quarta-feira, 2 de março de 2016

Democracia: uma marca que a Univille não conhece

POR RAFAEL JOSÉ NOGUEIRA*

Como tem sido praxe nos últimos anos, novamente a Univille concede aumento acima da inflação sem medir as conseqüências que isso pode gerar em relação aos acadêmicos. Mais uma vez, não justifica o reajuste acima da inflação oficial, seja por meio de planilhas detalhadas ou reuniões com os estudantes. 

Não existe diálogo da reitoria com os estudantes. Tudo é feito de cima para baixo, de forma autoritária e sem qualquer tipo de negociação, uma condição fundamental para uma universidade que se diz comunitária e que, de forma alguma, faz com que isso aconteça.

Como resultado desse aumento feito à revelia, os acadêmicos sofrerão com o cancelamento do FIES, uma vez que é um dos maiores programas de permanência dos estudantes na universidade e muitos dos atuais acadêmicos e dos que virão contam com esse programa. No entanto, a Univille age por conta própria, sem dar importância e voz para os estudantes. Mais do que nunca, a Univille, que deveria estar do lado do seu corpo discente, prefere terceirizar a culpa e inventar outras desculpas, em vez de buscar alternativas em conjunto com os alunos. 

Se não bastasse tudo isso, agora a Univille sinaliza com a possibilidade de transformar as licenciaturas em cursos à distância. A própria reitora já afirmou que o sistema EAD irá “flexibilizar” as licenciaturas. Porém, os estudantes têm a convicção de que ela, como toda a reitoria, só enxerga a frieza dos números e pouco se importa com o comprometimento do nível da formação de professores.

Os estudantes querem uma universidade verdadeiramente democrática, comprometida com os alunos e com a qualidade do ensino. Isso só será possível com a criação, em concordância com os alunos, de alternativas para a formação de professores. Ou seja, sem ir pela lógica de mercado como é o EAD e, sobretudo, a revogação imediata do aumento das mensalidades e posteriormente o início das negociações com os estudantes por meio do DCE.

A democracia é uma marca que a Univille não conhece e, quando diz praticar, é uma democracia controlada para seus interesses. A Univille, como uma universidade que gosta de ostentar a sua marca comunitária, deveria trabalhar para que os jovens da comunidade continuassem na universidade. 

A Univille deve trabalhar pelos e para os estudantes e não para os números e instituições privadas.


*Aluno da Univille

9 comentários:

  1. 1) Vivemos numa crise sem precedentes. Há 25-30 anos a inflação no país era 1.000% maior que a atual, mas tínhamos um rumo, tínhamos uma meta que era a redemocratização com a modernização da economia; chegamos próximos de atingir esta meta, mas demos uma guinada de 360 graus no ano de 2009.

    2) O FIES é um programa do governo federal, da “Pátria Educadora”, e sua continuidade era tão fiável quanto a legitimidade do marqueteiro que cunhou este lema governista e que agora descansa na cadeia.

    3) É preferível que as aulas sejam presenciais, mas num momento de crise, onde não há condições financeiras nem crédito barato, a diminuição dos custos com aulas EAD é uma opção para a manutenção das atividades nos campis.

    Creio que a Univille saiba qual a opinião dos seus discentes e docentes, mas de dana serve num momento que famílias, empresas e instituições tem de se desdobrar para o enfrentamento da crise.

    Acredito que você tenha menos de 25 anos, que não viveu na pele a hiperinflação e aposto que votou no PT nas últimas eleições federais. Não o culpo! Não tens experiência suficiente para compreender a nova situação, afinal, experiências se consegue vivenciando-as.

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    1. Engraçado... Eu não preciso lutar uma guerra pra saber que a 2º guerra mundial foi terrível.

      Caro anônimo de cima, o tem em que a experiência vinha APENAS da vivência acabou quando os sumérios inventaram a escrita. Não confunda experiência coerência ou vai acabar sendo levado para o buraco por um senil muito eloquente.

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    2. Guinada de 360 graus não existe. O círculo tem 360 graus, e uma guinada desta amplitude leva ao mesmo lugar. Estude um pouco de geometria.

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    3. GUINADA DE 360 GRAUS kkkkkkkkkkkkkkk - Este é o nível dos comentaristas "especialistas".

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    4. O anonimo conseguiu numa postagem que criticava a falta de democracia da Univille atribuir a culpa ao PT, como deve atribuir ao mesmo partido a demora do mirante do Boa Vista, a falta da licitação dos ônibus e do estacionamento rotativo, as diárias da CVJ, os milhões de buracos da cidade, etc, etc. Que falta faz aquelas aulas de História gazeadas...

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  2. Referente ao comentário beija mão acima: mímimi,blá blá blá, nhenhenhém.
    Tenho 40 anos e não conseguia pagar a Univille em 1999-2000, fiz 1 ano e tive que parar e renegociar, pois não conseguia FIES, nada, de jeito nenhum, afinal, o que eu estava fazendo lá se não tinha dinheiro, não é?
    Enfim em 2006 consegui retomar os estudos e me formar.
    E para você, acho que foi você que não vivênciou neste Brasil de 15,16,20 ,30 anos atrás.
    Aterisse na terra, sei que dói conviver com reles mortais que querem estudar para ter uma vida melhor.
    ABS
    Carlos Roberto
    karlosr_silva@yahoo.com.br

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  3. A Univille não assume, mas ela é uma empresa e ela quer lucro e ponto final.
    Comunidade? Opa uma boa desculpa para pagarmos menos impostos e conseguirmos perdão dos impostos atrasados que sonegamos.
    Univille e Unisul deveriam assumir que são empresas assim como a Estácio de Sá. Pelo menos a Estácio tem ações na bolsa e vergonha na cara pra assumir o que é.

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  4. O caro estudante deve saber que a economia brasileira declinou 8% em dois anos. Se colocar na ponta do lápis, o que o povo brasileiro, a duras penas, conquistou nos últimos vinte anos, foi perdido nos governos Dilma I e Dilma II. Eis o resultado disto em todos os ramos da economia, incluindo a produção de conhecimento ou o acesso à universidade. A universidade privada, embora sem fins lucrativos, tem de se adaptar a nova situação ou ela fecha as portas.

    Enfim, vocês, da geração Y, aprenderão na marra a ler as entrelinhas da política e perceberão que paixão ideológica e racionalidade econômica não andam de mãos dadas.

    Eduardo, Jlle

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  5. Pega financiamento estudantil da Pátria Educadora.. ops...

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