sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Chuva Ácida na Rádio Udesc

Na semana passada, Jordi e eu (Felipe) estivemos no programa Conversa e Poesia, da Rádio Udesc Joinville, para falar sobre o blog Chuva Ácida, a convite do jornalista Eduardo Schmitz. A conversa foi bem legal e eu, inclusive, conheci o Jordi pessoalmente. Quem quiser ouvir e conferir, é só clicar no play ali embaixo. Pode comentar depois.

A viagem do prefeito Carlito a Europa


Por JORDI CASTAN

Preparei para quinta feira, um texto sobre a fixação que alguns têm com a Europa.  Adiantei uma parte dele para hoje. 


Quando se trata de políticos então a Europa parece a Meca de tudo o que há de bom é de melhor. No tema urbanismo, desenvolvimento sustentável, qualidade de vida parece que não tem outro lugar como Europa, nem pensar em viajar para Colômbia  Peru, Chile ou Bolívia. Achamos que somos tão superiores aos nossos vizinhos que nada temos a aprender deles.

Depois de uma viagem de uma semana o prefeito e a sua comitiva voltaram cheios de idéias, de novidades e principalmente de certezas. Numa visita de um dia, em apenas algumas horas, um tema tão complexo e que tem na Europa tantos detratores, como é o da incineração do lixo, se converte na panacéia para resolver o problema do lixo de Joinville. Imagino como deve ter sido de boa e produtiva a visita para que o prefeito Carlito tenha ficado tão empolgado. Ficou a duvida sobre que outros sistemas de tratamento e disposição de lixo foram visitados e o nível de analise técnico que foi feito para já ter tomado uma decisão. Lembrei inclusive de uns certos caminhões adquiridos no governo Paulo Afonso que tinham como objetivo ser a solução definitiva para incinerar o lixo hospitalar e que nunca entraram em funcionamento e apodrecem ou já apodreceram num estacionamento da capital.

 Temos que reconhecer que esta semana na Europa deve ter sido de uma intensidade tal que grandes decisões mudaram a nossa Joinville para sempre. Foi sem duvida uma semana decisiva para o futuro da cidade. Inclusive a idéia de priorizar o transporte coletivo e as bicicletas é outra novidade trazida da Europa que fará muito bem a Joinville. Imagino o que poderia ter sido deste governo se esta viagem tivesse se realizado no primeiro semestre de 2009. 

Acho ainda que a fixação com Europa de uns, e a fixação com os europeus, de outros é desmedida e exagerada.

Juiz espanca a filha, mas não é processado

POR ET BARTHES

Se o homem é juiz e faz esse tipo de coisas com a própria filha, o que esperar dele num julgamento? No Estados Unidos, o juiz William Adams espancou violentamente a filha (na altura com 16 anos) com um cinto. As imagens, gravadas em 2004, só agora foram reveladas pela filha, Hillary Adams, hoje com 22 anos. Ela diz que a intenção é apenas demonstrar que o pai precisa de cuidados psiquiátricos. O pai diz que é uma vingança de Hillary porque ele teria ameaçado lhe cortar a mesada. O problema nisso tudo é que o juzi não vai ser acusado, porque depois de tanto tempo o crime prescreveu. Mas tem gente que quer ver o homem fora dos tribunais.

AOS LEITORES




O Chuva Ácida defendeu, desde o primeiro momento, a publicação de todos os comentários dos leitores. E até este momento nenhum comentário, nem mesmo anônimo, deixou de ser publicado. A regra sempre foi clara. A publicação seria livre - com a moderação dos integrantes do blog - desde que respeitadas as regras da democracia, da pertinência e da urbanidade.
Mas tem havido casos de abuso e excessos de pessoas que, escondidas sob proteção do anonimato, desrespeitam o mais elementar princípio da urbanidade. E isso obriga a mudar esse procedimento a partir de agora.
Os integrantes do blog reafirmam: o espaço está aberto aos joinvilenses - e não só - com o objetivo de fomentar o necessário e útil debate. Todas as ideias são bem-vindas. Mas se houver leitores – em especial sob o anonimato – que ultrapassem a linha da razoabilidade, as suas intervenções serão desconsideradas.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Feministas protestam contra DSK

POR ET BARTHES

Há coisas difíceis de entender, mas que acontecem. A associação das feministas ucranianas FEMEN, cujas integrantes usam a nudez como forma de protesto, está a realizar uma turnê pela Europa. Com roupas exíguas e a usar um aventalzinho, elas foram até à frente da casa de Dominique Strauss-Kahn, em Paris, para uma manifestação. O motivo é, segundo elas, a situação das mulheres no planeta, em especial na Ucrânia, onde a prostituição não para de crescer. Segundo o roteiro, o próximo a “sofrer” com uma manifestação é Berlusconi, na Itália.


A gaiola dos macacos


POR JORDI CASTAN

Henry Mencken, jornalista americano definiu de forma precisa a Democracia, como sendo a arte de gerir o circo desde a gaiola dos macacos.

É conhecida a experiência desenvolvida a partir de um estudo cientifico sobre o comportamento de um grupo de macacos colocados numa gaiola. No centro da gaiola e a certa altura se colocou um cacho de banana. E se disponibilizaram algumas caixas, que se empilhadas permitiriam a um macaco ou a um grupo deles alcançar as bananas.

Um dos macacos tomou a iniciativa de empilhando as caixas alcançar o cacho. Quando conseguiu, um potente jato de água foi lançado sobre todo o grupo.
E sucessivamente foi repetida experiência, até que os próprios macacos desestimulavam, inclusive com violência, os que insistiam em tentar alcançar o cacho.

Quando finalmente não houve novas iniciativas, um dos macacos da gaiola foi substituído por um novo macaco, que sem conhecer a experiência, tomou a iniciativa de tentar alcançar o cacho, sendo desestimulado a fazê-lo pelos demais macacos. A experiência foi repetida até que todos os macacos que compunham o grupo inicial foram substituídos por um novo grupo de macacos que nunca tinha vivido a experiência de receber o jato de água. Porem que de modo condicionado e estimulados pelos outros, desistiram de tentar alcançar o apetitoso cacho de bananas maduras.

Temos aqui na nossa paróquia, as nossas próprias gaiolas de macacos, em muitos casos a troca, total ou parcial, dos macacos se realiza de quatro em quatro anos, em outras com menor freqüência. Também aqui são os macacos mais experientes os que assumem o papel de instruir os novos sagüis, que entram na gaiola, sobre o que pode e o que não pode, sobre o que deve e o que não deve ser feito. O curioso é que a cada nova troca, os sagüis recém chegados superam rapidamente a técnica, criatividade e habilidades dos macacos mais experientes. As macaquices dos novos sagüis superam em muito o imaginado pelos antigos lideres do bando que cedem o seu espaço a novas hordas de sagüis ensandecidos, ávidos por cachos de banana e por fazer macaquices inimagináveis pouco tempo atrás.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Tommy's verdadeiras, europeus de araque

POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO

Faz alguns dias, aqui mesmo no Chuva Ácida, rolou uma discussão mais divertida que útil: uma repetição insistente de marcas ligadas ao mundo da moda. E, do que me lembro, as mais mencionadas foram Tommy e Nike. Não é precisa muita ginástica mental para perceber que, no caso de muita gente, o uso dessas marcas produz a sensação de sofisticação. Na boa.

Não quero jogar mais achas nessa fogueira de vaidades. Mas acho legal discutir o valor aspiracional que as marcas representam para as pessoas, em especial a classe média mediana. Ops... classe o quê? Simples. É classe média em termos econômicos e mediana em termos culturais. O fato é que qualquer estudioso do marketing sabe que a marca, em especial na moda, é um escudo e uma forma de defesa para certas inseguranças sociais.

A tal classe média mediana é formada por gente com o saldo bancário confortável. Mas, como já disse alguém, é um tipo de gente tão pobre que tem apenas dinheiro. Falta cultura. Falta charme. Falta mundo. Então, o que o cara faz? Se esconde atrás de símbolos (a marca é um deles), que funcionam como próteses da personalidade. Ou seja, se eu nada tenho a dizer, a marca fala por mim.

LENDA URBANA - Achei divertido ver tantas citações à marca Tommy. E lembrei de uma lenda urbana. Há um bom tempo, a imagem da marca sofreu um forte baque com uma notícia que se espalhou: Tommy Hilfiger teria dito, no programa da Oprah Winfrey, que não teria criado produtos tão bons se soubesse que seriam usados por negros, judeus, asiáticos ou latinos.

É um hoax que circula há quase uma década. Hilfiger só esteve no programa uma vez: para um desmentido. Só que o boato custou uma boa fatia de mercado à marca. Porque muita gente com grana deixou de usar os seus produtos. Não porque o dono da empresa teria sido racista, mas porque não queriam estar no mesmo grupo de negros, asiáticos ou latinos. Consumidor é um bicho estranho, meu povo.

QUE EUROPEUS? - É o que traz uma insidiosa ironia. Afinal, as pessoas que se manifestaram sobre as marcas aqui no Chuva Ácida são latinas. Ok... tem uns caras que, por terem muitas consoantes no sobrenome, não se consideram latinos e juram que são europeus. Tem gente que até ostenta passaportes de países da Europa onde nunca pôs os pés.

Detesto ser eu a trazer péssimas notícias, meus amigos, mas vocês não são europeus. Ter olhos azuis, cabelos loiros e um nome difícil de escrever não basta. A questão é geográfica: europeu é quem nasce na Europa ou viveu lá o tempo suficiente para adquirir a nacionalidade (nunca a naturalidade). E a machadada final vem com este raciocínio lógico: os latinos estão entre os que dão má fama à marca... então, ao usarem as suas vistosas camisas, os latino-americanos de Joinville também estão a dar força para o estereótipo. Será que percebem?

É chato ser discriminado, não é?

Saradões falam sobre câncer de mama

POR ET BARTHES

Tem todos os clichês que as feministas considerariam machismo explícito. Mas vem da Rethink Breast Cancer, uma instituição canadense de combate ao câncer de mama, criada há cerca de uma década. Uma das características da Rethink é ter uma comunicação arrojada, como no caso da promoção do filme promocional desta aplicação de smartphone. Estudos do marketing identificaram um fato interessante: as mulheres prestam mais atenção aos filmes onde aparecem homens sarados e a mostrar os músculos. Todo o texto fala do exame do toque e a ideia é fazer com que o público feminino preste mais atenção ao filme.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

E as cidades litorâneas da região?


POR CHARLES HENRIQUE

Todo ano esse tema entra em pauta, eu sei. Mas precisamos discutir sobre as cidades litorâneas da região norte/nordeste de Santa Catarina. Nosso litoral é “invadido” por turistas de diversas regiões do mundo, e nós, joinvilenses, também gostamos de ficar na praia no verão. O problema é que o incômodo, e o estresse tomam o lugar do lazer devido à falta de organização e estrutura destes municípios.

São problemas em todos os níveis, desde os mais primários (como falta de água e energia elétrica) até os mais complexos (como a inexistência de uma política de desenvolvimento urbano). Enquanto o turista for visto apenas como um consumidor, que despende grandes quantidades, ao invés de ser um humano, que busca uma qualidade de vida melhor que os grandes centros urbanos, teremos as mesmas reclamações toda vez que formos para alguma praia da região.

A impressão é que muitos municípios estão beirando entre o despreparo e o desconhecimento, pois é inadmissível que após tantos anos sobrevivendo do turismo estas cidades não conseguiram ter como prioridade a infra-estrutura necessária para bem atender o turista e catapultar o maior valor delas: a imagem. Se a praia é bela e a cidade não, o turismo não vinga. Está cheio de casos em que a praia em si é péssima, mas a cidade é ótima.

Em São Francisco e Barra do Sul temos problemas com o acesso pela BR-280. Barra Velha tem problemas básicos de infraestrutura e na gestão da Prefeitura (ô cidade para ter um escândalo envolvendo o Prefeito). Piçarras sofre com a falta de dragagem da orla (as seguidas ressacas “comeram” toda a faixa de areia) e com a mobilidade urbana (o crescimento desordenado fez surgir grandes engarrafamentos nas ruas). Penha ganhou um grande impulso com o parque Beto Carrero, mas ainda tem uma estrutura muito semelhante à década de 90. Itapoá tem um acesso complicado e está começando a atrair os turistas em larga escala...

Quantos problemas, não? A solução seria a união destes municípios em prol de uma agenda única, evidenciando assim a importância para a economia. Deste modo, o Governo de SC e a União não olhariam para a região de outra maneira? Se esse clima de competição por turistas continuar (“a minha cidade traz mais gente que a sua”) vai acabar matando toda a pouca imagem positiva que resta. Costa do Encanto é coisa de publicitário do LHS. Aqui é a Costa do Improviso.

Obs: a foto mostra um pouco como a cidade de Penha trata o trânsito.