quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Vamos levar o Udo para passear?


POR FAHYA KURY CASSINS
Num sábado desses meu pai chegou em casa e disse que viu o Udo no estacionamento do Angeloni. Eu perguntei “Foi falar com ele?” e meu pai respondeu “Se eu fosse falar, não pararia tão cedo...”. Parece que um cidadão pegou-o para ouvir suas reclamações. Eu fiquei pensando: se eu encontrasse casualmente o Udo, o que eu falaria pra ele? Convido vocês a deixar, nos comentários, as suas respostas.

Pensei muito. Como meu pai, não pararia tão cedo (Será que ele lê meus artigos aqui? Pouparia tempo.) Mas eu lembrei de uma cena que vi num desses dias de calor absurdo que fez por aqui. Passei na Marquês de Olinda com sol a pino e, no ponto de ônibus em frente ao hospital de olhos, as pessoas todas fora do ponto, procurando a sombra que o abrigo faz. Eu convidaria o Udo para percorrer os pontos de ônibus da cidade. Nem estou convidando-o a andar de ônibus, pegar um no Angeloni da Ottokar e ir até a Embraco, quem sabe. Aliás, fica a sugestão pra campanha das próximas eleições, porque abraçar criancinhas é brega demais.

Cometerei a heresia de citar Florianópolis, que lançou aplicativo que informa aos usuários onde o ônibus se encontra, em tempo real. Você chega no ponto, vê qual é, consulta e sabe quanto tempo vai esperar e tal. Era algo com o que eu sonhava há dez anos. Sensacional, não? Foi quando me dei conta que os pontos de ônibus em Joinville nem têm identificação. Aquela coisa simples de constar o endereço, o número do ponto. Além, é claro, da zoeira total (o descaso a gente cansa de comentar) na construção dos abrigos.

Tem aqueles antigos de tijolo a vista, sólidos, protegem da chuva, têm bancos grandes e razoavelmente confortáveis. Tem, ainda, aqueles de fibra, lembram? Sem banco, só o telhado e o pé de ferro. Tem os de ferro, verde com amarelo, banco horrível, chove em tudo. Aí tem também esses novos, fruto de licitação de dois anos atrás, material que não enferruja, refizeram a calçada (só onde foram instalados), com bancos péssimos, espaço para cadeirante – e vidro. Florianópolis colocou vidro na parte de trás dos seus pontos, anos atrás, e depois tiraram de todos – não venceram a manutenção. Numa mesma rua de Joinville você pode ter a sorte de encontrar três, até quatro pontos de ônibus de modelos diferentes! Talvez seja mais um atrativo turístico.

Raramente há identificação, lembro que nos de tijolo a vista tinha o número e endereço. É o mínimo que se espera de, por exemplo, algo pensado em mobilidade. Pessoas de fora confundem a localização dos pontos, pela total falta de identificação e padronização. Manutenção, então, nem se fala (somos os chatos que só dizem que a cidade está abandonada). Conforto, vale a pena citar? Projetados para dias de sol e chuva, uma utopia.

Então, levaria o Udo por um longo percurso pela cidade vendo a variedade de pontos de ônibus que temos. Talvez ele não saiba, talvez não ande muito pela cidade, e imagino que é nosso dever tirá-lo desta escuridão. E vocês, onde levariam o Udo para passear pela cidade? O que mostrariam a ele que, apenas talvez, ele desconheça ou ignore?

13 comentários:

  1. Os municípios estão quebrados. Os abrigos que restaram são depredados por uma gente podre que não tem senso democrático. Sem contar que neste país não há a cultura de manutenção, constroem pontes, passarelas, abrigos e os mantêm ali da forma como foram construídos ad aeternum.

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    1. Verdade... pessoal que pega ônibus é tudo vândalo. Cada um que me aparece...

      Sei que você não disse isso, mas dá a entender.

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  2. Uma voltinha à pé pelo Paranaguamirim num dia chuvoso cairia bem...

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  3. Convidaria o Udo para um passeio de caiaque na rua Paraíba, Porto União ou Alagoas no bairro Anita Garibaldi quando houver alagamentos decorrentes da não limpeza dos rios do bairro Anita Garibaldi em nenhum de seus dois mandatos. Nas gestões de LHS, Tebaldi e Carlito os rios foram limpos, já nesta que é "A GESTÃO".....

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  4. Eu levaria ele para andar de bicicleta no Vila Nova, na saída da escola que fica atrás do terminal urbano onde colocaram tartarugas no caminho das bicicletas das mães que levam seus filhos, depois levaria ele na rua que liga a XV com a rua da Krona onde as duas laterais foram rasgadas pela águas de Joinville e estão assim, sem espaço para os carros, quanto mais para bicicletas. So pra citar o meu bairro

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  5. Assim que terminaram a pintura das faixas da "nova" Max Colin, após implantação do binário, lembro de ter desafiado o prefeito (pelo twitter quando ele ainda frequentava aquela rede) a passar de carro, sem motorista, ele dirigindo, do começo ao fim da Max pela pista esquerda. Mas sem sair da estreita linha demarcada. Sem desviar dos galhos de árvores e dos buracos dos bueiros.
    Estou esperando até hoje...já lá se vão uns quatro anos ou mais...

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  6. É incrível como as paradas de ônibus mais antigas, de tijolo à vista, são melhores que todas as que vieram depois. Boa proteção do sol e da chuva, melhores bancos, identificação, iluminação, maior durabilidade e aparentemente menor exigência de manutenção. Além disso, são muito mais charmosas e fazem Joinville se lembrar de sua colonização e cultura (coisa cada vez mais esquecida por aqui). Só perdem na acessibilidade.

    As paradas atuais, cercadas por vidro, não são ruins mas não superam as primeiras.
    Acho que o casamento entre os dois modelos seria ideal, como nessa imagem que encontrei num post de 2008 lá no blog do Jordi (Comentários de Joinville): http://1.bp.blogspot.com/_Sb9fMZwGzIw/SDAkTRgVW7I/AAAAAAAAAjM/hOBw9VoIdT8/s1600/POnto+de+onibus.gif

    Será que um dia a gente chega lá, implementando uma boa ideia já tida a pelo menos 9 anos atrás?

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  7. Sobre "levar o Udo pra passear", não faria nada de muito radical. Só pediria para que ele, dirigindo sua caranga mesmo, andasse pela Santos Dummont já duplicada, contornando especialmente a primeira rótula (feita um pouco depois do Square, considerando o sentido centro->aeroporto). Se ele, estando na terceira pista (à direita), conseguisse fazer o traçado sem invadir outras faixas, ganharia meu respeito.

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  8. Estou enganado ou Joinville ganhou recentemente um prêmio de mobilidade?

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    1. Premio não quer dizer nada, Europeus comentem erros suas suas avaliações, se passaram pela cidade foram enganados ou induzidos a erro de conceder esse prêmio, que não resolve nada, apenas para fins eleitorais, e Status politico!!

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    2. Prêmio de um projeto de mobilidade urbana que nunca será posto em prática porque atinge interesses de empresários. Mas o papel aceita tudo.

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  9. Convidaria, para sair pórtico de Joinville ou que (marca de cerveja) da entrada da cidade, pela rua quinze de novembro sentido Vila Nova, é (único bairro que tem jornal que somente fala coisas boas e lindas do bairro) até bar canarinho na rodovia do arroz, parece ponto passou pela prova de bomba exercito Br, enferrujados e podres não sei qual pior, melhor dizendo sabendo que principal ligações alguns cidades, parece que ninguém usa paradas, isto já foi denunciado, mais tudo para, ou esta parado na mãos do Udo. Acho acabou tinta da caneta!!! Mais vamos chamar Subprefeitos também que sabe eles vão tomar alguma atitude nos próximos 03 anos!!!

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  10. Outro bom convite seria para tentar atravessar algumas ruas na faixa em uma cadeira de rodas e se deparar com meio fios do outro lado sem rebaixamento. Mas para os amigos do comércio e da indústria ele e seus fiéis escudeiros (os vereadores) aprovaram o rebaixamento de 100% das calçadas para facilitar o acesso dos clientes. Os pedestres (idosos, mulheres com criança de colo, pessoas com dificuldade de locomoção e outros) que torçam para não serem atropelados por nenhum carro dos clientes tentando estacionar em frente à loja/empresa. É tanta eficiência que merece um prêmio esta "gestão".

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