POR FAHYA KURY CASSINS
Hoje, dia 16 de novembro, é Dia Internacional da Tolerância. Data pouco lembrada, pois preferimos sempre falar de datas religiosas, Liberdade de Expressão ou datas fictícias que movimentam o comércio. O preocupante é que, novamente, estamos num momento histórico que se faz imprescindível falar na tolerância. A origem da data vem para demarcar a importância dos Direitos Humanos, dentre tantas outras declarações que nos garantem direito de culto, direito à vida, condenam o preconceito, etc.
Na Filosofia, a tolerância é bem defendida por John Locke e Voltaire, a partir do campo da religião. Por questões da época, defender a tolerância foi o resultado de violências religiosas. Foi então que a laicização do Estado se mostrou essencial. A partir de Kant, entendemos que o respeito, que todos merecemos, ao outro deve ser motivado por aquilo que temos em comum: nossa humanidade.
O ser humano deve respeitar o outro, porque somos seres humanos. A Filosofia contemporânea já ampliou este conceito. Porém, a intolerância do dia a dia faz com que duvidemos da nossa capacidade de respeitar. Tolerância e respeito não quer dizer que vamos mudar quem somos e agir como os outros – e isto causa, ainda, muita confusão. A intolerância nasce no seio das famílias, é alimentada nas escolas e igrejas, espalhou-se na política e deve ser combatida com todas as armas.
Infelizmente em 2017 precisamos, sim, falar em intolerância. Quando temos religiosos, ou fiéis, que invadem o campo da Política para impor suas crenças, quando valores são impostos para subjugar outros e liberdades são cerceadas a situação mostra-se crítica. Não estamos falando de um genocídio, uma das preocupações da ONU ao celebrar a data. Mas estamos falando do racismo que vemos todos os dias, estamos falando de leis que querem (e conseguem) impor dor às mulheres vítimas de estupro ou em situação de risco, estamos falando de “patrulhas ideológicas” que querem impedir os professores de expor e debater ideias em sala de aula (com a nobre missão de elucidar e instruir jovens – sob influências nefastas de tantos interesses), de pessoas que se insurgem contra artistas, de jovens insuflados contra "vagabundos" que tem mesmo é que morrer.
A tolerância é muito difícil de ser praticada. Eu devo ir contra meus princípios, valores e crenças e aceitar que nem todos são iguais, pensam e têm as mesmas formações culturais que eu. Se eu prezo algo, se eu acredito em algo, é porque considero o melhor ou mais correto. Como, então, aceitar que há quem não acredite no mesmo que eu? Hoje é o dia para se pensar nisso. Lembrando que a única coisa que nos une é a nossa humanidade, e só por isso devemos respeito uns aos outros.
Eu consigo respeitar quem tem a cor da pele diferente da minha? Eu consigo respeitar quem vota no candidato que é opositor ao meu? Eu consigo respeitar quem acredita num deus que não o meu? Ou eu uso e usarei todos os meios de impor estas minhas preferências, seja pela manipulação, pelo uso do poder político, pela violência? O princípio da reflexão é o questionamento. E que gere atitudes, não só hoje.
Tolerância é um exercício difícil nos dias de hoje, sobretudo quando você vé uma aluna comunista da turma do “mais amor, por favor, né gentchi?!” a segurar um cartaz escrito “Morte aos Cristãos!” numa manifestação de censura contra um filme de Olavo de Carvalho em uma UNIVERSIDADE brasileira.
ResponderExcluirrsrss
ExcluirAinda bem que temos os anônimos.
Hj tolero seus exemplos derturbados e ideológicamente desvairados, mas só hoje.
ResponderExcluirUsando o anônimo também para adicionar que concordo com as palavras, não deixando-o só pra atacar pedras, risos. (:
ResponderExcluir“Morte aos intolerantes!”
ResponderExcluirEscolas sem partido já...
ResponderExcluirVeja esta menina realmente acredita que a família, escolas e igreja preguem e alimentam à intolerância. Isto só pode vir de um falso cristão ou de alguém que nunca leu os ensinamentos de Cristo.
Se sua família era assim, a minha e da maioria não é. Se a sua escola era assim a minha e da maioria não é. A intolerância tem que ser combatida sim , mas mas importante é combater falsas ideologias que se sobrepõe a liberdade das pessoas como facismo, nazismo e comunismo.
Esdrúxula a sua argumentação de que o outro por defender suas crenças de direito a vida, tenta impor a sua vontade. Defender seu ponto de vista é democracia, defender a vida de um inocente é democracia, impor sua visão unilateral sem reconhecer o direito da outra parte, mesmo que na barriga da mãe é imposição. Também é imposição ir para sala de aula tentando impor seu ponto de vista, sem fazer seu papel de professor.
Está na hora de vcs acordarem para realidade e saírem do mundo da ficção, das teorias que não deram em nada e não melhoram a vida do cidadão.
Escorrendo intolerância: e a pessoa é incapaz de perceber. Desonestidade ou ignorância mesmo?
ExcluirCertamente se trata de mais um anônimo adepto da Escola Sem Partido...
ExcluirTolerância e chuva ácida não coexistem...
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