sexta-feira, 1 de dezembro de 2017
Os convites ao prefeito: Joinville não é padrão Angeloni
POR FAHYA KURY CASSINS
O assunto de hoje era outro, mas resolvi continuar meu convite ao prefeito, do texto anterior. Eu convidaria o prefeito para ir ver o hospital São José. Talvez, quem sabe, todos os dias, uma meia hora para andar por ali e ver e ouvir a realidade – mas não tempo o suficiente para endurecer o coração. Porque Joinville não é o Angeloni da Ministro, com suas prateleiras arrumadas, chão limpo e produtos importados. Aliás, poucas coisas são tão fora da realidade joinvilense do que o Angeloni e seus preços careiros.
Convidaria o prefeito para fazer uma consulta no São José e ver que a área da Ortopedia agora também está lotada de “leitos” (as famosas macas utilizadas como camas para internados). Se ele fosse fazer uma consulta de urgência ali, certeza que passaria de três a quatro horas, então daria tempo de ver e ouvir muita coisa.
Aliás, caso ele precisasse de um raio – x, então, melhor ainda. Porque só há um (eu disse UM, 1, apenas) aparelho de raio – x para todo o hospital – que atende internados e emergência, todas as áreas como Ortopedia, Neurologia, etc.. A fila de espera para o raio – x é, em média, de uma hora. Isso num dia de semana, normal, uma quarta-feira tranquila. Mas quando você é, finalmente, chamado, qual a triste surpresa? A máquina é velha e a mesa está estragada, ela se mexe sozinha. Sabe o raio – x, que o técnico pede pra você ficar paradinha porque senão estraga o exame? Então, você fica lá paradinha e… torce pra mesa não se mexer. Mas, ela se mexe. E o exame terá que ser refeito. Talvez o prefeito tenha plano de saúde, ou conheça alguém que tem, sugiro visitar uma clínica dessas de Ortopedia da cidade, uma pequena qualquer, para conhecer o raio – x digital.
Mas a espera pode ser longa. Muito longa. E ele sentirá sede, por exemplo. Procure um bebedouro, prefeito. Não há bebedouro nem na recepção do hospital. Nem na enorme “sala” de despejo, digo, internação provisória. Há um lá do outro lado, caminho para a tomografia. Mas, claro, dependendo do seu problema de saúde, você não conseguirá chegar andando sozinho até lá. No outro andar, então, nem tem – não perca tempo procurando. E não peça um mísero copo de água às atendentes da refeição dos internados – elas negarão.
Fique ali, prefeito, lendo as placas de identificação. Pacientes de todas as áreas, de Oncologia, por exemplo, “internados” ali no despejo há sete dias. Sete, 7. Clínica geral, Ortopedia, Cirurgia Geral (sim, há pessoas aguardando cirurgia jogadas ali naquele salão quente, apinhado de gente e barulhento), Neurologia (somos destaque no tratamento do AVC, dizia a capa de um jornal meses atrás). Caminhe por ali ouvindo as histórias, perceba que é difícil, ao contrário do que a maioria apregoa, encontrar um único que não seja morador de Joinville – e fiel à sua cidade.
Veja a chefe da enfermaria passar correndo pra lá e pra cá porque está, todo dia, faltando enfermeiros e técnicos de enfermagem. Converse com ela, prefeito. Acredito que ouvirá coisas surpreendentes. Converse com a enfermeira de qualquer especialidade dali, ela dirá que é trabalho demais para uma só, que antes trabalhavam em duas, mas, sem explicação, tiraram a outra e ela agora está sozinha.
Aliás, espero que pelo tempo que o prefeito passará lá encontre algum lugar para sentar. Vá com um relógio e acompanhe quanto tempo os acidentados (que chegam de ambulância sem mexer a perna devido a acidente de moto, imobilizados porque caíram de escada trabalhando, etc.) ficam abandonados no corredor sem atendimento, esperando raio – x e a sua vez no médico.
Prefeito, vá lá. Conhecimento nunca é demais nessa vida. Vá lá ver o que nós conhecemos muito bem. O padrão ali não é Angeloni, nem Dona Helena com seu sistema de identificação desde a portaria, e máquinas de café e chocolate de graça. Eu não encontro palavras para descrever a confusão, a balbúrdia, o calor, a sede, o cansaço, a desesperança, a indignação, a raiva, a tristeza, a falta total de espaço, o desconforto para pacientes e acompanhantes, o barulho infernal, as informações erradas, os gritos. Eu só sei que o joinvilense é forte e os médicos, felizmente, fazem bem o seu trabalho (mesmo sob tais condições) – o mesmo já não podemos dizer dos nossos políticos. Nem, aliás, de alguns parentes e familiares, como bem frisou a enfermeira (mas isso é assunto pra outra hora).
(P.S.: agradeço a todos que participaram com suas sugestões no post anterior, parece que há muita Joinville para o prefeito – e alguns cidadãos – conhecer.)
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Eu diria apenas, que temos gestor de primeiro mundo, importado que esta liquidação, sua combalida adm não vale um real, tenho minhas dúvidas se prefeito aceitaria tal convite para hospital, marketing politico dele e cada 03 anos, que resolve trabalhar, verificar o que esta errado, comparado sistema de saúde esta mais para antigo supermercado vitória, padrão dona helena, jamais vamos ver nesta Geston, o que envergonha ainda mais Joinvilenses, nada esta no lugar, mais não dúvidas que deseja tornar sua instituição fique como alternativa para poucos que podem arcar mensalidades modesta!!!!Essa sim tem padrão angelone!!
ResponderExcluirSó uma pequena retificação Fahya. E como diria o Moscoso, essa é apenas a minha opinião, mas o Angeloni ha muito tempo deixou de ser aquela Brastemp...
ResponderExcluirE aproveito a oportunidade para mais uma vez convidar o prefeito a percorrer toda a extensão da Max Colin, ele ao volante, pela faixa esquerda em horário de pico. Sem invadir a faixa do lado nenhuma vez!
Ah, mas ainda é a preferência da elite da cidade (que não tem as grandes redes nobres do país).
ExcluirNao é o Angelono que é caro. Vc que é pobre...
ResponderExcluirO país é pobre, meu caro.
ExcluirPor mais que eu saiba da precarização do Zequinha, não gosto que falem mal dele. Há muita gente ali que merece uma menção de heroísmo.
ResponderExcluirConcordo, há profissionais excelentes ali, alguns fazem pequenos milagres, muitos são o único alento aos pacientes desesperados. Mas daí a fecharmos os olhos para a precariedade, discordo. Esses mesmos profissionais merecem um espaço melhor para trabalhar, e não uma saleta improvisada onde três médicos atendem ao mesmo tempo!
ExcluirQuem sou eu para falar que VC não tem direito de criticar. Mas ao meu ver o que falta é uma espécie de devoção das pessoas pelo Nosso hospital e pelo nosso sistema de saúde. Veja o NHS ( SUS inglês), há um respeito pelo sistema, os ingleses se orgulham dele. Os reis e princesas o utilizam. Mas aqui ficamos felizes em deixar de depender do SUS. Então o pensamento é que este sentimento de orgulho, de respeito e pertença se institucionalizado na cidade, nos ajudaria a nos desprender da necessidade do gestor, e as coisas caminhariam sozinhas, em vários aspectos.E engana-se quem pensa que o gestor é omnipotente,e as coisas da cidade são representações meramente de sua vontade.
ExcluirTodas as vezes que vejo as pessoas criticando lembro da Música perfeição do legião. Com as primeiras estrofes como uma porção de criticas sobre nossa sociedade. Mas que ao chegar no pelo final da musica o autor percebe sua própria estupidez. E que a perfeição não é um estado das coisas, mas de si próprio. O amor tem sempre a porta aberta e é a verdade que liberta.
Gostaria de lembrar que o Zéquinha não é e "nunca foi" prioridade para prefeito nenhum desta cidade. Só serve para que a cada 4 anos a turminha de Floripa, leia-se deputadinhos de ocasião que vão lá gravar "Inserções em horário político", vez ou outra ficando preso no malfadado elevador!!!
ResponderExcluirQuero inclusive dar méritos a alguns vereadores que por lá aparecem também, pasmem, a cada 4 anos.
Não culpo o Alemon atual. Na construção da Arena do Tebaldi, o Zéquinha estava jogado às traças e o povo só tinha olhos pro "estádio do Jec". Comitivas e comitivas de visitantes, famílias inteiras deixavam seus lares para conhecer o novo estádio.
Aí veio o Carlito e seu mote de campanha: Vamos construir um hospital na zona sul de Joinville, para desafogar o "afogado" Zéquinha!!!
3 anos e meio de governo, questionado sobre a "promessa" o mesmo teve a pachorra de dizer: o Zéquinha dá "conta da demanda", não precisamos de outro hospital!!!
É muito cômodo botar na conta do atual gestor (péssimo por sinal, quero deixar claro minha opinião) o atual quadro do Hospital, que relembro nunca será prioridade de gestor municipal nenhum nesta cidade.
Abraços.
Amigo respeito sua opinião, mais o Alemon prometeu que saúde era sua prioridade, que tratar seus eleitores e já estamos estamos 05 ano da sua fantasia e nada, embora a saúde, por aqui, e zequinha, não esquecemos 300 km, da passadinha Rudolf Baumer, estamos 04 semana para preparar 400 metros, isto geston!!!
ExcluirEsse prefeito é aquele que devolveu, o dinheiro, que população da região Oeste não precisa de PA, não ia crescer, este mesmo terreno esta abandonado, foi palco durante eleição de verdadeiro ringue, e vale tudo, já se passou um ano nem tanto sem qualquer solução, o bairro agora conta vereador, se comparar com atendimento angelone, ficamos sem nada, e até agora não vimos expansão dessa novo atendimento, temos que deslocar para outras unidades, longe, chegamos somos muito atendidos, sabemos que tem muita gente competente mais esta faltando Gestão, sair do gabinete!! Não adianta ficar jogando conselho da saúde, que já pura enganação. É sair e Ver realidade, mesmo!!! Basta passar centro triagem oftalmologista, perto Sesc, parece mais que estamos guerra, sabe que viu, que realmente parece!!!
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