíveis possibilidades" tornaram-se rotina, de todos os lados, para todos os lados.

É por estas e outras que considero este primeiro turno parte integrante de um cenário horroroso, e que alguém tenha piedade por Joinville. Infelizmente parece que isso irá continuar no segundo turno, seja quais forem os candidatos, pois é algo intrínseco a eles falarem mal de si mesmos, e não querem construir um diálogo sobre suas propostas, visando a construção de novos ideais de cidade. Não a cidade do A ou do B, mas a cidade de todas as pessoas.

Um palpite para Domingo, para encerrar: vão chegar o primeiro e o terceiro das pesquisas. De qual pesquisa? Bem, eu acredito em uma delas, mas como cada um acredita naquela que mais lhe convém, deixa pra lá.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Remédio ou creche? Escolhe!


Afastamento remunerado e o princípio da isonomia



 POR AMANDA WERNER

Tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na medida de suas desigualdades. Eis o princípio da isonomia.

Nas eleições atuais, somente em Joinville temos 29 candidatos a vereador que são servidores públicos. Nestes dados, foram incluídos servidores públicos em geral e policiais civis e militares. Parece pouco? Comecemos novamente.

No Estado de Santa Catarina, somam-se 1874 servidores públicos candidatos, que disputam o cargo.

Em todo o Brasil, o total de servidores públicos pleiteando cargos políticos neste ano, corresponde a 53.249. Os dados são do TSE.

Por força de lei, os servidores públicos devem desincompatibilizar-se de suas funções públicas com alguma antecedência. O prazo de desincompatibilização varia de acordo com o cargo pretendido – presidente, governador, vereador, deputado, e também, de acordo com o cargo ocupado  se é servidor público em geral, ou se é autoridade, por exemplo. Para facilitar, vamos nos ater somente a quem pleiteia o cargo de vereador e pode ser considerado servidor público em geral.

O objetivo da lei, ao exigir a desincompatibilização, é o de impedir que o servidor público candidato faça uso da administração pública em proveito próprio. Evitar o chamado “uso da máquina”. É uma forma de dar cumprimento ao princípio da isonomia, ou igualdade, como preferirem. Assim, tenta-se dar aos candidatos o mesmo ponto de partida. Oportunidades iguais.

Ok. E já é um ônus imenso. E o cargo vacante? Muitas vezes, tem que se colocar alguém no lugar. Paga-se em dobro. Ou ainda, o cargo fica desocupado e onerando todo o serviço público. Aumentam-se as filas. O serviço fica atrasado.

Mas, como se isso não fosse suficiente, o servidor público continua recebendo remuneração, mesmo afastado do trabalho. Nesse caso, não me parece que o princípio da isonomia foi mantido.

Ora, para o candidato a vereador que trabalha em empresa privada  não há nenhuma lei dispondo sobre a tal licença. Ou seja, o funcionário de empresa privada não tem este direito. Além de arriscar perder o emprego, tem que se bancar.

Os servidores públicos candidatos estão sendo financiados por nós. Por toda a sociedade.

O pior de tudo, é que percebe-se que em grande parte das vezes, o candidato a vereador sabe que não tem a mínima condição de ser eleito. O único objetivo destes, me parece que é o de se alinharem à um partido político, uma coligação.

Ser “de um lado” , para os candidatos-servidores não-eleitos, passa a ser um pré-requisito para galgarem cargos dentro da administração pública, já que foram aliados políticos durante as eleições. Quando os tais cargos são conseguidos, e existe a presença dessas figuras na administração pública, nem sempre é exigido delas, o desempenho  com qualidade que se espera de um servidor público, que tem o dever da probidade, da impessoalidade e da eficiência. Pois o agente deixa de ser público, para ser político.

E quando não foi o seu partido que ganhou, não se esforçam para desempenhar a suas funções, muitas vezes como forma de “sabotar” a oposição. Entre servidores político-partidários opostos, há um acordo tácito: não me incomoda, que eu não te incomodo quando for a tua vez.  

E quando há servidores empenhados nas suas funções, e propõem mudanças, ficam travados, e os que travam, quando instigados ao trabalho, defendem-se dizendo que estão sendo perseguidos politicamente. Desta forma, ciclicamente, sempre os mesmos ocupam os cargos em comissão. E tudo “está como dantes no quartel d’Abrantes”.

Estes são sintomas de que nossas leis podem estar defasadas e devem ser revistas. Quem sabe a implantação de planos de cargos e salários na administração pública? Talvez fosse uma forma mais honesta do servidor buscar a ascensão profissional.

Significa que o servidor público não pode se candidatar? Não. Significa que ele não deveria receber durante o período do afastamento.

O servidor público é público. O nome já diz tudo. E está lá para servir a sociedade. E não para se auto-beneficiar por meio de mecanismos e brechas na lei.

Seleção Brasileira. Quem dá mais?

POR GABRIELA SCHIEWE

EU ME RENDO - Hoje irei me render à Seleção Brasileira de futebol. Quem acompanha os meus textos pouquissímo leu sobre a nossa "Canarinho". Mas eu, assim como toda a nação brasileira, estou desgostosa com o que vem sendo apresentado desde as eliminatórias para a Copa da África.

Naquela época tínhamos o Dunga, que era execrado por todos. Agora, após aclamação geral quando da sua escolha, temos Mano Menezes.

Eis o que penso sobre o fracasso que vem se tornando a Seleção, ano após ano, descendo posição a posição no ranking da FIFA: o Dunga não era do meu agrado, realmente nunca foi, e não morro de amores pelo Mano Menezes. No entanto, pode vir Pepe Guardiola que não dará a solução para esse time, pois existe algo muito maior que a própria Seleção Brasileira. É a política que a cerca.

QUEM DÁ MAIS? - A Confederação Brasileira de Futebol, que detém os direitos da Seleção, hoje só está interessada na política que rende milhões e milhões de dólares.

Como bem ouvimos há poucos dias, quem escolhe os amistosos da nossa Seleção é a empresa que adquiriu os seus direitos e, também por esse motivo, pouco vemos o Brasil aqui no Brasil. Hoje a casa do futebol brasileiro praticamente é Londres. Ou alguém discorda disso?

Por isso que entendo que massacrar o Mano, como já foi com o Dunga, não irá resolver coisa alguma. Que ele vem fazendo uma verdadeira salada mista na Seleção Brasileira, isso também é uma grande verdade e nem ele sabe bem ao certo o que está fazendo. A questão é que ele possui "alguéns" hierarquicamente superiores a quem deve obediência.

Por que será ele precisa remeter a lista de convocação para o presidente da CBF para "aprovação"? Enviar a lista apenas para questão de esclarecimento é totalmente compreensível, mas sabemos que a questão não é essa.

SUPER CLÁSSICO - Dia de clássico. Argentina x Brasil é hoje galera. Pois é, nem eu estou interessada. Venderam a nossa Seleção e anexo a este "contrato" foi a vontade de cada brasileiro de torcer pela "Canarinho".

Por isso torno a dizer que não há solução técnica para a nossa Seleção Brasileira de futebol. Pode trocar o comando que os problemas persistirão enquanto a seleção possuir "dono" com um único objetivo: ganhar dinheiro e não ganhar títulos.

SOCIEDADE NA CBF - A CBF claramente não está preocupada com o futebol nacional. Tanto que vem prejudicando, de longa data, os times brasileiros nos campeonatos que disputam apenas para satisfazer os deleites do "sócio" da Seleção Brasileira. Parece até piada, mas é a mais pura realidade.

O órgão regente do futebol, que deveria primar pela qualidade de jogo da seleção principal e que os campeonatos nacionais fossem valorizados no grau máximo, só deve cumprimento ao seu "sócio", que deposita algumas verdinhas todo mês nos cofres sabe-se lá de quem (na verdade sabe-se, mas se faz de conta que tudo não passa de um belo conto carochinha).

KRONA - Não gostaria de tocar nesse assunto, mas são ossos do ofício.

Não se pode deixar de parabenizar, até aqui, o trabalho que vem sendo realizado e as conquistas alcançadas, como a Taça Brasil no final do ano passado, a SuperLiga já neste ano. E chegar ao vice campeonato da Liga Futsal é um grande feito para qualquer time de futsal do país.

O fato é que Krona Futsal não é qualquer um. E o título da Liga Nacional de Futsal está atravessado (como se tivesse comido um peixe espinhoso e uma espinha bem aguda estivesse rasgando a sua garganta).

E, convenhamos, se você teve ousadia, determinação, vontade e capacidade para abrir uma vantagem de 4 gols, é obrigação de quem quer vencer manter no mesmo ritmo para atravessar o primeiro obstáculo.

Mas aí a cuca fraquejou, o psicológico de cada um já tinha processado que o tempo normal já estava no papo, agora já tinham alcançado a prorrogação. E quando a cabeça não ajuda, companheiro, não adianta que o corpo não obedece. É fato. Ou nunca ouviu falar que aquele que não age com a cabeça paga com o corpo? É a vida. O ser humano é regido pelo cérebro.

Bom, ainda tem muita disputa importante pela frente, até campeonato internacional. Que os jogadores estão irados consigo mesmos, isso nenhum jornalista precisa perguntar. E tampouco a advogada aqui. Mas a real é que a derrota deve ser digerida como mais uma etapa e continuar a caminhada com mais afinco do que nunca, pois, continuo dizendo, qualidade técnica o Krona tem de sobra e mostrou no primeiro tempo. Então vamos lá esfriar a moleira... e chuta que é gol.

Vem mais título por aí, boto fé.

NO CHUVEIRINHO - E o nosso JEC velho de guerra. Pois é... velho mas, parafraseando o amigo Gabriel Fronzi, "placar virgem". Ou seja, Joinville não saiu do zero com o Metropolitano em plena Arena pela terceira rodada da Copinha.

Acho que o Tricolor está precisando levar mais a sério a "Copinha", pois ela lhe garantirá o acesso direto a Copa do Brasil caso erga a taça. Do contrário irá depender de terceiros, o que não é naaaada bom.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

LAAAARRRGA!!


Falhas de memória?

POR ET BARTHES
Dizem que os mentirosos devem cuidar para ter sempre boa memória. Eis um exemplo onde isso é verdade.


Kennedy Nunes, o candidato oba-oba

POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO

É a minha opinião.

Kennedy Nunes é o pior dos cinco candidatos à Prefeitura de Joinville. É mesmo uma candidatura perigosa. E o perigo vem do fato de que ele mente para si mesmo... e acredita no que diz. Não tenho dúvidas em dizer que, caso fosse eleito, ele  poderia levar a Prefeitura a um estado de descalabro e ruína nunca vistos.


Kennedy Nunes é um candidato oba-oba. E para que não pensem que faço tal afirmação de ânimo leve, antes de escrever este texto tive o cuidado de ler um documento chamado “Nossas Propostas - Agenda de Governo”. Eis a minha conclusão: não há um plano de governo e nem de longe existe algo parecido com uma proposta credível de um rumo para a cidade. A publicação é apenas uma reunião de banalidades avulsas. Aliás, uma leitura tão sem interesse que sequer o revisor parece ter lido (há erros sobre erros).

BANAL - Querem exemplos dessa banalidade? As suas propostas para a saúde passam, entre outras coisas, por “investir em reformas, ampliação e equipamentos das unidades de saúde”. E nos transportes propõe “modernizar os pontos de ônibus, oferecendo melhor abrigo, mais conforto e informações úteis”. Para o turismo tem a proposta de “apoiar festas e eventos”. Poxa vida! Como ninguém se lembrou disso antes? Só mesmo uma mente excepcional.

Mas o real problema parece estar nas promessas sem trambelho vão surgindo aqui e acolá. Há propostas tão prováveis quanto Deus depositar uns milhõezinhos na minha conta bancária neste momento. Ideias que se forem levadas a efeito poderão arruinar ainda mais a situação da Prefeitura. Vou destacar apenas dois pontos que podem até seduzir os eleitores mais ingênuos, mas não convencem os que têm pelo menos dois dedinhos de testa: o preço dos ônibus e os elevados.

DOIS EM UM - É possível baixar as tarifas do ônibus? Talvez. Só que a grana municipal é como cobertor de pobre: se cobrir a cabeça, vai descobrir os pés. Ok... se tem um candidato que pode acreditar no milagre da multiplicação é Kennedy Nunes. Mas as pessoas que têm os pés no chão ficam logo a pensar em engenharias financeiras. Tira daqui, põe lá, tansfere para acolá. E uma coisa é certa: não há almoços grátis e a grana vai ter que sair de algum lugar.

Os elevados são uma solução para a mobilidade? Ora, isso é tratar um câncer com placebo. E além de não resolver os problemas de curto prazo, ainda desvia a atenção para as necessárias  soluções de fundo. Tenho andando por esta Europa afora e, se a memória não me trai, não tenho visto a utilização desse tipo de recurso. Parece que as cidades onde se valoriza a qualidade de vida - cidades feitas para as pessoas - rejeitam soluções como os elevados.

Mas talvez a genialidade de Kennedy Nunes esteja expressa nessa ideia. É dois em um. Porque os viadutos podem ajudar a resolver o problema de moradia. É uma forma de capitalizar essa mania que pobre tem de viver debaixo das pontes. Ou talvez não seja assim tão genial. Afinal, os elevados poderiam se tornar mais um custo para as futuras administrações. Porque a seguir o exemplo das cidades mais modernas, é óbvio que mais dia menos dia os viadutos teriam que ser implodidos. 

QUE EQUIPE? - "Falar é fácil, difícil é fazer". Lembram da letra dessa música? Pois poderia ser a trilha sonora da candidatura de Kennedy Nunes. Há tantas promessas e tudo parece tão fácil. Cá entre nós, leitor e leitora, até parece coisa de quem nunca trabalhou a sério. Não é de estranhar que os adversários o acusem de “porralouquismo”. Aliás, os eleitores também têm essa percepção, o que explica o fato de que ele não consegue ir além de um certo índice nas pesquisas. A fama de populista e demagogo é o calcanhar de Aquiles do candidato.

Mas vamos pensar numa hipotética vitória de Kennedy Nunes. Qual seria a equipe de governo que ele conseguiria formar? Se vocês acham que isso foi um problema para Carlito Merss, tentem imaginar como será com Kennedy Nunes. Vocês conseguem ver ali algum talento fora do comum? Ah... no meu pior pesadelo a secretaria da Educação seria ocupada por um religioso defensor do criacionismo. E as crianças das escolas municipais seriam proibidas de estudar a teoria evolução. Brincadeirinha. É só um pesadelo.

Ah... e não posso deixar de comentar a ideia de que o cidadão será um cliente da Prefeitura. Kennedy Nunes, que é jornalista, parece padecer de limitações semânticas. Ora, se o cidadão for tratado como cliente, então teremos uma clientela e, por extensão, uma situação de “clientelismo”. Ei, não é aquele velho sistema em que alguém recebe favores em troca de apoio político? Ah... esse maldito coronelismo evangélico.

Kennedy Nunes é um apóstolo do oba-oba. Não sabe para onde vai... mas está a caminho.

P.S.: Aviso aos assessores do Clari, que ficam possessos quando alguém fala do chefe. Leiam a primeira frase do texto.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Tá todo mundo louco,oba!!


Sonhos e pesadelos


POR JORDI CASTAN

Na reta final da campanha eleitoral, começam a se concretizar os sonhos de uns e os pesadelos de outros. Para dois candidatos ainda haverá um segundo turno, com o que sonhos e pesadelos no seu caso terão uma duração adicional.

Sonhos e pesadelos se misturam de forma anárquica no imaginário e no real de cada um. Para uns o segundo turno com Tebaldi e Kennedy é um verdadeiro pesadelo, para outros se fosse Udo e Carlito seria um sonho. 

Que fechem as contas de campanha para uns é um sonho, para outros, conseguir que fechem converteu-se num autêntico pesadelo. Conciliar caixa um e caixa dois é um pesadelo, que tira o sono de contadores e caixas de campanha. Contabilizar recursos não contabilizados é um desafio adicional, para outros seria um sonho ter recursos, contabilizados ou não, para enfrentar os últimos dias de campanha.

Para alguns candidatos fazer o número de votos suficientes para poder pleitear um cargo de terceiro escalão é um sonho. Assumir o cargo só se concretizará caso seu candidato a prefeito seja eleito. Estes são os que passam a sonhar o sonho dos outros. Aqueles que tenham participado das coligações que fiquem fora do segundo turno devem correr para pagar contas, agradecer os apoios recebidos e analisar quais são as suas ações de agora em diante.

Em quanto uns correrão para tampar furos e cobrir o negativo da conta bancária,  outros, mais afortunados, conseguirão embolsar as chamadas sobras de campanha. As sobras de campanha são consideradas uma ficção. Para alguns afortunados são uma verdadeira poupança quadrienal.

Tem aqueles para quem o período eleitoral representa unas feria extemporâneas, uma licença remunerada para fazer campanha e visitar amigos, um que outro cavalete, placas nas residências dos seus parentes mais próximos e um “perfurate” no carro resolvem a parada e a benevolente legislação eleitoral permitiu que em troca de poucos votos um grupo de candidatos usufruíssem de uma bela licença remunerada, se for servidor público.

Em poucos dias os sonhos de uns se converterão em realidade e se materializarão os piores pesadelos dos outros. Como no jogo de xadrez ao final da partida peões, cavalos, bispos, torres, reis e rainhas voltam todos para a mesma caixa.